por Redação Mídia@Mais em 7 de outubro de 2010 Opinião - Brasil
Foi preciso que 1 milhão e 300 mil tontos votassem em Tiririca para que, mais uma vez, uma verdade incômoda ficasse clara: é impossível que o Brasil continue obrigando que pessoas desinformadas, despreparadas e mal intencionadas compareçam às urnas e, por escárnio, desprezo pelos semelhantes ou simples burrice, façam na urna o que teriam vergonha de fazer em casa, na frente da própria família.
É possível identificar 3 tipos de eleitores capazes de votar num candidato como Tiririca (que certamente não é o único, mas exemplar): 1.Vota-se em Tiririca por gozação; 2.Vota-se em Tiririca por "protesto"; 3.Vota-se em Tiririca por absoluta ignorância a respeito da vida pública e da importância que os parlamentares têm no dia a dia do país.
Os que votam em Tiririca para fazer graça não merecem, da parte da sociedade, a deferência de serem ouvidos na hora de se decidir o futuro do país. Se não se pode impedir-lhes de votar, que ao menos não mais se obrigue: possivelmente acharão coisa mais interessante para fazer no dia da eleição do que ficar numa fila de seção eleitoral (dormir, por exemplo, ou embebedar-se).
Os que votam em Tiririca imaginando que estão protestando se esquecem (ou simplesmente ignoram) do fato de que candidatos caricatos como ele, aparentemente subversivos no palco, costumam converter-se em cordeirinhos no dia a dia das votações, respondendo como bonecos amestrados ao que ordenam os líderes de bancada ou políticos experientes (no caso, Tiririca faz parte da base de sustentação petista, no governo ou na oposição). Portanto, o protesto é inócuo e prova de ingenuidade.
Os que votam em Tiririca por ignorância são outros que deveriam ser desestimulados a sair de casa e votar: quando o fazem, de maneira irresponsável e inconsequente, prejudicam a si mesmos e ao país.
Está mais do que na hora de jogar a correção política de lado, desprezar a opinião de especialistas ingênuos e irrealistas (que defendem a tese, fraquíssima, de que é preciso obrigar o brasileiro a votar para que ele aprenda a "votar melhor", mas não explicam por que a cada eleição o brasileiro vota, na média, de maneira mais estúpida do que na anterior) e tornar, finalmente, o voto num direito, e não mais num dever. Que ele deixe de ser obrigatório para que idiotas, irresponsáveis e desocupados tenham menos estímulo de comparecer às urnas e parem de conceder a figuras como Tiririca imunidade parlamentar.
E, em tempo: Tiririca sabe mesmo ler e escrever? Questionado por um comediante de TV, ele hesitou e não leu uma frase simples escrita num pedaço de papel (http://www.youtube.com/watch?v=EDY9pkRK9sQ).
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