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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Brasil: opção preferencial pela ilegalidade – Parte 2



Por Graça Salgueiro


Ontem o governo brasileiro desferiu o golpe mais baixo, desrespeitoso e ilegal contra o governo de fato de Honduras, quando participou da conspiração para abrigar clandestinamente em sua embaixada o presidente deposto constitucionalmente Manuel Zelaya.

Para que se possa compreender este fato, é necessário recuar um pouco no tempo e ler o que diz na Resolução Final do XV Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido no México entre 22 e 23 de agosto, em seu parágrafo décimo quinto, item 2, onde os principais temas debatidos foram o acordo militar Colômbia-Estados Unidos e o “golpe” em Honduras:

“Décimo quinto (...)

2. Apoiar decididamente a esquerda hondurenha nos termos da resolução particular por este XV Encontro”

Ora, o que de tão secreto acordou-se nesta “resolução particular” que apenas os eleitos puderam tomar conhecimento? Não se sabe mas é possível presumir, depois do que ocorreu ontem em Honduras. Desde que Zelaya foi deposto a posição do Brasil sempre foi coerente, não com os fatos e a realidade, tampouco com o que diz da boca para fora ao defender a democracia, a soberania nacional e a auto-determinação dos povos, mas ao ideário comunista. Cortou vários acordos bilaterais que mantinha com aquele país, desconheceu o novo governo bem como os funcionários da embaixada, cancelou os vistos dos hondurenhos residentes no Brasil, além de insistentemente exigir do comuno-muçulmano presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que apertasse o cerco contra o novo governo de Roberto Micheletti.

Obama apertou mas não tanto quanto desejavam Lula-Chávez-FARC, que queriam a caveira de Micheletti e seu acólito Zelaya outra vez no poder, para dar prosseguimento aos planos de comunizar Honduras e fazer dela um paraíso do narco-terrorismo como esteve quase a ponto de se tornar.

Agora, depois que atiçaram fogo ao paiol de pólvora, reagem em um coro cínico e hipócrita todos os que contribuíram para este fato. Inzulsa deixa cair a máscara e novamente volta a insistir na aprovação do pacto de São José da Costa Rica, proposto pelo presidente Oscar Arias, que pede a anistia a Zelaya e sua volta ao poder. Ademais, joga o mesmo jogo sujo que as FARC e Chávez fazem com Uribe, quando dizem que “ele” não quer se abrir ao diálogo. Em um comunicado emitido ao governo hondurenho, Inzulsa diz: “Quero fazer um chamado à calma aos atores envolvidos neste processo, e assinalar às autoridades do governo de fato que devem tornar-se responsáveis pela segurança do presidente Zelaya e da embaixada do Brasil”. Ora, se cabe alguma responsabilidade nisso é ao Sr. Luiz Inácio e ao Sr. Hugo Chávez, mentores da patifaria!

O embaixador do Brasil em Honduras, Ruy Casaes, por sua vez, diz que Zelaya chegou “por meios próprios, pacíficos e acompanhado de sua esposa e outras pessoas”. As palavras-chave neste momento são “diálogo”, “calma” “pacificação”, “respeito à democracia”. São repetidas à exaustão para que o povo fixe apenas o que é dito, enquanto as ações não têm NADA de pacífico e muito menos democrático. Os seguidores de Zelaya já começaram seus atos de vandalismo, depredando, saqueando e até um carro da Polícia foi incendiado e, no entanto, todos os favoráveis à desordem e ao desrespeito à Constituição, acusam a oposição daquilo que eles fazem.

Uma das provas mais fidedignas de que este retorno de Zelaya estava planejado desde o Foro de São Paulo e de comum acordo entre Lula e Chávez é que, quem primeiro deu a notícia foi a rede de TV TeleSul, e a primeira pessoa a falar com Zelaya por telefone foi Chávez. Ousado, este delinqüente bolivariano mandou uma clara ameaça a Micheletti: “Esperamos que os golpistas entreguem o poder e não vão massacrar esse povo ou tentar uma loucura. O mundo está na expectativa”. No entanto, logo após se certificar de que a embaixada do Brasil havia recebido clandestinamente Zelaya, o presidente Micheletti fez este comunicado que apenas pede o que é legal: que o Brasil ofereça asilo político a Zelaya ou o entregue às autoridades para ser julgado como qualquer outro cidadão que tem um processo pendente na justiça.



Até agora o Brasil não se pronunciou mas Lula disse desde New York - onde foi para a reunião da comunista e cúmplice ONU -, muito inflamado e com os olhos esbugalhados, que “não se pode mais admitir na América Latina, que militares dêem golpe de Estado e fiquem impunes isto é intolerável!”.

Esta atitude mesquinha, covarde, ilegal e condenável sob todos os aspectos do governo brasileiro, trará, como já está sendo visto, conseqüências muito nefastas, sobretudo aos hondurenhos que serão as vítimas desta rebelião que começa a se formar. Que recaia sobre os ombros e a responsabilidade dos Srs. Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia e Celso Amorim, os danos físicos, morais e materiais que ocorrerem ao povo hondurenho. E se houver um massacre, não culpem o presidente Micheletti ou as Forças de Segurança hondurenhas, mas aos que agiram clandestinamente, de má-fé e calculadamente, tramando desde o Foro de São Paulo, conluiados com a OEA, a ALBA e a ONU.

Se houver um massacre em Honduras, terá sido planejado e executado por estes mesmos que advogam pelo “retorno à democracia”, do mesmo modo que foram planejados os massacres de 11 de abril de 2002 na Venezuela, e em 11 de setembro de 2008 na Bolívia. Seus autores são os mesmos de sempre e nós os conhecemos bem!

Um comentário:

Gays de Direita disse...

Não nos esquecemos, quando Evo Morales nacionalizou as unidades da Petrobrás na Bolívia, toda a esquerda brasileira, sobretudo o presidente, disse que aquilo era problema da soberania boliviana e que não deviamos interver. O presidente, inclusive, disse que se sentiu horrorizado com o "ódio" das pessoas com um país-vizinho tão fraco e pobre com a Bolívia, referindo-se àqueles que sustentavam uma invasão militar por parte do Brasil.

Desta vez, entretanto, o que estamos vendo É A INTERFERÊNCIA do Brasil (ou melhor, da esquerda no poder) na soberania de Honduras. O interesse do Lula em preservar as soberanias nacionais do continente latinoamericano é norteado pelos interesses do FORO DE S. PAULO. E QUEM NÃO VÊ ISSO, OU FAZ PARTE DO ESQUEMA OU É IGNORANTE!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".