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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Chega de ideologia vagabunda e mentirosa em vestibular! Que o estado de SP comece a dar o exemplo anulando questão mentirosa da Fatec!

REINALDO AZEVEDO
05/12/2011 às 16:38


O estado de São Paulo tem as chamadas Fatecs, as Faculdades de Tecnologia, que exercem um papel fundamental na formação de técnicos de nível universitário. É uma grande iniciativa. Em vez da falsa expansão das universidades federais, com as faculdades de saliva criadas por Fernando Haddad, o modelo paulista deveria ser reproduzido no resto do país.
Por isso mesmo, as Fatecs têm de ser protegidas da vigarice intelectual, da mentira e da ideologização picareta.
No domingo, a Fatec fez o seu vestibular para o primeiro semestre do ano que vem. Não sei quem elabora aquilo, sei que precisa melhorar. Por isso mesmo, a questão 42 tem de ser anulada. E eu demonstro por quê. Ela começa citando um texto (em itálico) e formula depois a pergunta. Leiam. Comento em seguida.
O agronegócio envolve operações desde as pesquisas científicas relacionadas ao setor até a comercialização dos produtos, determinando uma cadeia produtiva entrelaçada e interdependente.
(ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de et alii. Geografia: sociedade e cotidiano. São Paulo: Escala, 2010.)
Podem-se acrescentar outras características ao agronegócio, dentre as quais a seguinte:
(A) mantém centros de tecnologia avançados, voltados à agricultura orgânica.
(B) expande os cultivos de grãos da região Centro-Oeste para a região Sudeste.
(C) promove a concentração de terras e o desemprego no campo.
(D) possibilita ao país a autossuficiência nas matérias-primas para a indústria.
(B) planeja a expansão das lavouras, barrando o
 desmatamento e os impactos ambientais.
Voltei
Bem, na versão que está na Internet ao menos, pra começo de conversa, há duas alternativas “B”, como vocês podem notar. Se o erro estiver também na prova impressa, já rende a anulação.  O candidato não tem de ser perturbado pela incompetência do revisor.
Adivinhem qual alternativa é dada como a certa… É a “C”, claro!, já que um dos divertimentos dos esquerdopatas que seqüestraram os cursos de Geografia no Brasil é falar mal do agronegócio. Ignoram os dados e cobram dos alunos que adotem seus preconceitos. A questão é especialmente perversa porque o examinador decidiu fazer um teste para contestar o texto que ele próprio está oferecendo como referência.
Vamos lá. É claro que a alternativa “A” está errada porque o agronegócio não investe especialmente em agricultura orgânica, embora existam empresas do ramo. A “B” (a primeira B) está incorreta porque a expansão agrícola seguiu sentido inverso, do Sudeste para o Centro-Oeste. A “D” não é boa porque, evidentemente, o agronegócio não garante a auto-suficiência de toda a indústria. A segunda alternativa “B” é a que mais se aproxima da verdade: o agronegócio está cada vez mais empenhado, SIM!!!, em planejar a expansão das lavouras. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) criou o projeto “Biomas”, premiado internacionalmente, cujo objetivo é chegar ao “desmatamento ilegal zero”. As grandes empresas do setor agroindustrial respondem hoje por boa parte das pesquisas que são feitas sobre produtividade, às vezes em associação com a Embrapa.
Qual é o problema com a alternativa C? O debate sobre a “concentração de terras” é bucéfalo porque os que eventualmente migram do campo para as cidades, vendendo suas propriedades, não o fazem por causa da presença do agronegócio. Entram outros fatores aí, que não cabem agora no texto. O essencial, nesse caso, é considerar que a agroindústria não precisa comprar terra  — que está cara — para obter os produtos nos quais possa estar interessada. Há várias maneiras de trabalhar em associação com o pequeno e médio proprietários, do arrendamento à compra garantida da produção.
Mas a grande, a monumental, a estúpida mentira é a que diz respeito ao desemprego. O que se dá é justamente o contrário. Há cerca de 9 milhões de pessoas trabalhando da porteira das propriedades para dentro. Esse número pode chegar a 16 milhões caso se considerem as atividades associadas à produção agropecuária — transportes, comércio de insumos e área de serviços. Caso se leve em conta toda a cadeia produtiva, há um terço da mão-de-obra brasileira comprometida com o chamado agronegócio. É o que o examinador chama “desemprego”.
Estudo recente comprova a elevação de renda dos municípios em que o agronegócio está presente. Reproduzo trecho de reportagem da Folha do dia 6 de novembro. Volto em seguida:
Cidades brasileiras que tinham os piores indicadores de emprego, renda, saúde e educação entre 2000 e 2009 conseguiram melhorias nesses setores, mas ainda vão levar 26 anos, a contar de agora, para alcançar um elevado grau de desenvolvimento. Há, porém, uma exceção: o Centro-Oeste. Apoiada na expansão da fronteira agrícola e seu impacto no emprego, a região saiu de um patamar de desenvolvimento similar ao do Norte e Nordeste e se aproximou do Sudeste. Tal retrato pode ser extraído do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, um indicador preparado por economistas da federação das indústrias fluminenses. O levantamento faz um raio-X do país com base em três indicadores: renda e emprego formal, saúde e educação. E se assemelha ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), divulgado pela ONU na semana passada.
Encabeçada por Barueri (SP), a lista dos 15 municípios com os mais altos níveis de desenvolvimento tem 14 cidades paulistas. A hegemonia quase absoluta é quebrada por Lucas do Rio Verde (MT), na oitava posição. O município é um dos mais dinâmicos do cinturão da soja de Mato Grosso, maior produtor do país e pólo da agroindústria que processa o grão, além de sede de uma ampla rede de frigoríficos. Mais duas cidades de Mato Grosso estão entre as cem mais desenvolvidas: Primavera do Leste e Sorriso. As três apresentam evolução rápida no item emprego e renda - impulsionados pelo bom preço da soja e dos demais grãos no exterior e as sucessivas safras recordes. A pesquisa mostra que o efeito da renda maior no Centro-Oeste se irradiou, via tributos, para os cofres das várias cidades dos Estados, que passaram a prestar melhores serviços públicos.
Isso se traduziu em bons índices em educação e especialmente em saúde nesses três municípios, diz Júlio Miragaya, pesquisador do Conselho Federal de Economia.
Volto para encerrarAté quando nossos estudantes ficarão sujeitos a testes de controle ideológico promovido por meia-dúzia de esquerdistas tarados, que não têm o menor receio em mentir e trapacear?
A CNA deveria entrar na Justiça pedindo a anulação da questão. Ou, então, que o examinador prove o que diz. Não estamos diante de uma questão de “liberdade de expressão”. Ninguém está pedindo que o cretino que elaborou o teste seja legalmente punido por isso. O que se pede é que o estudante não seja punido pela patrulha ideológica desinformada.
Justiça nesses caras, ou eles continuarão a mentir!
*
PS - Ainda hoje comento as questões de português da prova. Essa gente enlouqueceu.
Por Reinaldo Azevedo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".