05/08/2008
BBC Brasil
A cinco dias do referendo revogatório, que vai decidir os mandatos do presidente Evo Morales, de seu vice e de oito governadores, líderes da oposição na Bolívia estão em greve de fome exigindo que o governo retorne às regiões produtoras de petróleo, parte da receita gerada pela venda do produto.
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Pichação em Santa Cruz de la Sierra
Vinte e cinco líderes civis já aderiram ao protesto em Santa Cruz, entre eles o presidente do Comitê Pró Santa Cruz, Branko Marinkovic, e dirigentes das câmaras empresariais. Prefeitos e governadores da oposição vêm se somando à greve.
A oposição exige que o governo devolva 30% de um imposto petroleiro cortado para financiar a concessão mensal de US$ 28 aos cidadãos maiores de 60 anos.
Os manifestantes de Santa Cruz também realizam a greve em defesa do prefeito Rubén Costas, convocado pela Justiça por ter promovido o referendo pela autonomia em sua região.
TV brasileira faz sucesso
em cidade da Bolívia
"O Felipe Massa venceu?", pergunta um. "Nada. Saiu faltando três voltas para o final". O diálogo acima seria comum numa manhã de domingo. Não na Bolívia. E os moradores de Puerto Quijarro, próximo à fronteira com Corumbá (MS), não fãs de automobilismo. Eles gostam mesmo é de acompanhar a programação da TV brasileira de cabo a rabo.
De acordo com as regras, o político que receber índice de rejeição superior aos votos que teve quando foi eleito, em dezembro de 2005, deverá deixar o cargo antes da conclusão do mandato, em 2010.
Apesar do governo negar a estratégia, quando há eleições na Bolívia a prática é impedir a realização de greves, manifestações e até festas.
O governo, a polícia e as Forças Armadas garantiram que vai haver tranqüilidade para o referendo.
O presidente Evo Morales criticou a oposição pelo protesto e ainda fez piada, afirmando que eles aderiram à greve para perder peso.
"Sinto que não estão fazendo greve de fome, estão fazendo dieta, temos que ajudá-los", disse ele diante de uma multidão de simpatizantes durante o encerramento de sua campanha, em Santa Cruz.
Além da greve de fome, o governo ainda enfrenta uma onda de protestos de uma das principais centrais sindicais do país, a Central Obrera Boliviana, que bloqueou estradas e convocou greves em Cochabamba, Sucre, La Paz e Oruro.
Os incapacitados também protestam, exigindo que o governo lhes pague um bônus anual de US$ 420.
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