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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Fuga de “Cano”: Santos deve dizer o que aconteceu

MÍDIA SEM MÁSCARA

Se esse aparelho chegou até o território venezuelano ou brasileiro, deve existir a prova disso. E outros radares poderiam também observar o mesmo. Disso sabem Washington, Caracas, Quito e Brasília.
Não se sabe o que é pior: se a notícia de que o Governo deixou Alfonso Cano escapar do Cañón de las Hermosas, onde as Forças Militares o tinham cercado, ou a desenvoltura com que o presidente Juan Manuel Santos tratou e trata deste gravíssimo assunto.
"É possível", foi a resposta dada a "CNN em Espanhol" pelo chefe de Estado colombiano. E isso foi tudo. Não houve outro detalhes, nem uma análise mínima do que pode ter ocorrido no domingo 13 de fevereiro de 2011 nesse rincão do sul do Tolima. Tal resposta não é só lacônica: é incompleta, é inepta e ambígua. Essa resposta permite pensar que o chefe de Estado colombiano não estava informado, ou estava mal informado. Um chefe de Estado, em matéria tão grave, não pode se contentar com dúvidas, em ter uma noção vaga das coisas. Deve saber ou, ao menos, saber que não sabe, que ignora o essencial, ou que sua informação ainda não foi verificada. Ninguém teria reprovado nada ao presidente Santos se ele admitisse que está esperando uma confirmação. Mas não, ele só disse "é possível". E deixou o país inteiro na expectativa.
O presidente deve dizer ao país o que se passou nessa escala não prevista e abusiva que o helicóptero brasileiro fez com Piedad Córdoba a bordo. Essa ativista dirigiu o aparelho com precisão até a vila de San José de las Hermosas e depois saiu com a história de que havia "copiado mal" as coordenadas que as FARC haviam lhe dado. Ela não copiou mal: nesse ponto a esperava um forte destacamento da Frente 21 das FARC, quer dizer, os guardiães mais próximos de Alfonso Cano. Foi assim como o chefe das FARC, ante a negligência do governo, e com o pretexto de entregar um seqüestrado que não estava previsto na lista deles, pôde escapar, pelos ares, segundo as versões conhecidas.
A fuga de Cano foi revelada desde a segunda-feira por um punhado de jornalistas que se atreveram a revelar, embora sem provas, que esse indivíduo havia sido retirado em um dos helicópteros brasileiros. Graças a eles, a CNN pôde lançar a pergunta a Santos. Do contrário, ninguém teria sabido que nesse domingo o país havia sido enganado pelas FARC e por Piedad Córdoba.
Crendo-se muito hábil e muito forte, o governo quis se esfregar nas manobreiras FARC. E aí está o resultado: saiu derrubado. Como muitos observadores dissemos desde há muito tempo: toda a veleidade negociadora ou de tratos, mesmo que sejam pontuais e mínimos e esporádicos, com essa gente, se sairão com derrotas para o Estado e para a sociedade. Pois jamais haverá um contato com as FARC "mínimo" que não se transforme em "máximo". Quando aprenderemos a lição?
O ocorrido no domingo é o resultado do abandono da Segurança Democrática. Ao deixar de lado essa doutrina, o governo não tem uma de substituição e escolheu sua via crucis: agora teremos que analisar as coisas do país à luz do que pode acontecer em um contexto de insegurança democrática.
O traslado de Cano a outro lugar, ou a outro país, é um fato gravíssimo para a segurança da Colômbia. O ocorrido no domingo é igualmente perigoso desde o ângulo diplomático: nesse episódio acabaram envolvidos, queiram ou não, a CICR e os governos estrangeiros, Brasil e Venezuela. Pois um grupo de TeleSur obteve misteriosamente as coordenadas que nem Bogotá conhecia e esteve presente para montar um show publicitário nessa vila. Cedo ou tarde essa gente passará à Colômbia a conta por isso.
Alfonso Cano não é um criminoso ordinário. É o chefe de uma organização comunista que se movimenta, com ajuda estrangeira, como um exército invasor da Colômbia. É ele quem decide e ordena as grandes operações e manobras, as matanças, emboscadas, seqüestros, roubos e todo tipo de delitos contra a segurança e estabilidade do país.
Por isso os cidadãos temos o direito de pedir explicações ao governo, pois se trata da segurança atual e futura de nossas famílias, de nossos filhos, de nossos compatriotas.
Uma resposta como essa ("é possível"), soa mais a uma resposta displicente dirigida a alguém que se pergunta sem ter direito a se perguntar. É isso que os colombianos somos para o presidente Santos?
Não é possível guardar em segredo o que aconteceu domingo. Parece que os colombianos somos os únicos que não sabemos de nada. Os governos certamente sabem. Basta saber que o radar de Chiribiquete teve que registrar cada um dos passos e movimentos do helicóptero no domingo. Se esse aparelho chegou até o território venezuelano ou brasileiro, deve existir a prova disso. E outros radares poderiam também observar o mesmo. Disso sabem Washington, Caracas, Quito e Brasília. Só a opinião pública colombiana ignora tudo a respeito.
E rapidamente saberão em Buenos Aires, onde Piedad Córdoba e seus cúmplices do Foro de São Paulo, quer dizer, todas as seitas marxistas do continente, celebrarão em um mitin a escapada de Alfonso Cano. De lá a ex-senadora voltará, não para um cárcere, como merece, senão para continuar em sua farsa da "mediação" desinteressada. E a pedir que a condecorem.

Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".