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terça-feira, 3 de agosto de 2010

O PT, o aborto e o voto dos cristãos

REINALDO AZEVEDO

02/08/2010
 às 3:13


Luto por uma causa que não é, como dizem, apenas religiosa. É muito mais ampla, com aspectos filosóficos, éticos, jurídicos, científicos, políticos, religiosos e espirituais. Trata-se de garantir o direito mais fundamental de todos os seres vivos: o de existir



Luiz Bassuna, deputado petista punido pelo PT por ser a favor da vida




O petismo só triunfa e tem triunfado porque seus advogados e procuradores na imprensa submetem a política ao que chamo “obscurantismo das luzes”. Como se querem monopolistas do “iluminismo” (gargalhadas!) e do “progressismo” (mais gargalhadas!), acham que não precisam responder por seus atos e por suas escolhas e pretendem censurar o debate na base do berro, interditando o confronto de idéias. O mais espantoso é que a reação dos petistas e de seus cupinchas do jornalismo é especialmente virulenta quando se atribui ao partido o que ele realmente pensa e faz. Notem que raramente gritam: “Isso é mentira!” Preferem o tom de denúncia: “Os reacionários estão nos perseguindo!” Peguemos dois temas que geram gritaria: a descriminação do aborto e as relações do partido com os narcoterroristas das Farc. Sobre o segundo, já escrevi bastante (o que não quer dizer que não possa fazê-lo de novo). Tratarei, neste texto, do primeiro.
O PT é favorável à legalização do aborto, de qualquer aborto? É!!! Foi uma decisão tomada no 3º Congresso do partido. E todos os seus membros, o que inclui a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, estão obrigados a seguir essa orientação e a lutar para torná-la uma realidade. E é o que o partido e ela própria vêm fazendo, temos de admitir (são coerentes!), embora, na boca da urna, tentem fingir que não. O Programa Nacional (Socialista) dos Direitos Humanos, que ganhou forma final da Casa Civil, então comandada por Dilma, incluiu a legalização do aborto como meta a ser atingida e, pasmem!, como um direito humano. A própria candidata concedeu entrevistas em que defendeu essa idéia. Na boca da urna, o discurso assumiu um tom ambíguo, mas que se destaque: até agora, Dilma não se disse contrária à legalização.
O PT está tão convicto da necessidade de descriminar qualquer aborto que chegou a PUNIR dois deputados que participaram de atos contra a legalização. Luiz Bassuma e Henrique Afonso tiveram seus direitos partidários suspensos por terem contrariado justamente as resoluções do 3º Congresso. Como as decisões tomadas são diretrizes partidárias, há que se concluir que, caso eleita presidente da República, Dilma vai tentar implementar o programa do partido e lutará, pois, para legalizar o aborto em qualquer caso. Posso achar, e acho, um horror, mas ela estará sendo coerente com o que pensa. Incoerente, aí sim, é um cristão — não é caso da candidata, que confessa rezar só quando o avião balança — escolher esse caminho.
Os petistas e aqueles setores da imprensa não querem debater o assunto agora. A própria oposição parece não considerá-lo muito confortável.  Os que se manifestam contra a legalização do aborto são tratados pelo subjornalismo militante como expressões do atraso, e a questão é vista como parte de uma pauta “apenas religiosa”. APENAS?
Eu sou contra a existência de partidos religiosos — no mais das vezes, faz-se má política e se pratica péssima religião. Não gosto de coisas como “bancada evangélica” ou “bancada católica”. Vejo nisso uma tentativa infeliz de manipular a crença em favor de questões demasiadamente terrenas. Mas defendo, aí sim, o direito que a Igreja Católica — e qualquer outra igreja —  tem de lembrar a seus fiéis quais são os princípios que reúne a sua comunidade. Não reconheço é o direito, o intelectual ao menos, que tem Edir Macedo de distorcer o Eclesiastespara defender tal prática, como ele faz. Não que eu me fie muito  em seus valores religiosos. Trata-se apenas de mais uma particularidade do empresário.
Não dá para ser cristão e, ao mesmo tempo, ser favorável à legalização do aborto. Não dá porque são coisas antitéticas. Não se trata de um assunto ligado meramente à esfera dos costumes, que tende a mudar com o tempo. Trata-se de um princípio e de um fundamento moral do cristianismo. Ou bem se escolhe uma coisa ou bem se escolhe outra. Por isso mesmo, vejo com assombro o tal grupo “Católicas pelo Direito de Decidir”, que defende a descriminação do aborto. Ora, é claro que elas são livres para decidir deixar a Igreja. Mas não são livres, não, para, dizendo-se católicas, travar a sua luta. Ela é ncompatível com o fundamento da crença que dizem ter. É simples assim. Ser católico é uma escolha, não uma imposição. Feita a escolha, há princípios.
Não me venham com essa conversa de que os “reacionários” de sempre estão acusando Dilma ou o PT de serem favoráveis à legalização do aborto. Trata-se de fatos. Ela concedeu entrevistas defendendo esse ponto de vista. E essa é uma resolução do congresso do partido. Ou será, agora, reacionário atribuir ao PT o que o próprio PT defende?
Por Reinaldo Azevedo

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CANÇAO NOVA NOTÍCIAS
Sexta-feira, 18 de setembro de 2009, 10h51


Após noves meses da abertura do processo, o julgamento final aconteceu nesta quinta-feira, 17. A Comissão Nacional de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT) suspendeu alguns direitos partidários dos deputados Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC) por serem contra à legalização do aborto.

A maior punição caiu sobre o parlamentar baiano. Bassuma ficou proibido de participar de decisões na legenda e na Câmara, durante um ano; o PT determinou que ele retire todos os projetos de lei contrários à descriminalização do aborto e o impediu de participar de comissões parlamentares; não vai poder votar nem ser votado nas eleições internas e, dificilmente, terá a legenda para disputar as eleições em 2010.

Henrique Afonso, que é do Movimento Pró-Vida, também respondeu a processo, mas recebeu como pena a suspensão do partido por 90 dias.

Em seu discurso de defesa, publicado no site do deputado, Luiz Bassuma afirmou que sua posição contrária ao aborto não é só uma discussão religiosa, mas atinge toda sociedade. “Luto por uma causa que não é, como dizem, apenas religiosa. É muito mais ampla, com aspectos filosóficos, éticos, jurídicos, científicos, políticos, religiosos e espirituais. Trata-se de garantir o direito mais fundamental de todos os seres vivos: o de existir”, declara.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".