segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Efe, AP e Agência Estado
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Na sede da representação brasileira, Zelaya disse a jornalistas que retornou a Honduras para dialogare desenhar um caminho de retorno à paz e à tranquilidade.
Mais cedo, o líder deposto havia afirmado em entrevista por telefone que voltou ao país e pediu por um "diálogo nacional e internacional". "Não posso dar mais detalhes, mas já estou aqui", disse Zelaya ao canal 36 da televisão local. Anteriormente, a chanceler do governo de Zelaya, Patricia Rodas, havia dito que ele estava na sede das Nações Unidas (ONU) na capital, embora o escritório da ONU na cidade houvesse negado a informação.
OEA convoca reunião
A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma reunião de emergência para o final da tarde de hoje. O secretário-geral do órgão, José Miguel Inzulza, disse que o encontro visa debater a volta de Zelaya ao país. O diplomata disse ainda que o governo de facto deve garantir a integridade física do governo deposto.
"Queremos pedir calma aos envolvidos neste processo, e assinalar às autoridades do governo de facto que devem se fazer responsáveis pela segurança do presidente Zelaya e da embaixada do Brasil", afirmou Insulza em comunicado. Inzulza disse ainda que está a caminho de Honduras.
EUA pedem calma
O porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Ian Kelly, garantiu que Zelaya está em Honduras e pediu calma a ambos os lados da disputa política. "Creio que no momento tudo que se pode dizer é reiterar nosso pedido diário para que ambas as partes desistam de ações que tenham um desenlace violento", disse. A embaixada americana no país centro-americano está buscando mais detalhes sobre o caso.
Chávez exalta Zelaya
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, também confirmou o retorno de Zelaya. "Informo que o presidente Zelaya, viajando durante dois dias por terra, cruzando montanhas, rios, arriscando sua vida, com apenas quatro companheiros, conseguiu chegar à capital de Honduras e está em Tegucigalpa", afirmou.
"Exigimos aos golpistas que respeitam a vida do presidente, que entreguem o poder pacificamente", acrescentou o líder venezuelano, que vai entrar imediatamente em contato com outros governos da América Latina e de outras partes do mundo para ativar as iniciativas previstas para o retorno de Honduras à ordem constitucional e democrática.
Governo de facto nega
Antes da confirmação de que Zelaya estava na embaixada brasileira, o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, afirmou em entrevista coletiva que sua administração dispunha de "provas de que Zelaya não está em Honduras" e que o líder "está tranquilo em uma suíte de um hotel da Nicarágua". Segundo Micheletti, um jornalista local estaria fazendo "terrorismo midiático para provocar a população". Desde então, ele não voltou a público.
Zelaya foi deposto em um golpe militar em 28 de junho. Ele tentava aprovar um referendo para alterar a Constituição do país. Os oposicionistas afirmam que Zelaya buscava na verdade realizar alterações inconstitucionais para permanecer no poder. O presidente de facto do país, Roberto Micheletti, havia dito anteriormente que Zelaya não poderia voltar ao país, ou seria processado. O governo interino não obteve reconhecimento internacional.
Atualizada às 17h23 para acréscimo de informações.
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