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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Celso Arnaldo captura a presidente com uma trinca de quinta em Pequim e confirma: o dilmês é mais complicado que o chinês

AUGUSTO NUNES
14/04/2011 às 0:03 \ Direto ao Ponto




“Essa resposta eu não respondo”, diz Dilma Rousseff no fim do vídeo que registra os principais momentos da entrevista coletiva concedida em Pequim. “Responder respostas” nem o padrinho Lula consegue. O problema é que a afilhada não consegue responder também a perguntas, como constata o jornalista Celso Arnaldo Araújo em mais uma análise antológica do palavrório presidencial.
Em grande forma, o implacável caçador de cretinices capturou, além de Dilma, a escolta formada por uma trinca de quinta categoria: Aloízio Mercadante, Fernando Pimentel e Edison Lobão. Sozinha, a entrevistada é capaz de deixar pálido de espanto qualquer jornalista. Consultando uma papelada e ouvindo cochichos, ela consegue piorar espetacularmente. O vídeo de 5 minutos adverte: o dilmês é mais complicado que o chinês.
POR CELSO ARNALDO ARAÚJO
O maior tesouro arqueológico da China são os Guerreiros de X´ian, o lendário Exército de Terracota — sete mil figuras de soldados e cavalos descobertas e desenterradas em 1974 ao lado do mausoléu do imperador Qin.
Numa mostra de sua força, a imperatriz Dilma compareceu à entrevista coletiva na China com um exército composto pelas três estranhas figuras, misto de guerreiros e cavalgaduras, que lhe fazem guarda, sombra e ponto neste vídeo – o do meio, Magro Velho, parece ser também de terracota, e, pela aparência mumificada, talvez ancestral em relação aos colegas de X´ian. As rachaduras profundas do rosto, porém, sugerem terra de má origem – ou mal cotada pelos empreiteiros da época. Deve ter faltado laca no acabamento. Na entrevista, não diria uma sílaba, não mexeria um músculo. Os outros dois são de materiais mais flexíveis, moldados à semelhança do soberano da ocasião – mas igualmente ordinários no feitio e na importância histórico-arqueológica.
Impassíveis, como obedientes guerreiros de barro tosco, sem vida e sem alma, obrigados pelo destino a permanecer na mesma posição por milhares de anos, percebe-se seu incômodo quase humano ao ouvir a imperatriz se esforçando para descobrir e desenterrar de sua tumba neuronal as palavras com que procura descrever os achados da expedição brasileira à China.
Na vã tentativa de verbalizar raciocínios próprios do crânio pequeno do primeiro hominídeo, o Australopithecus Afarensis, ela busca ajuda na maçaroca de pergaminhos que manipula nervosamente. Nada encontra, nas mãos e na mente. Diante do apuro da imperatriz, os três guerreiros parecem querer vir à vida – como no filme “Uma noite no Museu” – em socorro da soberana. Só um deles – o de óculos, com dentição pré-histórica – materializa o auxílio, na forma de sussurros auriculares, para corrigir, por exemplo, o cargo do presidente Hu Jintao, que a imperatriz chamou de primeiro-ministro. Cavaco Silva e José Sócrates, na viagem a Portugal, não conseguiram lhe explicar a diferença entre um pastel de nata e outro.
Quando a soberana fala da “importância que para nossa parceria têm mecanismos mais amplos dessa parceria”, o guerreiro de bigode de morcego – único de sua dinastia – lança um olhar ao longe, vazio, pura desesperança e desespero. Nada pode fazer. O mesmo ocorre quando vem à tona o “no que se refere a valor agregado”. O trauma do debate da Band, com um saldo de 32 “no que se refere”, ainda estava bem fresco para o Irrevogável de X´ian.
Em seguida, o guerreiro de óculos, situado estrategicamente atrás do ouvido bom da imperatriz, se torna humanoide pelo átimo de tempo necessário para cochichar a palavra “missão” e socorrer a imperatriz com o nome do grupo chinês que vai ao Brasil — e que ela tenta, sem sucesso, por uns bons segundos, cavoucar com as próprias mãos, no próprio cérebro. Missão impossível. Ponto para o guerreiro de óculos. A imperatriz se empolga com a missão, que então ganha significado mais lato, e de lavra própria: “É o que eles chamam de missão de compra e nós também, aquelas missões que você manda aos países para avaliar quais são as oportunidades de importação em setores manufatureiros”.
Seria “exportação”, mas não vem ao caso. Os guerreiros ficam mais aliviados com esse “setores manufatureiros”, que tem toda pinta de tema de palestra na Fiesp. Mas voltam a se angustiar, incontinenti, com o tropeço seguinte da imperatriz técnica: o “relacionalmento” quase faz os três saltarem sobre o corpo da Protegida para resgatá-la, encoberta e muda, de mais um constrangimento internacional. Contêm-se.
E a imperatriz continua compulsando os pergaminhos, obsessivamente. Mal ouve a pergunta de um dos súditos da mídia sobre o câmbio irreal e perigoso ora em vigência. Se ouviu, sua resposta não é deste mundo: “Sabemos perfeitamente o porquê que nós estamos, todos nós sabemos”. Nem todos, imperatriz: “Nós vamos buscar uma taxa de câmbio, ao longo de meu governo, compatível com as taxas de câmbio, aliás as taxas de juro internacionais. Vamos buscar uma taxa de juro compatível com as taxas de juro internacionais. Eu falei câmbio aí, mas é juros, porque depois cês vão lá e…”
O humor envergonhado da imperatriz faz os três bonecos, ainda perfilados, arriscar um sorriso maroto e devoto, um sorriso de terracota rachada, misturada com pau e lama. Não tinham alternativa – a não ser chorar em silêncio, recolhidos à sua insignificância. Como os guerreiros de X´ian, um dia eles serão recolhidos ao lado da triste imperatriz, no mausoléu da história do Brasil.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".