Joseph Farah: WND, 30 de novembro de 2010
Original: Nobody asked, nobody told
Tradução feita a pedido e por recomendação de Júlio Severo: Dextra
O deputado republicano por Nova Iorque Peter King chama o assim chamado "escândalo da Wikileaks" pior do que um ataque militar.
Se for verdade, ele nos deu uma idéia de como a administração de Barack Obama poderia responder no caso de um ataque militar real.
O procurador-geral da república Eric Holder ordenou uma investigação criminal.
Foi exatamente o que Bill Clinton fez quando terroristas muçulmanos atacaram pela primeira vez o World Trade Center, em 1993. Ele tratou a coisa como se fosse um crime casual de rua. E o resultado daquele erro imenso foi a destruição do World Trade Center e a perda de 3 000 vidas oito anos depois, no pior ataque já cometido contra os Estados Unidos.
Mas este erro é maior e, sob vários aspectos, pior do que o de Clinton. Porque estes vazamentos são um sintoma de um pesadelo de segurança nacional da autoria do próprio Obama.
Somente uma administração sem qualquer respeito por segredos poderia permitir uma lambança destas, para começo de conversa. E Obama não dá sinais de ter alguma idéia do que há de errado em seu próprio governo.
Os Estados Unidos são motivo de chacota em todo o mundo hoje, como resultado de sua seu fracasso na segurança nacional. A Der Spiegel chama os vazamentos de "falência da política externa americana."
"Nunca antes na história uma superpotência perdeu controle de tamanho volume de informações sensíveis..." disse a revista alemã. "Nunca antes a confiança que os aliados têm no país tinha sido tão abalada." O jornal britânico escreveu: "A impressão que dá é a de uma superpotência vagando inerte em um mundo onde ninguém se comporta como se espera. "
Sim, Sr. Obama, há gente ruim aí no mundo para quem os Estados Unidos não têm nenhuma serventia - nem com o Sr. no timão.
Mas quem é o responsável?
Um dos que estão sendo acusados é o soldado Bradley Manning - um jovem que não deveria estar no exército porque é homossexual. Entretanto, ele não só teve permissão para servir, mas também teve acesso aos mais importantes segredos de segurança nacional, centenas de milhares de documentos classificados, que ele liberou ao WikiLeaks.org.
Este foi um garoto definido desde terna idade por sua por sua homossexualidade, de acordo com o New York Times. Seus amigos no Exército sabiam que ele era homossexual. Mas ninguém perguntou e ninguém disse.
Eis aqui como o New York Times contou a história, em agosto passado: "Mas foi a cerca de dois anos, quando o soldado Bradley Manning veio aqui [a Cambridge, Massachussets], visitar um homem por quem ele tinha se apaixonado, que ele finalmente pareceu ter encontrado um lugar ao qual se ajustava, um círculo social que incluía hackers com motivações políticas e seu namorado, um drag-queenprofesso. Então, quando sua carreira militar parecia não ter muito futuro, o soldado Manning, de 22 anos, apegou-se cada vez mais àqueles amigos, em busca de apoio moral. E agora alguns daqueles amigos dizem se perguntar se o seu desespero por aceitação - ou ilusões de grandeza - pode tê-lo levado a revelar a maior parte da massa de segredos desde os Papéis do Pentágodo."
Quer dar uma olhada no tipo de pessoa responsável por este ataque contra os Estados Unidos?
"Na escola, Bradley Manning era claramente diferente da maioria dos seus pares," disse o Times. "Ele preferia hackear os jogos de computadores a brincar com eles, disseram os vizinhos. E eles disseram que ele parecia ter opiniões que estavam além de sua idade sobre política, religião e até sobre deixar a religião de fora da política. Em sua cidade natal no cinturão da bíblia, sobre a qual ele certa vez escreveu em tom de troça que tinha "mais bancos de igreja do que gente", o soldado se recusava a recitar partes do Juramento de Lealdade que se referiam a Deus e a fazer trabalhos escolares que envolvessem as Escrituras. E se um professor questionasse suas opiniões, ele era rápido em reagir."
Manning alistou-se no Exército para ajudar a pagar a faculdade e adivinhe o que o Exército fez com ele? Deu-lhe um cargo com assesso a informações secretas e o treinou como analista de inteligência. Então, depois que Manning se apaixonou loucamente pela drag queen Tyler Watkins, o Exército o mandou para o Iraque.
A propóstico, ele manteve o acesso a material secreto, a pesar de sofrer repreensões por duas vezes, inclusive por assediar um funcionário. Ele também disse a amigos que usava drogas quase ao mesmo tempo em que copiava centenas de milhares de mensagens diplomáticas para serem publicadas pelo Wikileaks.org.
Manning vai receber uma longa pena de prisão pelo que fez. Ninguém duvida de que outros acabem sendo processados na total extensão da lei. Mas eu não culpo tanto estes desajustados por fazerem o que se esperaria que fizessem. Eu culpo o sistema de cegueira moral e a desconexão em relação ao senso comum que praticamente tornaram isto inveitável.
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