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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vuvuzela, uma revolução contra os tímpanos

FILADASOPA

22 DE JUNHO DE 2010


Nem sou a fim de perder tempo falando de Copa do Mundo, mas esta na África parece que foi carimbada com a marca da insanidade geral. Afora o fato de o evento estar ocorrendo em um país onde falta a mais elementar noção de humanidade e sobra violência, fome e doença, parece que o mundo entrou em catarse coletiva adotando a mais repugnante manifestação sonora de todos os tempos. Já tem até ongueiro acadêmico fazendo leituras revolucionárias sobre o som da corneta maldita: a vuvuzela


“A mensagem da vuvuzela está soprando no vento”
Tinyiko Maluleke Sam, um acadêmico da Universidade da África do Sul (UNISA) defendeu em sua coluna Thought Leader, em um jornal africano, que a vuvuzela está "emergindo como um instrumento de autoexpressão da classe trabalhadora, e que poderia estar soprando uma espécie de revolta camponesa "silenciosa" (silenciosa ??) para além do Continente. Que um dos “medos” das classes-médias relativo à vuvuzela é que o som possa se tornar o aspecto mais memorável da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul”, afirma o acadêmico.

Tinyiko tenta dar valor ideológico para algo desprezível e miseravelmente molestador, símbolo de invasão e desrespeito. Essa corneta chinesa tornou-se um instrumento de tortura nas mãos da manada histérica. O pior é que ela pode fazer muito mal a saúde auditiva, além de causar profundo estresse.

Não foi por outra razão que me interessei por uma série de livros recentemente lançados sobre o tema “barulho”. Inclusive, publiquei um texto do NYT na coluna lateral do blogue.

Na própria página do livro de George Prochnik -“In Pursuit of Silence” -, o autor publicou evidências médicas sobre a exposição constante ao zumbido e à repetição em amplitudes tóxicas da vuvuzela.

Prochnik comentou que a revista "Lideraz" trouxe os resultados de um estudo da Universidade de Pretória (UP) que concluiu que a exposição muito próxima à vuvuzela, mesmo que breve, pode causar perda permanente da audição ou o zumbido constante nos ouvidos (tinnitus): “De fato, dos 11 participantes que aceitaram ser expostos ao ruído da vuvuzela durante uma partida em um estádio para 30.000 pessoas, todos os 11 sofreram uma deterioração acentuada de sua audição. Os pesquisadores afirmam que quem experimenta uma vuvuzela por mais de um minuto em um intervalo de menos de dois metros, corre o risco de danos permanentes na audição”.

“Se este estudo é válido, de que realmente não leva mais do que um ou dois minutos a menos de dois metros para provocar lesões auditivas permanentes, a Copa de 2010 será lembrada como a da maior massa ensurdecedora na história humana - para a bênção da indústria de aparelhos auditivos. No entanto, longe de produzir medo, o ruído da vuvuzela tornou-se motivo de comemoração”, afirma o autor.

Concluo: Esta falta de respeito – socar as vuvuzelas na orelha alheia - infelizmente caiu como uma praga no gosto do mundo e do público em geral: os ‘vuvuluzeios’ estão por toda parte - nos morros e nos “Alphavilles”. Para se ter uma idéia da extensão dessa porcaria, até os americanos já estão atacando com vuvuzelas nos jogos de baseball.

Eu ainda estou tentando decifrar alguns aspectos desse comportamento hostil que beira uma espécie de vingança coletiva, muito distante de significar qualquer paixão pelos times. Mas é o autoflagelo o que mais chama a atenção: além dos “passivos” correrem o risco de ter seus tímpanos rompidos, os próprios corneteiros fatalmente não escapam da lesão auditiva. Na África, uma mulher rompeu a traquéia na semana passada de tanto soprar a estrovenga.

Que nós [e o mundo] importamos essa síndrome africana é fato. Se veio para ficar eu não sei. Agora só falta entender o que fez com que baixássemos tanto assim nossa imunidade contra a idiotia – antes, um 'privilégio' dos ‘sem noção’.

Texto do Fila da Sopa

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".