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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aécio acredita que os indecisos votarão em Serra

JORNAL VALE DO AÇO
26/10/2010 23:00 - terça-feira, 26 de outubro de 2010.

Ex-governador convida eleitores para assistirem no YouTube, antes de decidirem seu voto, fala de Helio Bicudo, um dos fundadores do PT


LEO DRUMOND / NITRO 
 
AÉCIO EM SALVADOR: “Estou muito confiante de que os nossos adversários poderão ter uma surpresa no próximo domingo”
DA REDAÇÃO - Senador eleito por Minas Gerais com grande aclamação popular e reconhecido como uma das mais expressivas lideranças políticas do País, especialmente após a vitória de Antonio Anastasia com uma virada histórica sobre o adversário bancado pelo grupo de Lula, o ex-governador Aécio Neves participou no final da manhã desta terça-feira (26), em Salvador, de encontro com lideranças políticas em apoio à candidatura de José Serra à Presidência da República. Durante o evento, ele concedeu uma longa entrevista à imprensa, em que disse acreditar na vitória do peessedebista nas eleições de domingo. CONFIRA:
 

1 - O sr. tem sido considerado no meio político e pela imprensa nacional como o grande vitorioso do primeiro turno das eleições em todo o país. Como o sr. se sente?
 
Fiquei muito feliz, mas menos por ter sido vitorioso e mais pelo significado dessa vitória. Durante a campanha em Minas, no primeiro turno, tive a oportunidade de dizer que apoiar o nome do governador Anastasia, um homem honesto, simples e digno, extremamente preparado, era a forma que eu tinha de retribuir todo o apoio e a confiança que tenho recebido dos mineiros ao longo dos anos. Era a forma que tinha de honrar e renovar os meus compromissos com Minas. Sempre tive muita confiança que, na medida em que as pessoas fossem tomando conhecimento do real significado das candidaturas colocadas, elas poderiam escolher por manter Minas no caminho que defendemos, o caminho da transparência, do compromisso social verdadeiro, de uma administração focada nos resultados que a população tem o direito de ter . 
 
2 - Mas o sr. esperava um virada tão ampla?  Afinal, o sr. enfrentou praticamente sozinho dois dos principais partidos de Minas, o PMDB e o PT, além do próprio presidente Lula, da candidata Dilma... E a sua votação ainda foi maior que a do governador.
 
O presidente Tancredo tinha uma frase que eu gostava muito. Ele dizia que em política a gente deve esquecer as derrotas na hora e os triunfos logo em seguida, porque nem a mágoa nem a vaidade são boas companheiras de viagem. Importante é a gente não esquecer nunca por que lutamos. O tamanho dos adversários que enfrentamos e o tamanho da vitória que obtivemos só fazem aumentar o meu sentimento de respeito e orgulho de Minas e dos mineiros. Nós não fraquejamos diante das ameaças, não acreditamos nas mentiras que foram contadas... Não é à toa que o Brasil olha pra Minas com tanta admiração!
 
3 - E o segundo turno, foi uma surpresa?
 
Para o PT, acredito que sim, mas já dava pra perceber nas ruas um crescimento do sentimento das pessoas que não estavam convencidas em votar na candidata oficial. O segundo turno deu ao país um tempo precioso para os brasileiros aprofundarem suas reflexões. Sou o primeiro a reconhecer, e fiz isso durante os últimos oito anos, os méritos do presidente Lula e os avanços que o país viveu no governo dele. Mas é necessário reconhecer também que esses avanços ocorreram graças aos governos que o antecederam. Com o presidente Itamar, tivemos o Plano Real, sem o qual o Brasil não teria recuperado a estabilidade econômica. O governo Fernando Henrique modernizou o país, estabelecendo os marcos da política econômica que, inclusive, foi mantida integralmente pelo presidente Lula. Também foi no governo FHC que importantes ações governamentais ganharam solidez na área social, sob a coordenação de dona Ruth Cardoso. Acredito que será importante para o Brasil iniciarmos agora um novo ciclo com a manutenção dos programas e ações bem sucedidos, como o Bolsa Família, mas com a implantação de uma nova gestão no plano federal  voltada para o interesse da população, e não em beneficio do projeto de poder de um grupo ou partido político. O Brasil poderá crescer muitas vezes mais, reduzindo sua desigualdade social, a partir de um Estado mais eficiente, que gaste menos com a máquina administrativa, cada vez mais partidarizada, e invista mais na melhoria de vida das pessoas.
 
4 - E o segundo turno em Minas?
 
