Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

SOBRE A SUSPENSÃO DAS SOLENIDADES DE 31 DE MARÇO

31 de Março de 1964 : Bandidos e Heróis, Disciplina e Hierarquia


Gen Marco Antonio Felicio da Silva



A recente suspensão das comemorações do 31 de Março mostra que valores perenes da Instituição estão mudando e, com eles, a própria Instituição, a qual é um reflexo da sociedade à qual se integra.  Esta mudança é parte da criação de uma nova estória, de fundo ideológico, mentirosa, na qual, hoje, os que se autoproclamam “defensores” da democracia, da justiça e dos direitos humanos eram, em verdade, nas décadas de 60 e 70, a maior parte deles, subversivos e guerrilheiros marxistas de variadas tendências. Buscavam por meios violentos, incluso assassinatos e torturas de inocentes, a "ditadura do proletariado" (aliás, como declararam dois importantes ex-ativistas da esquerda revolucionária: Jacob Gorender e Fernando Gabeira). 

A mesma estória mentirosa apresenta, àquela época, as Forças Armadas como golpistas e os militares como torturadores, os mesmos que, então, respondendo à insegurança e ao medo da população de ser submetida à tirania comunista, em comunhão com muitos civis, arriscaram, e alguns perderam, suas vidas em defesa da liberdade, da ordem e da paz social, propiciando, ao longo de quase 20 anos, índices de crescimento econômico e de desenvolvimento, período conhecido em todo o mundo como o "milagre brasileiro". 

Como contribuição para o fortalecimento dessa estória mentirosa, foi estabelecido o politicamente correto, isto é, ter qualquer opinião, atitude ou comportamento contrário ao que está sendo imposto pela chamada "esquerda progressista" é inaceitável, é ser contrário à democracia e à liberdade. É ser preconceituoso, autoritário e retrógrado. 

Paralelamente, intensa ação psicológica tem sido desencadeada, principalmente, sobre a juventude por meio do ensino e da mídia, e sobre a população em geral, manipulando fatos e situações passadas ( vejam, como exemplos, os livros didáticos distribuídos pelo MEC, os quase 8 milhões de CDs, recentemente distribuídos aos alunos do primeiro grau, as centenas de escolas do ódio do MST, programas de TV e, agora, a novela do SBT, assistida por milhões de pessoas), robustecendo os alicerces do que vai se tornando a realidade, nada mais do que deslavada mentira (como a de que lutavam pela democracia) e tremenda inversão de valores. 

Tais ações, aliadas à ignorância da grande massa, aos interesses financeiros de alguns aproveitadores da situação, constroem a nova estória, a qual vem se sobrepondo, a cada dia, com maior intensidade, à verdade, até mesmo com o consentimento de quem tem o dever, perante a Nação, de resguardá-la. 

Não passaram desapercebidas as palavras do Gen Heleno, após a proibição de sua palestra sobre a data em tela : "Finalmente, quanto à palestra sobre 31 de março de 1964, não iria ferir os princípios da hierarquia e da disciplina, após 45 anos de serviço e no mais alto posto da carreira. Minhas palavras não iriam modificar os fatos, apenas contar a verdade aos mais jovens”. (Gen Augusto Heleno Pereira).

Esse discurso, nessa situação de proibição de uma manifestação em defesa da verdade, em comemoração de feito reconhecidamente épico das nossas Forças Armadas, a única do mundo que derrotou amplamente a subversão e as guerrilhas urbana e rural comunistas, nos leva a refletir sobre o verdadeiro sentido dos dois pilares básicos de qualquer organização que busca o sucesso, principalmente aquela que tem sob sua guarda os meios violentos do Estado, a Instituição Militar: disciplina e hierarquia.

A disciplina e a hierarquia militares podem ser comparadas a um edifício, sustentado por colunas traduzidas pelos valores e virtudes, respectivamente cultuados, em conjunto, pela Instituição e, isoladamente, por seus integrantes. Assim, a disciplina e o respeito à hierarquia têm o seu maior nível quando praticadas de forma consciente e voluntária. Neste caso não há a necessidade de coerção. Elas são aceitas, abraçadas como se aceita ou se abraça a fé religiosa. A diferença é que na Instituição Armada não há dogmas nos quais se crê, embora, sem explicação. Aceitamos e abraçamos uma gama de valores e de virtudes. Cremos nos valores e praticamos as virtudes com convicção, tendo sempre como fito maior o bem servir à Nação, seja na paz ou na guerra.

Juridicamente, a disciplina militar pode ser definida como o cumprimento do dever legal. O respeito e obediência aos superiores consubstanciam a hierarquia, o que se torna também exercício da disciplina e, portanto, um dever legal. Por ser a disciplina o exercício legal do dever, suas bases fundamentais estão definidas por leis, decretos, estatutos, e regulamentos, devidamente aprovados por autoridades legalmente constituídas. E as normas legais, inerentes ao estamento militar, privilegiam, como não poderia deixar de ser, os valores e virtudes acima citados. Como exemplo, podemos citar o Regulamento Disciplinar de qualquer uma das forças militares e veremos que valores e virtudes como a verdade, a lealdade, a honestidade, a coragem, o bem-servir, a camaradagem, o exato cumprimento de ordens, posturas e comportamentos que traduzem o respeito à imagem da Instituição e aos superiores, o devido cuidado com a apresentação pessoal, etc.. são motivos de elogios ou de punições, no caso do Regulamento, disciplinares. O Código Penal Militar trata da lesão de forma mais grave a esses valores e virtudes que se traduzem por crimes. Por exemplo, a insubordinação, que fere a hierarquia, se comprovada, é crime, passível de pena. 

Do acima exposto, podemos concluir que nenhum militar pode ser obrigado, em nome da disciplina e da hierarquia, a fazer algo ilegal ou ter uma conduta ou postura que o leve a ser omisso em relação à verdade, principalmente frente à disseminação da mentira que macula a imagem da Instituição e dos seus integrantes ou tem intenções, até mesmo, criminosas, pois, desagregadoras da Nação.

Que crime ou indisciplina cometeria o Gen Heleno em contar a verdade sobre os fatos ocorridos no passado, hoje escamoteados por interesses escusos e ideológicos, esclarecendo jovens brasileiros em benefício do futuro da Nação ?Crime, de lesa-pátria foi a proibição de fazê-lo !

Da teoria para a realidade, é assim que vejo a ordem proibindo as comemorações da Contra-Revolução de 31 de Março. Não acredito que a ordem tenha partido de um COMANDANTE MILITAR, o qual não manda, mas comanda e lidera. A ordem partiu de quem manda, coage, desagrega, não respeita as tradições e a imagem da Força e não se porta com a compostura e postura dos militares, pois, não tem a formação e o sentimento da caserna. 

Seria uma ótima oportunidade para que a voz dos militares se manifestasse, dando vez à verdade, principalmente no que tange à ação das Forças Armadas, como em tantas outras ocasiões, em defesa da liberdade e da soberania do País.

Infelizmente, cedemos, mais uma vez, convalidando a mentira, por omissão da verdade, alargamos ainda mais a estrada para a chegada e legitimação de uma nova estória que transforma bandidos em heróis e heróis em bandidos, denegrindo o passado, integrantes e caras tradições, bem como a mística, da Instituição Militar, na direção de um revanchismo e socialismo ultrapassados. 

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".