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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Mulheres da burka mental - Parte I

CONDE LOPPEUX DE LA VILLANUEVA
SEXTA-FEIRA, FEVEREIRO 11, 2011


Uma grande amiga da internet me mostra um debate a respeito do conflito árabe-israelense, patrocinado pelo jornal Folha de São Paulo. Dentre os participantes, chamou-me a atenção o posicionamento ideológico das duas mulheres debatedoras. Os regimes islâmicos, em geral, não são nada caridosos com elas. Alguns países admitem a extirpação do clitóris das moças; outros impõem a burka e surram as mulheres que buscam trabalho ou estudo; e em países como o Irã, o testemunho da mulher vale menos do que um homem (para não dizer que não vale absolutamente nada).Um debatedor da mesa, um português muito perspicaz, respondeu às mulheres da mesa que só a democracia ocidental permite que elas tenham essa participação nos assuntos públicos. E desafiou a todo mundo qual país islâmico há mulheres na política. Eu poderia recordar o nome de Benazir Bhutto, duas vezes primeira-ministra do Paquistão e primeira (e única) mulher a ocupar um cargo de chefia de governo de um país islâmico. Ah, ela foi assassinada pelos radicais de sua religião!
Uma delas se chama Bernadete Abrão e seu currículo é o de professora de filosofia. Encontro seu nome em um tal "Manifesto filósofos-pró Dilma Roussef", dando seu nome ao PT e à campanha da atual presidente Dilma RousseffMedo! Desde que Marilena Chauí virou referência para a filosofia no Brasil, eu costumo desconfiar desse tipo de ensino no Brasil. De fato, ela tem artigos em defesa da causa palestina, principalmente na página do vermelho, o portal do Partido Comunista do Brasil. Não sinto medo, mas pavor! A filósofa escreve num site stalinista! E ela defende a causa palestina em nome dos Direitos Humanos. O problema é o discurso seletivo dela quando a questão são os “direitos”. Ela começa o debate falando de sua fazenda no interior de São Paulo. Sua voz é melíflua, lânguida, fanhosa, para escamotear um temperamento genioso e explosivo. Isso não é problema: Stálin tinha uma voz melíflua, fanhosa e lânguida e matou umas dezenas de milhões de pessoas. É uma senhora cheia de tiques nervosos e caretas. E faz uma falsa analogia: compara a colonização judaica na Palestina com a tomada de sua própria fazendinha (ela deve estar confundindo a comunidade judaica com o MST). Fala das“gangues terroristas sionistas” que atacavam as aldeias árabes, desde o início do século XX! E depois chega a conclusão da ilegitimidade do Estado judeu. Sua ladainha é um retrato fiel da aliança da esquerda com o islamismo radical ao extremo. Até aí nada de novo. O que me assustou é que dona Bernadete, que provavelmente não deve ser islâmica, parece mais radical do que qualquer fundamentalista islâmico. É pior, embora ela se autodenomine “anti-sionista”, na prática, corrobora com todo o discurso de ódio anti-judaico dos grupos anti-semitas. Jean François Revel, no âmago de seu sarcasmo, dizia que o anti-sionismo era o tapa-sexo do anti-semita moderno. O que me surpreendeu naquela vozinha falsamente adocicada, fanhosa, não foi o ódio anti-judeu ou o apoio patético ao terrorismo islâmico. Foram simplesmente as mentiras históricas e políticas que Dona Bernadete afirmou para aquele público.
Primeiramente, a colonização judaica na Palestina foi pacífica. Ela começou quando as associações judaicas compraram terras dos árabes, com o consentimento destes. Inclusive, a proposta do fundador do sionismo era bastante pacífica. Uma boa parte do espaço judeu que hoje se chama Israel foi todo pago aos árabes. Até então, os árabes jamais conflitaram com a presença judaica na região. Dona Bernadete falsifica a história quando na sua exposição chama a Palestina de “pátria”. Nunca houve uma pátria árabe-palestina, mas sim o Império Turco, com suas várias etnias e religiões dentro de seu domínio. Os judeus, ao comprarem terras dos árabes e as negociarem com o Império Turco, tinham perfeita intenção de criar um país, com total conhecimento dos árabes e dos turcos. Nos anos 20, o Império Turco se tornou um protetorado da Inglaterra. Nesta época, havia uma possibilidade de se criar uma nação que envolvesse árabes e judeus num mesmo país. Todavia, quem destruiu essa possibilidade foi o radicalismo extremo do mufti de Jerusalém, que ao incentivar o saque das colônias judaicas, não somente hostilizava os judeus, como também mandava matar os próprios árabes simpáticos aos judeus.Claro que esses detalhes tão importantes não estão na cartilha histórica da Dona Bernadete. Na lógica dela, faseada para o público, havia uma nação árabe que foi usurpada pelos judeus (ainda que nesta mesma terra também houvesse judeus e cristãos nascidos lá). O Império Turco e o protetorado britânico sumiram do mapa.
