Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

IGREJA COMPANHEIRA

HEITOR DE PAOLA



IGREJA COMPANHEIRA


João Paulo do Rio



Quem te viu e quem te vê? A Igreja no Rio de Janeiro e o Partido Comunista do Brasil poderão ser companheiros de governo. Não, isto não é roteiro de filme de terror ou alguma piada de mau gosto, é o que pode resultar do encontro promovido pela Pastoral dos Católicos na Política, dirigida por Dom Fillipo Santoro, Bispo de Petrópolis, e o Sr. Sérgio Cabral, Governador do Estado do Rio de Janeiro. Salienta-se que a referida pastoral é vinculada à Arquidiocese da Cidade do Rio de Janeiro, e, portanto, é da responsabilidade última do Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, daí a importância do encontro.


Na referida reunião, segundo publicado na imprensa, o Sr. Carlos Dias, líder leigo católico, pré-candidato do PT do B ao governo do Estado do Rio de Janeiro, deixaria de concorrer ao pleito, em apoio a Cabral, e, em troca, seria ofertada à Igreja no Rio a indicação do Secretário de Assistência Social. Parece-nos que a referida Pastoral já assimilou bem como é que se faz política no Brasil.


Mas onde entra o PCdoB nesta história? É que os comunistas brasileiros também apóiam a candidatura do Cabral ao governo do Estado. Assim, se o atual governador for reeleito, a Igreja Católica poderá ser companheira dos comunistas. O que lhe parece?


Em que pese o tom jocoso que se possa atribuir aos fatos acima, a atuação da Igreja no Rio neste episódio é coisa séria, e merece reflexão da parte de todos, particularmente, dos católicos fiéis a Roma. Ora, é cediço que acordos políticos devem ser selados com base em princípios e que apoio e participação em governos podem ocorrer desde que haja “identidade de valores” entre as partes envolvidas, e não na base da troca de cargos e interesses menores. É assim que se faz política com qualidade, é assim que dita a norma da boa ética. Desta sorte, a intermediação de Dom Fillipo Santoro, lamentavelmente, acaba difundindo a idéia de que a Igreja Católica, no trato com os agentes do poder público, atua de forma equivalente aos maus políticos, isto é, não para servir a sociedade, mas para dela se servir.


Ademais, a negociação veiculada na imprensa deixa-nos perplexo porque, se concretizada, implicará em apoio da Arquidiocese da cidade do Rio a governo quedefende o aborto, a liberação das drogas (*) e que conta, inclusive, com o suporte do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Cabe-nos, então, a pergunta: se não há identidade de valores morais – bem, ao menos aparentemente não há – entre as partes envolvidas em questões cruciais como a da defesa da vida e da repressão às drogas, o que motivaria Dom Fillipo Santoro a negociar a participação da Arquidiocese da cidade do Rio em um governo assim? Qual seria, então, o interesse de Dom Orani Tempesta neste acordo, a quem, em última instância, deve responder a Pastoral dos Católicos na Política? Exceto os negociantes, só Deus sabe.


Outro ponto intrigante é o fato de a Igreja Católica no Rio e o PC do B apoiarem o mesmo governo e poderem vir a ter participação, direta ou indireta, nele. Gramsci deve estar soltando gargalhadas no além e o Papa João Paulo II, quem sofreu e vivenciou o comunismo real, deve estar intercedendo pelos senhores Bispos: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (LC 23, 34).


Esta negociação gera uma profunda tristeza em todos os católicos fiéis a Roma, pois os companheiros alhures dos comunistas, onde tiveram a oportunidade, profanaram os templos, as imagens sacras, assassinaram leigos, religiosos, bispos, tudo sem o menor pudor, e, inclusive, até chegaram a exibir os cadáveres de suas vítimas como troféus. Vale lembrar à Pastoral dos Católicos na Política que milhares são as vítimas dos comunistasAliás, aqui ao lado, na Venezuela, por exemplo, a Igreja está sofrendo perseguições, e com o apoio do governo do mencionado país, Nosso Senhor Jesus Cristo é pintado na última ceia repartindo o pão com os maiores sanguinários da história recente e contemporânea (Mao, Che, Marulanda das Farcs, Lênin, Fidel etc.), e Nossa Senhora é retratada empunhando um fuzil russo – é o “Socialismo do Século XXI” batendo à nossa porta.


Assim, enquanto nossos irmãos são perseguidos em outros países, a fé católica é tripudiada e a nossa liberdade é posta em cheque pelos comunistas brasileiros através do malfadado PNDH-03, Dom Fillipo Santoro parece estar disposto a sacramentar acordo que na prática pode colocar a nossa Igreja sentada à mesa com os que professam e planejam a sua própria destruição, e até mesmo a banquetear-se com eles. Agora, para que o apoio surta efeito em votos, será preciso que os católicos desavisados sejam induzidos&nbspem erro ou que os atentos sejam convencidos a renunciarem aos valores da vida, da família e a abraçarem a causa da liberação das drogas. Que Deus nos livre e guarde. Amém!


(*) NOTA DO EDITOR: como psiquiatra e psicanalista recomendo especial atenção para este link.


O autor é advogado, membro do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), Professor de Direito Constitucional e Administrativo, Pós-graduado em Comércio e Finanças Internacionais pela FGV

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".