Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Argueiro e a Trave

BLOG DO JHEITOR


Recentemente recebi de meu sempre vigilante amigo Cavaleiro do Templo, por email, uma entrevista veiculada no blog do ex-deputado José Carlos Gratz e extraída do jornal virtual Maceió Agora (http://www.maceioagora.com.br/noticias/noticias.asp?cod=28766) que tratava da inconstitucionalidade da lei chamada Ficha Limpa. Segundo o ex-ministro do STF Eros Roberto Grau, a lei coloca em risco o Estado de Direito.

"Como é que vedes um argueiro no olho de vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho”? (Mateus, cap VII, vv. 3 a 5)

Quem, algum dia na vida, teve paciência de ouvir a perora de qualquer um dos ministros do STF coando um mosquito e engolindo um camelo saberá muito bem do que estou falando. Com essa prática de se gastar horas discutindo um detalhe insignificante, o Supremo absolve um Antônio Palocci e torna réu um Francenildo Pereira, humilde caseiro que teve seu sigilo bancário devassado. E por processo semelhante, Eros Grau quer fazer um tratado quilométrico sobre a lei da Ficha Limpa enquanto outros assuntos de muito maior importância passam em brancas nuvens.

Já que o ex-ministro tem o nome de um dos deuses gregos deveria também saber que para 99% dos brasileiros o etéreo “Estado de Direito” é algo assim distante como o Olimpo da mitologia grega e que essa lei, que não vai impedir ninguém de nada, em tempo algum e em lugar nenhum, não tem a mais mínima importância.

O jurista Miguel Reale nos dá o conceito de Estado de Direito:

“Por Estado de Direito entende-se aquele que, constituído livremente com base na lei, regula por esta todas as suas decisões”.

Sendo assim, o ex-ministro, diga-se de passagem indicado por Lula, se põe a esbravejar contra uma lei inócua e nem cogita perguntar-se: O que fere mais o Estado de Direito, uma lei mambembe ou um presidente que não cumpre e não respeita as leis? E se ele se preocupa tanto em não legislar, como admitiu que o Supremo mandasse ao congresso projetos de lei para serem aprovados às pressas, na calada da noite? Se não votou a favor, por que não se manifestou publicamente?

É admirável o horror dos homens públicos à publicidade, o que se nota claramente quando o ex-ministro se refere à transmissão das sessões pela TV. O público que paga impostos não pode saber, ainda que com atraso, das sagradas atividades dos deuses.

Pois muito bem; se o judiciário não pode legislar mas o faz, e se quando julga, o que é de sua competência, o faz com parcialidade, cometendo erros abissais, para que serve o poder judiciário brasileiro além de discutir o sexo dos anjos e fazer tratados sobre a constitucionalidade da lei da gravitação universal?

Por fim, o Sr. Eros Grau, depois de profetizar o retorno da censura e a queima de livros como na ficção Fahrenheit 451, sem se dar conta que a queima de cérebros já se faz há muito tempo via escola pública, se estende em explicações ambíguas, servindo-se para isso da mastigada tática socialista da relativização de valores absolutos quando fala sobre a moralidade.

Quantas vezes ouvimos os pseudo intelectuais socialistas, notadamente os psicólogos, repetirem termos e expressões como: “minha verdade”, “sua verdade”, a “verdade de Pedro ou de Joaquim”, cinicamente, às vezes inconscientemente, relativizando um valor absoluto como a verdade? Assim, o Sr. Eros diz: “a sua moralidade ou a minha”, e “há diversas moralidades”, como se moralidade fosse um valor relativo; e conclui reclamando do fato de em Brasília ele ser um cargo e não uma pessoa. Mas como ministro do STF, e ainda avesso a uma câmera de TV, quereria ele ser a estrela principal do espetáculo?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".