Mas Bernadete vai mais além. Ela diz que aceitar o “sionismo” é aceitar o pacote completo de reações do exército israelense contra a população árabe. A argumentação parte da desonestidade intelectual para a mitomania. Em outras palavras, ela nos apronta uma armadilha retórica: apoiar a existência do Estado judeu é apoiar a violência contra árabes, como se uma coisa tivesse relação com outra. No geral, Bernadete dá o recado: não apóie o Estado judeu, não apóie o direito ao lar nacional judaico. Apóie sim a sua destruição pelos terroristas islâmicos. Ela ainda nos diz: Israel era ilegítima, porque a população não estava de acordo. A pergunta que fica no ar é: qual população? A população judaica? A população árabe? Por acaso os árabes, em 1947, estavam de acordo com o protetorado inglês? Ela não especifica, fica no jogo da panfletagem e da desinformação. Mas ela diz: Israel nasceu ilegalmente, porque foi feito através de lobbies políticos judeus na ONU. Então toda a legislação de nosso país é ilegal, porque no Congresso Nacional há lobbies políticos pressionando deputados e senadores a criarem leis. Bernadete ainda diz que os judeus compravam votos da ONU e ameaçavam parar de vender produtos para outros países, a partir dos Eua. Ao menos, a senhora do tique nervoso deveria saber que o próprio governo americano boicotou qualquer tipo de remessa de dinheiro e armas a Israel, na guerra de 1948. Que Israel é produto da União Soviética, em particular, do camarada Stálin, que mandou armas aos judeus, através da Alemanha Oriental e da Tchecoslováquia. Contudo, dona Bernadete, como toda esquerdista miolo mole, acha que Israel é uma invenção da geopolítica norte-americana! E ela diz que tem muito respeito e solidariedade aos judeus! Que comovente!
Bernadete não se cansa de inventar tolices na sua paranóia anti-israelense Ela diz que em 2007, uma pesquisa da opinião pública européia revelou que 70% dos europeus acham que Israel, por ser “sionista”, é um perigo para o mundo. Ela não especifica qual “opinião pública”. O que uma maioria européia ignorante pode provar, afirmando algo tão absurdo e fora de propósito? A lenga-lenga do perigo judeu para o mundo prova menos a invalidade do sionismo do que a alienação dos europeus para com os problemas do islamismo na Europa, comungada com o velho anti-semitismo. Os mesmos europeus que odeiam os islâmicos como vizinhos são também os mesmos que odeiam os judeus que têm vizinhos islâmicos. Como se a opinião pública européia, fortemente antiamericana e pró-islâmica, ao menos, no caso árabe-israelense, fosse alguma coisa séria! E ela acha que o rebanho europeu odiento dos judeus já diz tudo! Só que ela não especifica que ameaça os judeus representam ao mundo. Bernadete é esse tipo de debatedor cheio de frases feitas, parciais, cujas palavras de efeito não querem dizer absolutamente nada. Querem sim, manipular seus ouvintes. E ela reitera, soltando mais outra careta e esbugalhando os olhos: - Eu não sou anti-semita, eu sou anti-sionista!!”. E ainda termina: - sou anti-sionista e serei até a morte!”. Quando ouvi essas palavras, pensei seriamente que ela colocaria uma bomba sobre o corpo e detonaria o artefato dentro da Hebraica de São Paulo.
O leitor ainda não foi surpreendido com a outra pérola da mulherzinha do tique nervoso: ela defende as declarações anti-semitas do ditador do Irã Armadinejad sobre o holocausto.E neste ponto ela mente e relativiza de forma cínica as declarações do fanático iraniano. O premiê daquele país declarou abertamente que o holocausto nazista era uma fraude. O problema não é só esse.Armadinejad diz abertamente que quer destruir o Estado judeu. Neste caso, o holocausto não é apenas um expediente retórico, mas uma intenção, uma prática. Ele não fala em acabar politicamente com a existência de um país. Declara sim, abertamente matar todos os habitantes, judeus e árabes, daquele estado, através de armas nucleares. Ou nas suas palavras, riscar, apagar, aniquilar a“entidade sionista” do mapa.
Neste ponto, Bernadete Abrão virou uma espécie de revisionista histórica do holocausto (e por que não, revisionista das loucuras do governo iraniano?). Disse que a história dos massacres de judeus por nazistas deveria ser revisto. E por quê? Ela diz que não só judeus foram mortos: ciganos, homossexuais e demais povos também foram. O problema é que o Sr. Armadinejad não está preocupado com o sofrimento dos que morreram no holocausto ou com a verdade história, mas sim faz essas declarações para desmoralizar os judeus, no intento de matar os descendentes dessa mesma tragédia em Israel.
