31/07/2008
Um dileto amigo perguntou-me ontem se os loucos não seríamos nós, aqueles que olhamos a cena política brasileira e apontamos o estado de manicômio em que ela se encontra. Afinal, os revolucionários estão se dando muito bem, ganham honrarias e dinheiro, exercem o poder de Estado, manejam enormes verbas em empresas privadas que dependem do governo, atravessam os oceanos para falar em nome de todos os brasileiros. Nadam de braçadas, como se diz na gíria. Quem está fora do festim seria o idiota e o louco, vez que as oportunidades todas estão fechadas para si. Um exemplo acabado dessa verdadeira exclusão social é o filósofo Olavo de Carvalho, um dos primeiros a apontar a demência coletiva nunca vista antes nesse país. Olavo perdeu os empregos, a renda e até mesmo a condição de residir no Brasil. De certo modo está a amargar o exílio, algo bastante doloroso para quem tem amor à pátria.
O lado bom da história do Olavo é que ele pôs entre si e o manicômio chamado Brasil uma distância higiênica, que aqueles que continuam aqui não têm como fazer. Resta-nos continuar a anunciar periodicamente que o estado de loucura tem aumentado, funcionando qual sentinelas a medir a vazão de um leito de um rio que passa por uma enchente. “A água ganhou mais um metro e está subindo”. Enchente, bem o sabemos, não poupa ninguém. Na proporção tsunâmica que estamos a ver leva-nos a esperar uma catástrofe do tamanho daquelas citadas nas passagens bíblicas, algo como a que deu origem à Arca de Noé.
Claro, dar-se bem individualmente nessa situação não é apenas alienar a alma (enlouquecer), mas também renunciar a uma existência moral. Fazer tudo que o partido mandar é a regra de ouro. Não mais ter vontade própria, nem compromisso com a família, a tradição e a verdade. Não mais ter individualidade, fazer apenas o que manda o partido. Algo assim como nos tempos de Hitler e de Lênin e demais assemelhados históricos, a exemplo de Fidel Castro na sua Ilha-prisão.
Além de loucos são imorais, os revolucionários. Sem qualquer limite. Sem eira nem beira. Cabe aqui rememorar a bela citação que Voegelin fez no preâmbulo de seu livro A NOVA CIÊNCIA DA POLÍTICA: “"A posteridade poderá saber que não deixamos, pelo silêncio negligente, que as coisas se passassem como num sonho." A frase, de Richard Hooker, terá sido o testemunho mais perspicaz daqueles tempos loucos da Reforma na Inglaterra. Os brasileiros terão, ao menos, os livros de Olavo de Carvalho e de Bruno Tolentino, esses dois gigantes que não se deixaram enlouquecer e nem abandonaram a arena e nem venderam a alma por algumas moedas de prata. Não se calaram, não comungaram do silêncio cúmplice. Temos os nosso Hookers, se é que serve de consolo.
Ontem eu lia, ainda uma vez, o livro de Ortega y Gasset MEDITACIONES DEL QUIXOTE. Nos últimos artigos que escrevi sublinhei que Voegelin chamou a atenção para a segunda realidade que é criada pelos dementes revolucionários. Voegelin o fez muito didaticamente, se se quiser, sinteticamente, citando Dom Quixote como um exemplo acabado de alienação. Ortega, um espanhol diante do grande mestre da língua-mãe, investigou o fenômeno bem mais a fundo. Demonstrou que tudo começa na Renascença, quando os europeus decidiram se descolar do real. O gênero romance é o mais adequado para dar conta dessa situação fantástica e a obra de Cervantes é precisamente aquela que o inaugurará. Não terá sido uma mera coincidência.
Ortega mostra como a segunda realidade se coloca e os homens modernos simplesmente se recusam a ver moinhos de vento quando querem enxergar gigantes no seu lugar. Nenhum Sancho Pança será capaz de enfiar a realidade como ela é na cabeça do louco voluntário.
Alguém poderia inquirir: “Por que se incomodar com os loucos? Deixemo-los à sua loucura”. Ora, se a questão fosse assim tão simples, não haveria problema algum. O ponto é que os loucos querem se tornar governantes, o que de fato tornam-se, e, a partir do poder, querem moldar os homens à sua loucura. A isso se chamou de engenharia social, cujo nome mais conhecido é socialismo. Meu caro leitor, quantos eleitores socialistas você conhece? Quantos políticos socialistas você conhece? Quantos governantes socialistas você conhece? Pois bem, todos eles são malucos de pedra e querem o poder para, loucamente, governar o Brasil. O caso mais trágico de loucura levada à forma de governo foi o da ex-URSS. O mais espetacular o de Hitler. Custaram milhões de mortos. Estamos a ver agora o caso venezuelano [acabei de ler na internet que Chávez vai estatizar o banco Santander]. E também o brasileiro. Quantos milhões de indivíduos foram sacrificados em nome dessa loucura socialista? Quantos mais serão?
Acabei de ler no site do UOL também que os mais destacados membros do governo Lula estão citados no computador do terrorista Raúl Reys, morto em boa hora pela Forças Armadas da Colômbia. Ministros, deputados, a alta hierarquia do PT, todo mundo, direta ou indiretamente citados como cúmplices e colaboradores das FARC, o que torna nossos governantes cúmplices de terrorismo, seqüestro, tráfico de drogas e tudo aquilo que as FARC têm praticado. Numa palavra, é uma perfeita loucura, é como se tivéssemos um governo delinqüente.
Governar de forma demencial tem conseqüências dramáticas, como a destruição da economia, a transformação do sistema jurídico em uma prisão e as forças do Estado numa ameaça perene contra as pessoas, em virtude da criminalização das banalidades da vida. E trás também a guerra. Se, de fato, a responsabilidade dos membros do PT for tudo isso que diz o UOL há um risco até de conflito armado com a Colômbia, o que equivale a um conflito com os EUA. Alguém poderia me dizer se não é a mais arrematada loucura, esta hipótese? Pois é disso que estamos falando. Não nos esqueçamos do recente bombardeio ao acampamento das FARC no Equador, precisamente para matar Raúl Reys.
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