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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

SOMOS TODOS LIBERTINOS - SOCIEDADE PSICOPATOPLÁSTICA

Fonte: MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

DOMINGO, 20 DE SETEMBRO DE 2009

 
Cavaleiro do Templo: veja o vídeo e o artigo e entenda a nossa SOCIEDADE PSICOPATOPLÁSTICA (palavra usada no vídeo pela Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva) e o porque de "nóçus líderez" serem quem e o que são.
 
Dizer que somos todos libertinos, isso é, livres de qualquer peia moral, devassos, dissolutos, depravados, licenciosos, pode parecer ofensivo. Digamos, então, que existem graus de libertinagem conforme a época e a sociedade. Por exemplo, o Império Romano em sua decadência foi extremamente devasso.

Quanto ao Brasil, se comparado a outros países, já nasceu dissoluto. Que se rememore a exploração e a colonização do gigantesco território feito de modo ganancioso e desleixado. Daquela “embriogenia defeituosa” moldou-se nossa maneira de ser, nossa visão de mundo, nossa mentalidade do “rouba, mas faz”, do “levar vantagem em tudo”, do “se eu estivesse lá faria o mesmo”. Desde o início a plasticidade de costumes, o oceano imenso entre os colonizadores e a matriz de costumes mais rígidos. Nas imensidões a serem desbravadas logo se aprendeu que não “existe pecado do lado debaixo do Equador”. E na simulação de uma moral inexistente nos movemos desde os primórdios na mentira que trespassou nossas instituições políticas, econômicas e se entranhou profundamente no tecido social.

Cavaleiro do Templo: eu já não posso aceitar que uma colonização feita deste ou daquele jeito possa produzir sem outros componentes externos e/ou internos este ou aquele tipo de povo, por assim dizer. Países foram colonizados com população carcerária e estão infinitamente melhores que nós, do ponto de vista da qualidade de povo. Acho que devemos aceitar que somos antes de tudo um bando de depravados (a maioria), sem jogarmos integralmente a culpa nos portugueses ou outros colonizadores. A coisa boa é que não precisa-se que 90% do povo preste, basta que aos DEZ POR CENTO que valem muito tenham espaço, sejam tornados líderes e inspiração para os demais. O difícil está e sempre foi levar estes 10% a todas as casas brasileiras, mesmo com TV e internet por aí a já algumas décadas...



É certo que todos os povos mentem. Que em todas as nações a mentira é uma das técnicas mais apuradas de conquista de poder e que a humanidade como um todo se compraz na mentira porque precisa de ilusão, de guias mentirosos, de falsas metas utópicas. Mas, também é certo que em certos países os poderes constituídos são mais respeitados, que suas atividades econômicas costumam se processar em níveis mais leais que nossas costumeiras práticas corruptas, que a confiança mútua é mais generalizada.

Isso, é claro, não produz santos, apenas indivíduos menos libertinos, porque em tais contextos sociais existe o funcionamento mais adequado da lei. Justamente a expectativa de que leis vão ser cumpridas constitui a melhor advertência para que libertinos pensem duas vezes antes de infringi-las.

Nós somos sabidamente o país da impunidade. Nossa Justiça é morosa. Exemplos dados pelo Judiciário nem sempre são dignificantes. Estamos longe da isonomia capaz de fazer justiça. Nossa Constituição pode entrar para o livro dos recordes tal a profusão de leis que contém em contraste com seu pífio cumprimento.

Entretanto, conforme o pensamento de Thomas Hobbes, em O Leviatã, poucas e boas leis são necessárias para o bem do povo. Esse filósofo político, diferente de Aristóteles para o qual o homem era naturalmente sociável, naturalmente cidadão (zoon politikon, animal político) pensava que a natureza não colocou no homem o instinto de sociabilidade, pois “o homem só procura companheiros por interesse ou necessidade”. Deriva daí a importância de um poder comum, ou seja, do Estado como gerador das leis e, portanto, capaz de assegurar a segurança e a paz.

Entende-se a partir daí a importância dos Poderes Legislativo e Judiciário, que compõem com o Executivo o tripé do Estado Democrático de Direito. O problema em nosso país é o funcionamento desses Poderes, na medida em que o Legislativo e o Judiciário sempre foram a reboque de um Executivo excessivamente centralizador.

No momento a centralização se acentua. O Congresso Nacional, sobretudo, a Câmara, se submete aos desejos presidenciais. E o Judiciário está passando por mais um teste crucial de credibilidade em sua instância mais alta, o Supremo Tribunal Federal.

Para pertencer ao STF é necessário ser brasileiro nato, ter mais de 35 anos, exibir notável saber jurídico e apresentar reputação ilibada. O candidato a ministro é indicado pelo presidente da República e o Senado pode aceitá-lo ou não.

Pois bem, com a vaga deixada pelo ministro Carlos Alberto Direito, que faleceu recentemente, o presidente Lula da Silva indicou para preenchê-la o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli. Reprovado duas vezes em concurso para juiz estadual, o notório saber do companheiro se resume a ter sido advogado do PT e amigo de poderosos petistas tais como José Dirceu, algo capaz de abrir portas que costumam estar fechadas para “pessoas comuns”. Contudo, coisa mais grave, Toffoli foi condenado em dois processos que correm em primeira instância no Estado do Amapá. Se o Senado aceitar a indicação presidencial como sempre ocorre e os processos de Toffoli chegarem ao STF com ele lá, como é que fica?

Note-se que para o Executivo e o Legislativo não existe o critério de reputação ilibada, o que é pena. Mas se há para o Judiciário, como pode o presidente da República indicar para tão elevado cargo alguém sobre cuja reputação paira dúvidas relativas à prática de atos imorais e ilícitos?

Isso não tem problema. Afinal, se a maioria pudesse faria o mesmo que o companheiro Toffoli fez no Amapá. E se a entrada do jovem advogado-geral da União acabar de vez com o que resta de credibilidade no STF, aqueles poucos que disso tomarem conhecimento darão de ombros. No Brasil o direito de ser libertino é assegurado. Os companheiros do PT que o digam.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".