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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Grampos e espionagem: realidade que a hipocrisia “ignora”

MÍDIA SEM MÁSCARA

A hipocrisia que ignora a realidade da espionagem é a mesma que a aplica com maior
intensidade quando está no poder.


Na ordem local os "grampos" do DAS (Departamento Administrativo de Segurança) e na mundial, a revelação de documentos secretos de diplomatas norte-americanos, desataram incontáveis tormentas noticiosas e atitudes moralistas simuladas de opositores dos respectivos governantes. É a hipocrisia tradicional dos politiqueiros de sempre em todos os lugares do planeta. Quem tenha estudado história política ou esteja medianamente informado sobre os avatares governamentais de qualquer país do mundo, sabe que as interceptações de comunicações e a espionagem são parte da segurança dos Estados sem importar sua linha ideológica. É uma realidade que só os hipócritas "ignoram", para com ela fazer politicagem.

No caso dos Estados Unidos, toda essa parafernália de ações encobertas foi atribuída à CIA. Em Israel, ao Mossad. Na Inglaterra, ao M-16. Na União Soviética à KGB, e assim sucessivamente. Porém, além disso, todos os consulados e embaixadas do mundo, todos, sem exceção, enviam a seus respectivos governos informes detalhados de inteligência estratégica, a qual inclui análise política interna do país onde está creditado o corpo diplomático, capacidades militares, incursão na tecnologia, alianças políticas, aproximação ou rechaço com o governo representado, etc.

Para o efeito, os métodos utilizados variam de acordo com a capacidade econômica e potencialidade de inteligência militar de cada país. A gama é muito ampla. Inclui espiões humanos, infiltração em organismos-chave, como fazem Chávez, Lula, Castro, Correa e os demais comunistas na América Latina, espiões tecnológicos como fazem Estados Unidos, Rússia, China, Israel, Alemanha, França, Canadá, etc., equipamentos de alta tecnologia como fazem sem exceção todas as potências, pagamento de informantes, publicações com desinformação, etc.

No caso do grampo do DAS, isto nem é novo nem desgraçadamente será a última vez. Grampear os telefones ou as comunicações de personalidades de interesse para o desenvolvimento de projetos políticos tem sido uma constante na Colômbia, desde quando apareceram as comunicações. E, antes disso, liberais e conservadores utilizavam funcionários infiltrados em cargos sensíveis para conhecer o que pensava o adversário político ou como iria atuar.

É algo que os presidentes, senadores, ministros, altos magistrados, juízes, diretores da polícia ou do DAS desde sempre souberam. Portanto, também era conhecido pela oposição que agora, plena de hipocrisia, "ignora" semelhante barbaridade e questiona aos quatro ventos com moralidade de vitrine, com o objetivo de obter rendimentos politiqueiros. Ou o que é pior, altos funcionários do atual governo escandalizam aos quatro ventos, quando todo mundo sabe que essa é uma das ferramentas de poder que potencialmente utilizarão mais adiante quando se acabe a lua de mel com o eleitorado, e passe ao esquecimento o conto de fadas tecido em torno dos cem dias de Santos.

Não estamos justificando os grampos nem aceitando a violação da intimidade das pessoas. Isto é algo reprovável, venha de onde vier. Estamos pondo em preto no branco uma crua realidade que não pode ser tratada com hipocrisia, nem atitudes éticas ou morais fingidas. É um problema estrutural que demonstra a baixa qualidade de todos os dirigentes que nos governaram, cuja inaptidão para sustentar planos de governo a longo prazo foi suprida pela espionagem do que pense ou faça a oposição, cuja incapacidade funcional resume-se em que só busca a queda do governante de turno, sem se importar de que quando eles estejam no poder receberão o mesmo remédio.

No caso das relações exteriores é algo mais sério e, no caso colombiano, em que nossos cônsules e embaixadores são míopes frente a esta realidade, está em jogo a continuidade da democracia no país. Quem pode duvidar de que os diplomatas nomeados pelos governos de Chávez, Correa, Lula, Evo Morales, Daniel Ortega e o ditador Fidel Castro espionam o governo colombiano? Seria ilusão acreditar que não. Quem poria em dúvida que, além de ajudar a Morales e a Correa, Chávez e Lula não os espionam? Quem duvidaria de que, com pleno conhecimento das intenções dos membros do Foro de São Paulo, Irã, Coréia do Norte, Síria, China ou Rússia, a Casa Branca não os espiona?

É preciso ser ingênuo ou um cínico em tempo integral para duvidar disto. A hipocrisia que ignora a realidade da espionagem é a mesma que a aplica com maior intensidade quando está no poder. Nem mais, nem menos.


* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com

Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".