Graça Salgueiro
Ao longo de 10 anos estudando os movimentos comuno-terroristas na América Latina, observo, já há alguns anos, que os ensinamentos de Gramsci em nosso continente tiveram o mais rotundo dos êxitos, mais do que em qualquer outra parte do mundo. Suas teorias começaram a ser postas em prática a partir da cultura, abrangendo a mídia, as escolas e universidades, depois saltou para a demonização visando à destruição total das forças de segurança (Militares e Polícias), das instituições religiosas, com a infiltração de comunistas e homossexuais nos conventos e seminários, alterou-se as leis (o tal do “direito alternativo”), corrompeu-se o Parlamento e finalmente chegou à Justiça.
Não preciso citar os casos do nosso judiciário porque todos conhecem bem, e o nível de desaprovação dos brasileiros que chega aos espantosos 92%. Mas o caso que vou abordar é sobre a justiça colombiana, porque o que está ocorrendo lá, hoje, já está sendo seguido pelo Brasil, como sempre, de forma sutil. E me refiro especificamente aos militares. Argentina e Uruguai já retiraram os militares de suas leis de anistia e estão fazendo um verdadeiro “tribunal revolucionário” contra os militares que defenderam seus países da subversão e terrorismo comunista. O STF negou o pedido de se excluir os militares da Lei de Anistia mas já no fim do ano passado, a CIDH exigiu em um comunicado que o Brasil revisse os casos dos “desaparecidos e mortos” do período da ditadura, alegando que os países vizinhos já estavam pondo em prática o plano da tal “comissão da verdade”.
As Altas Cortes colombianas estão infiltradas por “ex-narco-terroristas” e, embora lá não exista nenhuma lei de anistia como as nossas, os magistrados têm usado de vários artifícios para favorecer os bandidos e penalizar os militares. Um desses artifícios foi indultar e absolver de todos os crimes os terroristas do bando M-19, autor do massacre do Palácio da Justiça em 1985, após um acordo de entregar as armas, acordo consagrado na Constituição de 1991 da qual esses terroristas já participaram escrevendo leis para beneficiá-los e aos seu comparsas de outras facções. Teoricamente eles fizeram isto e se beneficiaram, ocupando hoje altos cargos não só no governo federal, como nos governos de estados, parlamento e prefeitura da capital, Bogotá, como é o caso de Gustavo Petro e Antonio Navarro Wolf, secretario da Prefeitura. Outro recurso que vem sendo freqüentemente usado é deixar os terroristas capturados detidos sem julgamento, até que, passado o tempo exigido por lei para que se instaure o processo eles sejam libertados por “decurso de prazo”. Isto é feito propositadamente para proteger - dentro da lei - seus cúmplices.
No fim do governo de Álvaro Uribe a Corte Suprema de Justiça (CSJ) entendeu que o convênio firmado entre Estados Unidos e Colômbia, para uso de bases militares e ajuda bélico-tecnológica não deveria ser renovado. Santos podia ter rejeitado a decisão da CSJ e dado prosseguimento à renovação do contrato mas não quis, porque essa era a maior pedra no sapato para reatar as relações diplomáticas com Chávez (não com a Venezuela). Sem a renovação, o apoio foi minguando e a capacidade de reação das Forças Militares e Policiais enfraqueceu sensivelmente, pari pasu com a ousadia e violência das FARC em seus ataques.
No último dia 23, as FARC cometeram seu mais criminoso ataque deste mês de janeiro - o mais violento dos últimos 8 anos! -, embora estejam negociando com o governo “sentar para conversar sobre a paz”. Nesse dia, às 12 e pouca da manhã, um batalhão com mais de 100 terroristas das FARC atacou um posto policial no morro de Santana, no Cauca, cujo objetivo maior não era a vida dos parcos 18 policiais mas destruir os radares e satélites de longo alcance situados naquele posto que cobriam toda a área sudeste e sul da Colômbia. Nesse ataque, além da desproporcional desigualdade de homens dos dois lados, as FARC utilizaram armamento pesado de guerra para destruir esses equipamentos: mísseis anti-tanque russos que, curiosamente, Chávez os comprou no ano passado. Os policiais lutaram bravamente, embora despreparados, enquanto seu comandante, o intendente Guido Holguín, pedia reforços pelo rádio informando que iam matá-lo e finalmente “estão me matando”. Sem esses radares, todo o espaço aéreo dessa região fica descoberto, servindo para o tráfico de armas e drogas das FARC e dos outros bandos criminosos.
Ao mesmo tempo, o Tribunal Superior de Neiva ordenou a liberdade do segundo chefe da Coluna Teófilo Forero das FARC, Pedro Luis Gonzáles, cognome “Genaro”, e a de dois de seus comparsas que haviam sido condenados a 39 anos de prisão pelo massacre dos 9 vereadores de Rivera. Os magistrados dizem que “ficaram com muitas dúvidas” porque os 3 guerrilheiros que serviram de testemunhas se contradisseram em suas declarações, e que “não há provas contundentes” para manter “Genaro” na prisão.
Enquanto isso, está para sair a sentença que ratifica - ou nega - a condenação do Coronel Luis Alfonso Plazas Vega a 30 anos de prisão, onde não se teve o mesmo cuidado em analisar as provas que eram TODAS falsas e forjadas. O coronel Plazas salvou 265 reféns do holocausto do Palácio da Justiça e não teve nenhum contato com eles depois que saíam do palácio. A testemunha-chave, o cabo do Exército Edgar Villamizar, apareceu para denunciar que usaram seu nome num depoimento que ele JAMAIS dera, pois na ocasião estava internado no hospital militar de outra cidade e assistira ao fato pela televisão, além de nunca ter visto o coronel antes. O nome que aparece atribuído a Villamizar está errado e a assinatura do documento, após teste grafológico, provou que não se trata da mesma pessoa. O Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo, que moveu a ação contra o coronel Plazas e o general Arias Cabrales 25 anos depois do ocorrido, foi denunciada há poucos dias por ter criado uma outra farsa, no massacre de Mapiripán, com objetivo de incriminar militares inocentes, encobrir o crime dos verdadeiros autores - as FARC - e de receber indenizações bilionárias cujas falsas vítimas recebiam uma ínfima parte. Até a própria OEA, que respaldou esta mega-farsa, agora pede explicações ao Coletivo de advogados.
Recentemente, o membro do M-19, Carlos Alonso Lucio, que é marido da Promotora Geral da Nação, Viviane Morales, declarou no púlpito da igreja onde é pastor que se comete uma injustiça em manter preso o coronel Plazas, enquanto eles, os verdadeiros autores do massacre do Palácio da Justiça, estão livres e com todos os direitos políticos e civis garantidos. Mas, apesar de todas essas evidências PROVANDO a inocência do coronel Plazas, a justiça não o absolve nem o libera deste suplício infame, enquanto terroristas das FARC com crimes comprovados fartamente, são liberados porque os magistrados “não vêem muita consistência” nas denúncias.
E no último Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o terrorista Cesare Battisti se abraçava no Palácio Piratini com o governador Tarso Genro, desfrutando da liberdade que as nossas Cortes lhe brindaram. Se tudo isso não serve de motivo para nos mostrar que a Justiça no hemisfério está completamente politizada e operando contra os militares e a favor do crime e do terrorismo, então continuemos curtindo o BBB e aguardando a próxima Copa do Mundo.
Artigo ampliado do escrito originalmente para o Jornal Inconfidência de Minas Gerais.
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