Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Olhar de Peter Sellers

MÍDIA SEM MÁSCARA

Eles odeiam Álvaro Uribe, dizem que terrorista é o presidente colombiano, mas FARC, não, não. "Que FARC?"
Um desses "insurgentes" foi vedete do 1º Fórum Social Mundial. Faltou lugar no Teatro do IPE para ouvi-lo sobre "resistência armada".
Tenho me lembrado muito de Peter Sellers. O inglês era perito em simular a dissimulação. Nas suas trapalhadas, tipo derrubar uma pilha de pratos ou entornar um aquário no decote de honorável e corpulenta madame, assumia um olhar de quem acaba de chegar, abduzido, sem a menor ideia sobre o que seja prato, aquário ou decote. É o que tenho observado por aqui.
De repente, ninguém tem coisa alguma a ver com as FARC. "Hum? FARC? Que FARC?" A gente tenta explicar: as FARC são a principal fornecedora de cocaína para o crime organizado no Brasil. Uma gente finíssima, da Colômbia, que vive do tráfico de armas e drogas. Que mantém centenas de sequestrados, anos a fio, em campos de concentração. É aquele pessoal que o governo brasileiro se recusa a declarar terrorista, alegando resguardar-se para futuro "papel mediador", e que certos companheiros gostam de erguer à condição de "força insurgente"... E dê-lhe cocaína pro Brasil. Mas nenhum sinal de reconhecimento. Olhar de Peter Sellers. Eles odeiam Álvaro Uribe, dizem que terrorista é o presidente colombiano, mas FARC, não, não. "Que FARC?"
Um desses "insurgentes" foi vedete do 1º Fórum Social Mundial. Faltou lugar no Teatro do IPE para ouvi-lo sobre "resistência armada". Note leitor: a Colômbia é um país democrático, com eleição cada quatro anos. Os comunistas de lá bem poderiam buscar o poder no voto. Mas aprenderam, com Cuba, que abrir passagem à bala dá poder por meio século. Olha o Fidel! Assumiu estalando de novo e quando saiu parecia maracujá de gaveta.
Enfim, os colombianos iam e vinham. Davam entrevistas. Usavam codinome. Javier Cifuentes, Julián Romero, Oliverio Medina. Eram vistos em encontros do MST. De tanto circularem por aqui, os rapazes conheciam pelo nome os garçons das boates, elogiavam nossas picanhas e se queixavam do frio. Mas se perguntarmos por eles, se apontarmos os peixinhos no decote da madame, surge aquele olhar de quem simplesmente não sabe o que seja peixinho nem decote. Concluo que vinham por conta e por nada, apreciar o pôr de sol e tomar chope nas bocas da Lima e Silva. Falavam com ninguém, ultrapassavam nenhuma soleira e ... voltavam pro mato.
***
Na mais recente demonstração de seu totalitarismo, o regime dos irmãos Castro anunciou que libertará meia centena de presos políticos. Ora, companheiros! Se podia soltar, por que prendeu? Se devia prender, por que soltar? E aí, peço que me expliquem: como apóiam um regime desses? "O quê?" Olhar de Peter Sellers. "Sempre reprovamos as práticas do regime cubano!" Em vão você lembrará que uma viagem a Cuba, com Lula ou sem Lula, era prêmio disputado. Que com recomendação partidária, os militantes iam estudar medicina no Caribe. Que o regime podia matar sem constrangimento quantos "negritos" quisesse, porque era sempre com absoluta razão que o fazia. Mercedez Soza desistiu. Até Saramago desistiu. Mas a turma continua fiel. Ainda agora, quando o mártir Orlando Zapata morreu de fome, lá estava Lula, em Havana, tirando retrato abraçado com Fidel. Coube, então, ao nosso presidente, diante daquele desastre moral, fazer olhar de Peter Sellers e explicar seu silêncio alegando que a autonomia das nações merece respeito. Donde deduzi que, para os companheiros, Honduras não é uma nação. Peter Sellers, ao menos, era muito engraçado.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".