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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Soberana, agora com som e imagem, em dilmês castiço

 

REINALDO AZEVEDO

01/02/2012 às 18:26

 

Ai, ai…

Quando começo um texto assim, virá uma certo desconsolo, sabem?, aquilo a que Santo Agostinho definia como “acídia”… Abaixo, há o vídeo completo com a entrevista de Dilma Rousseff em Cuba, em que ela disse algumas enormidades. Se quiserem ver inteiro, bom proveito. Destaco algumas questões.

 

Em primeiro lugar, noto que poucos dirigentes no mundo — na verdade, nenhum que eu conheça — espancam tanto a própria língua como os brasileiros. É uma coisa impressionante! Em entrevista tão curta, destaco os erros mais grosseiros da Soberana:
- “Os demais passos NÃO É da competência do governo brasileiro…”
- “Não podemos achar OS DIREITOS HUMANOS É uma pedra…”
-“ESSES PROJETOS VAI LEVAR para o Brasil, para Cuba…”
- “ESTAVA TODOS OS PRESIDENTES, todos os primeiros-ministros…”

E AS COISAS VAI POR AÍ, VOCÊS ENTENDE, PESSOAL? Lula, preguiçoso, nunca quis estudar e sempre fez praça de sua ignorância. Mas Dilma é universitária. No governo, quando ministra, era até chamada de doutora. Evo Morales trata melhor o espanhol do que Dilma, o português. Sigamos.

Na entrevista, ela explica por que o Brasil financia quase US$ 1,5 bilhão em projetos em Cuba, justifica a sua omissão no que diz respeito aos direitos humanos e, no momento mais tipicamente seu, diz, em dilmês castiço, por que enfiar dinheiro na ilha é um bom negócio pra todo mundo, também para o Brasil. Está ali, a partir de 4min46s. Transcrevo:
“Quem ganha? Ganha o Brasil por fazer uma cooperação com uma país e um povo E TODA UMA ESTRUTURA INSTITUCIONAL que é visivelmente competente, capaz, na área de biotecnologia, na área de ciências médicas e com uma grande competência para todas as questões ligados (sic) à biotecnologia. Então o Brasil ganha com isso. Ganha Cuba também porque é uma parceria em que o Brasil entra tamém (sic) com seus conhecimentos nesta área, suas empresas privadas, que também implicam numa (sic) capacidade tecnológica do nosso país. E nós queremos uma parceria estratégica e duradoura. Nós estamos fazendo aqui uma parceria com essas, essas, através desses projetos, que eu acredito que vai levar para o Brasil e para Cuba um processo do desenvolvimento. Então, acredito que é isso que nós estamos fazendo aqui em Cuba. É esta contribuição.”

Voltei
Entenderam? Não há o que entender porque essa é a língua da embromação. Pra começo de conversa, o que há de compreensível apela a uma comprovada falsidade: o suposto avanço da medicina cubana. Isso, hoje, é uma piada. Ao contrário: o país está atrasado porque não há investimento. Xucro, Chávez foi tratar seu câncer com médicos cubanos; esperto, Fernando Lugo preferiu os brasileiros do Sírio-Libanês… O Brasil está financiando na ilha um porto, a produção de alimentos e a compra de máquinas agrícolas. Com juros de pai pra filho. Podem escrever: o dinheiro vai entrar como uma doação. O que ganharão as empresas brasileiras? Bem, se forem criar unidades de produção em Cuba para explorar a mão-de-obra quase escrava e exportar, talvez role alguma grana. Uma coisa é certa: não estão de olho no mercado interno da ilha, né?, que praticamente inexiste. Vão lá porque cedem ao apelo do governo brasileiro, que lhes garantem facilidades é no Brasil mesmo.

Acho fascinante aquele trecho grifado do discurso de Dilma. Depois de falar, falar e falar sem dizer nada, saca o “então”, como se tivesse demonstrado o que pretendia demonstrar.

Ali pelos 7min23s, a presidente diz ser contra a guerra e coisa e tal e a “violência contra os movimentos sociais”. Vocês sabem muito bem a que ela estava tentando se referir: sim, à desocupação do Pinheirinho, que violenta não foi, a despeito da confusão que o governo federal tentou criar.

É uma pena que a Soberana não tenha, até agora, se interessado por um estudante que ficou cego de um olho num confronto com a PM do Piauí, estado governado pelo PSB e pelo PT, e por uma cozinheira da Bahia, que também perdeu um olho, agredida por um policial militar, no estado governado pelo companheiro Jaques Wagner.

Maria do Rosário não mandou nem para o Piauí nem para a Bahia os representantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos. No Piauí e na Bahia, afinal, a PM pode não saber direito por que está cegando as pessoas, mas os cidadãos sabem muito bem por que estão sendo cegados, certo? É ou não é, Soberana?

Em homenagem ao apreço de Dilma pelos direitos humanos e à sua postura firmemente contrária à violência contra os movimentos sociais, republico a imagem destes dois símbolos da truculência dos “companheiros” com o povo.

estudante-cego

cozinheira-cega

Por Reinaldo Azevedo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".