Estamos levando a todas as regiões a nossa mensagem e os nossos argumentos a favor da eleição de José Serra. Os nossos adversários passaram toda a campanha no primeiro turno em Minas dizendo que era fundamental  que o governo federal e o governo estadual fossem  aliados, fossem  do mesmo partido político. Pois bem, agora eles têm uma oportunidade de mostrar aos  mineiros que estavam sendo sinceros,  que não estavam abusando da boa fé da nossa gente: os mineiros deram uma  demonstração inequívoca do caminho que querem para Minas. Aqueles que acham que é importante  o governo federal ser do mesmo partido que o governo estadual já tem um candidato no segundo turno: José Serra! Além disso, acredito que o significado dessas eleições está muito além de promessas de obras. Convido a todos para assistir no YouTube  a uma fala do grande brasileiro Helio Bicudo, um dos fundadores do PT, e que pode ser encontrada na internet com o nome “Manifesto em Defesa da Democracia”. São reflexões que  todo brasileiro deve fazer antes de decidir o voto. 
 
5 - Tem gente em Minas que resiste a votar no Serra porque acha que ele atrapalhou a sua candidatura à presidência.
 
Eu gostaria muito de poder dirigir uma palavra especial a cada uma dessas pessoas. Primeiro para agradecer a solidariedade para comigo. Segundo para fazer um apelo pelo voto no Serra. Em política, às vezes as coisas não são exatamente como parecem ser. A eleição do Serra é importante para Minas e para os mineiros. É importante também para o governador Anastasia, para o senador Itamar e para mim. Com ela, vamos fortalecer Minas no cenário nacional e criar condições  para que esse espaço de Minas seja cada vez maior. Serra é a porta  de entrada  para o futuro de Minas!

6 - É mais difícil conseguir ganhar a eleição de Anastasia ou virar para Serra agora no segundo turno?

Tínhamos no início da campanha uma situação extremamente desfavorável nas pesquisas, mas acreditávamos que ganharíamos o tempo inteiro por duas razões. Tínhamos o melhor candidato e as melhores propostas para Minas Gerais. Isso se repete no plano nacional. Temos o melhor candidato e as melhores propostas para o Brasil. Ao contrário até de alguns companheiros eu estou muito otimista. Estive em oito estados e percebo uma movimentação silenciosa na direção do candidato Serra. Até pessoas que prezam pelo presidente da República e têm por ele respeito e eu próprio tenho por ele respeito, apesar de discordar de algumas das suas atitudes ao longo dessa campanha estão percebendo que quem vai governar o Brasil ou é o Serra ou é a Dilma, não há mais uma terceira opção. A partir de primeiro de janeiro, Lula não será mais presidente da República. E acho que existe um eleitorado até simpático ao presidente que caminha e se movimenta na direção de José Serra, pelo que ele representa, pela segurança que ele traz, pela tranqüilidade que ele dará a todos os brasileiros. O Brasil vem vivendo uma construção sucessiva de avanços ao longo dos últimos 25 anos e José Serra, a partir dos avanços conquistados até aqui, vai permitir que o Brasil avance ainda mais. Estou muito otimista e vejo também na Bahia esse clima de virada chegando.

7 - Minas Gerais vai ser fundamental?

Tenho feito o que posso. Tanto que dentro de Minas Gerais temos uma longa agenda de viagens esta semana inclusive com a presença do companheiro José Serra. E tenho ido onde os companheiros acham que a minha presença possa de alguma forma trazer estímulo, trazer confiança. Eu não acho que o líder impõe o voto. O líder político, alguém respeitado politicamente, pode eventualmente chamar atenção para seu candidato, falar das virtudes do seu candidato, mas a decisão, numa democracia, ela é solitária, é do eleitor, na cabine eleitoral. Estou muito confiante de que os nossos adversários poderão ter uma surpresa no próximo domingo. É um sentimento muito sincero que eu colho. Não será uma eleição simples, uma eleição fácil, mas esta parcela do eleitorado que ainda não se decidiu por um ou por outro, que não votou nem em Serra, nem em Dilma, no primeiro turno, ela tende a tomar sua decisão nos últimos dias, nos últimos momentos. Acredito que Serra se apresenta como aquele que tem as melhores condições de fazer com que esse Brasil seja realmente um Brasil de todos e para todos. E não apenas para companheiros do partido. 

8 - Minas pode ser decisivo senador?

O voto em Minas vale tanto quanto em qualquer outra parte do país, o mesmo que vale no Nordeste, em São Paulo. É preciso que como um todo nós avancemos, acho que vamos avançar, sim, em Minas, como é preciso avançarmos em São Paulo, como acho que vamos melhorar nossa posição no Nordeste, em especial na Bahia. Nosso sentimento é que há essa movimentação. E essa movimentação poderá nos levar à vitória no próximo domingo. Portanto, deixo a Bahia hoje muito confiante de que estamos vendo um movimento de vitória do Serra.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".