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quinta-feira, 24 de junho de 2010

O BRASILEIRO DE DIREITA - OU: TORTURE OS NÚMEROS ATÉ QUE CONFESSEM!

REINALDO AZEVEDO
domingo, 30 de maio de 2010 | 9:01

O Datafolha quis saber como o brasileiro se define ideologicamente. Vejam o resultado. Há também um cruzamento da declaração com preferências partidárias e intenção de voto.
ideologia-datafolha1

Viram só? Nada menos de 37% das pessoas se dizem entre a centro-direita e a extrema direita. E só 20% entre a centro-esquerda e a extrema esquerda. No centro propriamente, estão apenas 17%. E, por incrível que possa parecer, somos a única grande democracia do mundo sem um candidato de direita — coisa que o tucano José Serra ou a verde Marina Silva, adversários da petista Dilma Rousseff, do PT, não são.

Fernando Rodrigues escreveu um texto na Folha a respeito desses números. Num dado momento, afirma:

A soma dos que se dizem de centro, centro-direita e centro-esquerda é de 38%. O percentual é maior do que os daqueles que se dizem mais à esquerda (12%) ou mais à direita (24%).

As somas são essas. Mas por que ele juntou “centro-esquerda”, “centro” e “centro-direita”? O esforço evidente é para caracterizar o país com uma maioria relativa de centristas.

Tá… Então é esse o seu critério? Não! A cada hora, ele usa um.

O título do texto é este: “Maioria dos eleitores do PSDB diz ser de direita”. E o jornalista escreve logo de cara:

“A maioria (51%) dos simpatizantes do PSDB no Brasil se diz de direita, segundo pesquisa Datafolha realizada em 20 e 21 de maio, com 2.660 pessoas em todo o país. Entre os petistas, a taxa dos que se declaram de direita é de 35%.”

Como ele chegou aos 51%? Somou os eleitores tucanos que se dizem de “centro-direita” (20%), de “direita” (14%) e de “extrema direita” (17%). OU SEJA: quando se trata de caracterizar uma maioria de direitistas no PSDB, o jornalista chama a “centro-direita” de “direita”; quando se trata de caracterizar o Brasil como um país de centristas, aí a “centro-direita” vira… centro!

Usando o mesmo critério de “centro” com que ele definiu o Brasil, o seu título e seu lead vão para o vinagre. Por quê?

- Soma de centristas do Brasil - 38%
- Soma de centristas do PSDB - 49%

- Soma de centristas do PT - 41%
- Soma de centristas do eleitorado de Serra e do eleitorado de Dilma - 40%

Com um critério, ele cria o “Brasil de centro”; com outro, o “PSDB da direita”. Como se nota, uma tabela não é uma tabela. Dá para torturá-la até que ela confesse o que se quer buscar nela.

Que importância tem isso?

O eleitorado não identifica “direita” ou “direitista” com coisa ruim — ao contrário até, ou o resultado seria outro. Mas é muito diferente na imprensa, majoritariamente de esquerda. Nessa área, tais palavras soam como verdadeiros palavrões. Ninguém vai pegar no pé do “povo” porque a maioria se diz “de direita”. Mas já fica mais fácil pegar no pé dos tucanos…

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".