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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Gim Argello renuncia ao cargo de relator do Orçamento. Mas continua um caso de polícia.

AUGUSTO NUNES
07/12/2010 às 19:40 \ Direto ao Ponto


Os senadores Gim Argello e Renan Calheiros (Foto: Dida Sampaio)
Enfiado até o pescoço em bandalheiras de grosso calibre, em qualquer país menos complacente com meliantes o cidadão Jorge Afonso Argello estaria no banco dos réus, na cadeia ou foragido. Num Brasil cada vez mais parecido com lugarejos fora-da-lei de faroeste americano, Gim Argello é senador, dirigente do PTB e conselheiro de Dilma Rousseff. Como não há limites para o absurdo, foi até a tarde desta terça-feira o relator do Orçamento da União. Acaba de renunciar ao cargo para continuar exercendo o direito de ir e vir entre o Congresso e o Planalto.
Nesta segunda-feira, uma reportagem do Estadão comprovou que, mais que uma raposa escalada para tomar conta do galinheiro, Argello era a raposa que, dentro do galinheiro, mantinha a entrada escancarada ao resto da espécie. Se já vigorasse o “controle social da mídia”, o espetáculo da roubalheira federal, reprisado a cada edição do Orçamento, seria reapresentado sem que o diretor Gim Argello sequer se desse ao trabalho de retocar o enredo.
Contratos superfaturados, instituições fantasmas, entidades com endereços inexistentes, larápios conhecidos representados por laranjas, boladas remetidas sem escalas ao bolso dos amigos ou à conta bancária dos parentes ─ nenhuma prática fraudulenta ficou fora do script que orientou a movimentação dos canastrões de sempre. Tudo somado, a farra não sairia por menos de R$ 16 milhões.
Confrontado com o vistoso buquê de emendas criminosas que subscreveu, o relator alegou que cabe ao governo apurar irregularidades. Homem de boa-fé, ele se apoiara na premissa de que todos os fantasmas são reais, incluídos os que inventou. Uma das emendas assinadas por Argello, por exemplo, repassava R$ 250 mil a uma ONG pertencente a uma amiga condenada pela Justiça.
“Acatei o pedido com boa intenção, mas agora não atendo mais ninguém”, fingiu magoar-se antes de constatar que chegara a hora de sair de cena antes da aparição de mais obscenidades. “Solicitei formalmente ao Ministério Público Federal, à Controladoria Geral da União e ao Tribunal de Contas da União que façam um pente fino nestas emendas”, diz um trecho da carta-renúncia. “Levo comigo a serenidade e a tranquilidade”. Vai perdê-las se a solicitação anterior for imediatamente atendida pelas entidades mencionadas.
Suplente do senador Joaquim Roriz, Gim Argello assumiu a vaga aberta pela renúncia do titular em 17 de julho de 2007. Para evitar que fosse despejado do gabinete novo pelo prontuário antigo, aproximou-se do grupo liderado por José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá.  Para garantir a impunidade, aproximou-se de Dilma Rousseff pelo caminho mais curto: virou amigo de Erenice Guerra. Negociante de fino faro, ele sempre sabe com quem está falando.
O reincidente incorrigível não será castigado pelos parceiros de Senado. A Casa do Espanto não pune suas atrações. Pena que o Brasil seja tão compassivo com os bandidos que operam de terno, protegidos por imunidades parlamentares e longe do Morro do Alemão. Se a Justiça valesse para todos, o homem que entrou no Congresso pela porta dos fundos já teria saído na traseira de um camburão.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".