22 de junho de 2010
A primeira delas é o seu nome de batismo, José Dirceu de Oliveira e Silva, nome pomposo que bem poderia nomear um herói. Muito menos que isso, nomeia um nefando terrorista e um dos maiores criminosos da História recente do Brasil.
A segunda é a do "companheiro" Daniel, desde cedo traidor da pátria e fiel seguidor do facínora Carlos Marighela, aquele mesmo que Lula, muito recentemente, rotulou de herói. Daniel logo descambou para a subversão, até ser preso em um congresso estudantil ilegal. Recuperou a liberdade ao ser banido do território nacional na troca por um embaixador norte-americano, seqüestrado por terroristas. O terror era a sua causa e o crime a sua vocação. Por eles fez cursos de guerrilha em Cuba, onde estabeleceu fortes laços de cumplicidade com o assassino Fidel Castro e formou nova quadrilha de malfeitores políticos, o Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), de curta duração e de triste destino.
A terceira é de Carlos Henrique Gouveia de Melo - o mesmo "companheiro" Daniel - na sua volta clandestina ao Brasil. Sob essa face, estabeleceu-se em Cruzeiro do Oeste/PR, iludiu uma pobre-rica mulher e com ela se casou, assim aumentando um pouco mais a sua extensa folha-corrida criminal.
A tão falada anistia, que a esquerda hoje tanto tenta invalidar para o lado que a venceu na luta armada, libertou Carlos Henrique da sua máscara e do seu casamento ilegal, com o quê ressurgiu das cinzas a pior face de um canalha.
Voltou à cena José Dirceu.
Curiosamente livre de um passado sujo, José Dirceu enveredou pela política legal e tornou-se expoente do Partido dos Trabalhadores e, muito mais, eminência parda daquele que acabou por eleger-se presidente do Brasil.
O circo tornou-se seu. Fazia e desfazia com o beneplácito de Lula, que tinha e ainda tem muito medo dele, por razões que a própria razão desconhece. Acredito que seja porque ele saiba de muita sujeira.
José Dirceu foi defenestrado do governo e teve cassado o seu mandato parlamentar. Agora é lobista e prossegue nas suas articulações de bastidores, com Lula e seus parceiros como as suas marionetes.
A memória nacional é cada vez mais curta e disso ele se vale.
Anteontem mesmo, um grande jornal brasileiro abriu espaço para José Dirceu para ele vomitar o seu canto de sereia e afrontar a Marinha do Brasil.
Críticas são sempre bem-vindas na democracia - tenho por hábito grafar essa palavra com inicial maiúscula. Ler a matéria de José Dirceu, entretanto me causou asco e, sobretudo, a certeza de que ele continua o mesmo, ao exaltar o assassino João Cândido, o "almirante negro". Misturou alhos com bugalhos, perversa e maldosamente, à guisa de defender um anti-racismo muito mais presente nas mal encobertas intenções de "movimentos sociais" do que na realidade de um país miscigenado como o Brasil.
É emblemática a parcialidade do articulista José Dirceu no seu agravo à Marinha do Brasil: A Marinha não condena a chibata, os castigos físicos e nem os métodos de alistamento militar utilizados então, quando os conscritos negros eram caçados a laço – contra os quais Cândido liderou o movimento – mas condena a revolta por causa das vítimas entre os oficiais (quatro) e a população civil (duas crianças) do Rio de Janeiro, bombardeado. Pior, a Marinha não condena a prisão de João Cândido, sua expulsão da Marinha, sua vida na miséria e nem o assassinato de seus 16 companheiros.
É subliminar a diferença que faz entre "vítimas" (as da Marinha) e o "assassinato" dos companheiros de José Cândido.
Não sou psicólogo e, muito menos, psiquiatra para interpretar o que diz esse homem, mas me parece desigual a relação entre os mortos de cada lado. Para mim é bem nítida a tendência para deturpar a História: danem-se as vítimas da Marinha e glória aos companheiros de um assassino frio que urinou no cadáver de seu comandante. Nessa redação comprometida, duas crianças e quatro oficiais não significam nada; os rebeldes, sim.
José Dirceu continua o mesmo, fiel à traição e ao derramamento de sangue, desde que assim seja para os seus desígnios.
Vários dos seus vinte e oito companheiros da MOLIPO tombaram em confronto com os órgãos de segurança. Com certeza, foram delatados e "deletados" por um companheiro em Cuba. Isso pode ter sido obra de Fidel Castro ou de algum amigo "revolucionário" brasileiro. Não me atrevo a apontar culpados, no entanto, tenho convicção de que Daniel conhece muito bem essa estória macabra.
Antes de redescobrir e de reinterpretar os arquivos da História da Marinha, "companheiro" Daniel, abra os seus. Os companheiros da MOLIPO descansarão em paz ou não.
Interessante em tudo isso é que um órgão da grande imprensa ainda abre espaço para essa gente.
E o contraditório?
Ah! Ele virá, certamente, em outro bostejo de José Dirceu...
(*) Paulo Carvalho Espíndola é Coronel do Exército Brasileiro
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