E a professorinha pernóstica acrescenta: a história do holocausto foi contada apenas pelos judeus. Logo, a história atual está sendo recontada. E quem está a recontando, atualmente, tal como ela diz? Os pró-nazistas europeus, naturalmente. A professora de filosofia perdeu o direito de ficar calada, porque demonstra ser uma completa ignorante sobre o assunto nazismo e sua bibliografia. Na verdade, Bernadete Abrão é ignorante até mesmo da história de Israel, já que ela não sabe nem mesmo a origem do termo “Palestina”, que ela utiliza a granel, como se fosse um país estabelecido. Um termo criado pelos romanos e que só foi reinventado como identidade nacional pelos árabes na segunda metade do século XX. Será que Dona Bernadete não sabe a diferença conceitual entre um país e uma região?
O mais espantoso é que seu discurso é capcioso e lembra a retórica dos livros revisionistas de tendência pró-nazista. Que associações judaicas e sionistas possam explorar o elemento do holocausto, isso é abertamente verdadeiro. Há um apelo desonesto sobre esse tema e uma exacerbação dos crimes nazistas, como se ele fossem “únicos”, “incomparáveis”, “indescritíveis” na história humana. Na verdade, para um estudioso de história como eu, o século XX é cheio desses massacres e genocídios. Os judeus não são os únicos privilegiados dessa lista, embora fossem uma das vítimas mais massacradas. Tampouco considero o holocausto como um dogma acima de qualquer questionamento. Como qualquer evento histórico do mundo, suas interpretações podem ser refeitas, analisadas ou até refutadas. A tentativa de dogmatizar o holocausto da parte de judeus é um enorme desserviço à memória histórica do genocídio. Entretanto, o problema de Dona Bernadete, como de Armadinejad e demais revisionistas, é de honestidade intelectual. Neste ponto, é factível afirmar, sem alarde, que são todos embusteiros, vigaristas e charlatães.
O Bispo católico Wiliamson, da Fraternidade São Pio X, quando falou aquela bobagem relativizando o holocausto, foi massacrado por associações judaicas e pela própria mídia, inclusive, sofrendo boicotes e perseguições. Ao menos, ele não usou o tapa-sexo sionista para falar o que acreditava a respeito do assunto. Nem creio que o Sr. Bispo fosse anti-semita. A repulsa de um católico conservador aos judeus pode ter origens mais teológicas do que raciais ou políticas, embora haja católicos estúpidos que defendem as ladainhas islâmicas contra Israel. O problema dele mesmo, para a opinião pública, era ser católico, o que o torna absolutamente antipático.
No entanto, Bernadete tem uma desculpa e um privilégio que a absolve: é esquerdista. E como a esquerda é fiel aliada do Islã e tem enorme poder sobre a mídia e a cultura, ela pode falar as asneiras que quiser, que não será acusada de anti-semitismo. Ela pode odiar os judeus sem chamar atenção, alardeando seu “anti-sionismo” e seu revisionismo histórico. Como ela diz que a história dos crimes nazistas foi contada pelos “sionistas”, logo, quem ela busca para seu respaldo histórico? O tiranete delinquente do Irã Armadinejad e os demais arautos do terrorismo islâmico. E ela diz: - Eu concordo plenamente com o Armadinejad! Esse pessoal dos Direitos Humanos da vida não engana ninguém. Que coisa mais chinfrim!
Depois de defender pateticamente as declarações mentirosas do regime dos aiatolás, Bernadete, histriônica e fazendo mais e mais caretas, além de morder os lábios, solta outra pérola: - Israel é um Estado teocrático e terrorista! Quando eu escutei isso, gritei um palavrão! Convenci-me de que a mulher é imbecil mesmo! Ela ainda acrescenta que todos os Estados do oriente médio são teocráticos. Ou seja, Israel, que é um Estado abertamente laico, democrático, ocidentalizado, onde há eleições livres, liberdade de expressão, de consciência, liberdade religiosa e garantias civis às mulheres, é “teocrático”, tal como o Irã, a Arábia Saudita e demais países islâmicos que aplicam “ipsis litteris” a sharia corânica em todos os aspectos da vida social e perseguem e hostilizam minorias religiosas.Será que a professora estúpida ignora que o Estado de Israel foi fundado por judeus socialistas e laicistas, dentre os quais alguns ateus?
Dona Bernadete não sabe o que é um Estado teocrático. Não sabe o que é um Estado terrorista (o Irã, que ele morre de amores, é assumidamente um), não conhece a história do povo judeu e de Israel e tampouco a do holocausto. Ela não sabe nem mesmo o que é um Estado democrático laico. A fonte fidedigna para falar de nazismo e do massacre de judeus é do lunático iraniano Armadinejad e alguns revisionistas históricos, nazistas em sua maioria. E essa esquizóide ainda fala de direitos humanos, defendendo as abjetas causas islâmicas? Se eu não visse Dona Bernadete num vídeo e só ouvisse seu discurso, juraria que ela seria capaz de usar uma burka ou um shador. Ou citaria palavras do Corão. O problema é que a burka usada por ela não é visível. Porque é uma burka mental!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".