SEGUNDA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2011
O arcebispo iraquiano Louis Sako
Catholic News Agency: 11 de fevereiro de 2011
Tradução: Dextra
O mundo secular ocidental é incapaz de compreender em sua totalidade a ameaça de um "novo despertar do Islam" no Oriente Médio, de acordo com um bispo iraquiano acossado por movimentos radicais em sua própria arquidiocese.
Em um entrevista à agência de notícias SIR, dos bispos italianos, o arcebispo Louis Sako, de Kirkuk, no Iraque, chamou o Oriente Médio de um "vulcão assustador" por causa das possíveis consequências de revoltas generalizadas.
Em um entrevista à agência de notícias SIR, dos bispos italianos, o arcebispo Louis Sako, de Kirkuk, no Iraque, chamou o Oriente Médio de um "vulcão assustador" por causa das possíveis consequências de revoltas generalizadas.
“Há forças e movimentos islâmicos que desejam mudar o Oriente Médio, criando estados islâmicos, califados, nos quais impere a lei da Xaria," alertou ele.
Grupos radicais presentes no Iraque, tais como a al-Qaida e o Ansar al Islam, estão apelando aos cidadãos em outras nações do Oriente Médio para que injetem um influência islâmica no que, sem isto, seriam protestos gerais em lugares como a Tunísia e o Egito.
Para o arcebispo Sako, estes apelos têm "a clara intenção de fomentar.. uma completa mudança religiosa" na região.
“Estas são vozes que podem encontrar um solo fértil no Egito e em outras partes e portanto não devem ser subestimadas, inclusive porque há potências regionais cujos líderes têm definido estas revoltas como o 'novo despertar do Islam'", disse ele.
Na prática, o objetivo destes fundamentalistas é "criar um vácuo que possa ser preenchido com temas religiosos, convencidos... de que o Islam é a solução para tudo.”
No Egito, os manifestantes insistem em que os protestos generalizados não são motivados por religião ou etnicidade, mas antes por uma insatisfação universal contra as condições sociais e políticas extremamente ruins.
Alguns temem, entretanto, que associações islâmicas organizadas, como a Irmandade Muçulmana, estão em uma posição ótima para tomarem proveito da confusão afim de se beneficiarem politicamente.
Porque as revoltas podem ser manipuladas por oportunistas fundamentalistas, o arcebispo Sako chamou o Oriente Médio de "um vulcão assustador.”
Se o Egito se tornar um estado islâmico, disse ele, será "um problema para todos" e isto trará "ondas de choque negativas para as minorias cristãs.”
De acordo com o arcebispo, a Europa e a América do Norte estão cegas para a possibilidade de tal "islamização" do Oridente Médio.
“A mentalidade ocidental não permite uma total compreensão deste risco," disse ele.
Ele explicou que a política e a religião estão entretecidas no Oriente Médio, ao passo em que há "um tremendo vácuo" entre as duas nas nações ocidentais.
Isto resulta em dois extremismos, disse ele. A mentalidade do Oriente Médio é dominada pelo Islam, enquanto que um secularismo que nega suas raízes cristãs e relega os valores cristãos à esfera privada reina no Ocidente.
Embora não apareça uma "violença física" no Ocidente, a privatização geral do Cristianismo é "contra a democracia", disse ele. "No Oriente, entretanto, é o contrário: a religião permeia tudo.”
Ele chamou o futuro do Oriente Médio de "desconhecido e assustador" e disse que a comunidade internacional é "incapaz de se mover" em reação à recente guinada dos acontecimentos.
Os cristãos iraquianos -- atormentados pela violência e falta de segurança -- vêem a crise egípcia com "tristeza", disse ele à SIR News. Eles temem que a nação do Norte da África possa cair na mesma divisão étnica e religiosa.
A própria arquidiocese do arcebispo Sako tem sido duramente atingida pela violência extremista. Nove cristãos morreram e outros 104 ficaram feridos em Kirkuk.
O temor entre os sobreviventes em relação ao Egito, disse o líder da Igreja, é que ele venha a se tornar "um novo Iraque."
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Infelizmente, o que espera os cristãos egípcios são barbaridades como esta aqui: Vídeo Legendado: o terrível testemunho de uma das reféns prensentes no massacre ocorrido na igreja de Bagdá, em 31 de outubro de 2010.
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