26.11.2010 - 5:56pm
Em visita oficial à Guiana, onde recebeu a maior condecoração do vizinho país, Luiz Inácio da Silvanovamente destilou o seu messianismo ao declarar que prestará todo o apoio necessário ao estado do Rio de Janeiro, que nos últimos dias vive um clima de guerra por conta do confronto entre policiais e traficantes da Vila Cruzeiro. “Tudo o que precisarem e tudo o que possamos fazer pelo Rio, nós faremos. O que não é humanamente explicável é que 99% das pessoas de bem, trabalhadores, querem viver em paz e são afetadas por grupos violento”, afirmou o presidente.
Prestar ajuda ao cidadão é o mínimo que o Estado, como um todo, deve fazer. O que beirou o incompreensível foi o silêncio de Lula da Silva diante do caso que se instalou na região metropolitana do Rio, por causa da incompetência de Sérgio Cabral Filho (PMDB) como governador. O clima de insegurança pública em que se encontra o segundo mais importante estado brasileiro seria suficiente para, em um país minimamente sério e responsável, ser alvo de intervenção federal.
Pelo fato de Cabral Filho ser um aliado de Lula e dos ocupantes do Palácio do Planalto, nenhuma crítica lhe foi dirigida. Tivesse ocorrido a mesma situação em um estado governado pela oposição, o PT já teria promovido uma ruidosa manifestação, com direito a discursos ufanistas no Congresso Nacional.
Apenas para refrescar a memória dos leitores, quando a capital fluminense enfrentou uma greve dos servidores municipais da saúde, Lula não hesitou em ordenar que o Exército montasse hospitais de campanha em toda cidade, como forma de desacreditar o então prefeito carioca, o democrata César Maia. Agora, como se a segurança pública fosse menos importante que a saúde, Lula opta por um silêncio conivente e obsequioso.
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