Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MORAL E CRIME

HEITOR DE PAOLA
30/11/2010

Ubiratan Iorio

Desencantado com os rumos do Brasil, não fiz nenhuma postagem durante todo este mês. Mas, para que novembro não passe em branco, vou escrever sobre os recentes episódios protagonizados pelas forças policiais, com apoio das forças armadas e aprovação praticamente unânime da população do Rio e do Brasil, em que os traficantes alojados na Vila Cruzeiro e no chamado Complexo do Alemão foram expulsos das tocas (algumas até com banheiras de hidromassagem) em que se escondiam e de onde aterrorizavam a população, não só a daquelas “comunidades”, como a de todos os cidadãos cariocas.

A “turma dos direitos humanos”, em virtude do apoio da população às operações policiais, meteu sua viola no saco e, para bem de todos, calou-se. De vergonha. Ou por saber ser inútil continuar a defender bandidos.

Não vou narrar os fatos, porque já são do conhecimento de todos. Vou apenas mencionar algo que julgo ser importante frisar e refrisar: a raiz de todos os males decorrentes do narcoterrorismo não está nas fronteiras por onde entram as armas, nem no lado da oferta do mercado de drogas está no lado da demanda. Desde Carl Menger, os economistas austríacos já sabiam que o valor de um bem depende essencialmente da demanda por esse bem. Assim sendo, se ninguém consumisse drogas, o valor das mesmas seria zero. Não haveria, portanto, traficantes e nem narcoterrorismo.

Isso nos remete imediatamente à questão moral. O mundo está carecendo de valores morais sólidos, aqueles que nos eram passados de geração em geração e, mais do que carecendo, está se afastando deles a olhos vistos, pelas tentativas sistemáticas de desmoralizar - com a contribuição da mídia - a Igreja, a família e outras instituições que sempre zelaram (mesmo com os seus defeitos humanos) por esses valores.

Quem recebe boa formação moral dificilmente, mesmo morando em zona dominada por bandidos, seguirá o caminho do crime. Isto não depende de riqueza e nem de pobreza, mas de princípios sólidos que devem ser ensinados desde a mais tenra infância, em casa, na escola e na Igreja. Infelizmente, não vi até agora ninguém mencionar a importância desses elementos na recuperação das áreas que as forças de segurança tomaram: vejo falarem em “políticas públicas” (uma expressão mágica), mas não em fortalecimento da família vejo falarem na construção de quadras esportivas (não tenho nada contra), mas não em uma educação de boa qualidade vejo, ainda, falarem até na distribuição de preservativos em escolas públicas, mas não no ensino religioso.

Por isso, as cenas que mais me impressionaram nos recentes episódios foram a daquela mãe e a daquele pai que entregaram, levando-os pelas mãos e certamente com os seus corações partidos, os seus filhos – a quem certamente tentaram ensinar o que é certo e o que é errado, mas que foram cooptados pelos bandidos – para que os policiais os prendessem. Se os filhos não seguiram os conselhos dos pais, se preferiram o que o livre arbítrio tem de pior, agora terão que arcar com as consequencias.

Aquela mãe e aquele pai, apesar de perderem os seus filhos para o mundo do crime, são, moralmente, vencedores.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".