Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Não é só isso

MÍDIA A MAIS
por Paulo Zamboni em 8 de outubro de 2010 Opinião - Brasil


Nem contra, nem a favor ou muito pelo contrário?
Embora seja um tema polêmico e muito importante, o aborto não é o único ponto que deveria estar sendo levantado para questionar as posições da candidata petista e de seu partido.
A corajosa abordagem de um assunto que é caro aos valores da maioria da população brasileira, o direito à vida do feto indefeso, fez com que muitos eleitores procurassem saber o que pretendem os candidatos ao cargo de Presidente da República quanto a este tópico. Inegavelmente, as posições da candidata governista sobre o tema fizeram o público perceber que ela é contraditória, ambígua ou claramente contrária aos desejos de parcela significativa da população.

Ressalte-se que a candidata tem todo o direito de ser favorável ao aborto - afinal, cada um tem e revela os valores que cultivou durante uma vida – só não tem o direito de tergiversar sobre o assunto, além de desqualificar aqueles que simplesmente lembraram ao público as declarações que Dilma Roussef havia dado sobre o assunto, demonstrando que ela e seus simpatizantes tinham consciência de que suas posições eram potencialmente negativas junto ao eleitorado, sendo necessário escondê-las.

Mas é urgente lembrar que este não é o único tema vital em relação ao qual a candidata petista deveria estar sendo cobrada. Ela também deveria ser perguntada sobre seu posicionamento frente a outros pontos do PNDH-3 - Plano Nacional dos Direitos Humanos-3, no qual a liberação do aborto está inserida.

Pelo conteúdo do PNDH-3, o país pode esperar medidas tão radicais quanto a liberalização do aborto, como a criminalização do direito de opinião, especialmente decorrente de opções religiosas, relativização do direito de propriedade privada, particularmente no campo, supressão da liberdade de imprensa, e isto para citar apenas alguns exemplos. Documento redigido tendo como base os desejos da militância petista e seus aliados de extrema esquerda, formatado segundo as conclusões das reuniões de grupelhos que têm a pretensão de ser os representantes e os porta-vozes de uma população de 200 milhões de almas, passando por cima do Legislativo, o PNDH-3 seria o paradigma de um novo ordenamento social e jurídico, usando para tanto o aparelho estatal e seus instrumentos de coerção. Diante da maioria obtida nestas eleições pelos partidos que formam a base governista, é fácil perceber o que irá acontecer caso um Executivo controlado pelo PT apresente tais propostas para votação a partir da próxima legislatura.

O PNDH-3 é a grande ameaça à liberdade da sociedade brasileira, e é sobre ele que a candidata petista, cujo próprio passado é escondido a sete chaves e cuidadosamente omitido, deveria ser duramente questionada.

Tomando consciência dos pontos obscuros que cercam a candidatura  oficial, a opinião pública poderia exigir respostas claras de Dilma Roussef, como está fazendo agora em relação ao aborto, e fatalmente perceberia que encontra-se diante de apenas uma das árvores que formam a sombria floresta de assuntos explosivos envolvendo o PT e sua candidata. Se o público não for corretamente informado, isso representará não apenas o desperdício do principal trunfo  a ser  usado contra os totalitários  – a questão cultural/moral, tão ou até mais importante do que os temas administrativos e técnicos -, mas poderá facilitar a criação de um engodo, limitando as atenções a um único assunto embaraçoso, mas passível de ter as repercussões restringidas, enquanto o contexto maior do qual ele faz parte passa ao largo do debate público.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".