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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EXCLUSIVO! Entrevista com Shlomo Blass, Produtor Executivo do grupo humorístico Latma de Israel

DEMÉTRIUS SURDI
QUARTA-FEIRA, 8 DE SETEMBRO DE 2010





O grupo humorístico israelense Latma ficou conhecido na internet por fazer sátiras inteligentes sobre a política no Oriente Médio. A diplomacia de países na região, a cobertura tendenciosa da mídia em relação a Israel e a nova política dos EUA promovida por Barack Obama são os principais alvos das piadas do grupo.

O vídeo musical We Con the World (“Nós Enganamos o Mundo”) tornou o grupo mundialmente conhecido, levando-o ao noticiário dos principais jornais do Ocidente. Ao ultrapassar 3 milhões de visualizações em poucos dias, foi silenciado pelo You Tube, que alegava quebra de direitos autorais. No entanto, segundo Caroline Glick, sua editora-chefe e conceituada jornalista do The Jerusalem Post, Latma obteve permissão legal para utilizar a melodia de We Are the World, canção composta por Michael Jackson e Lionel Richie em 1985 para arrecadação de fundos. Não tardou para que o vídeo voltasse ao ar. Ao som do famoso hit, os membros caricaturados da Flotilha Marmara empunham facas e porretes enquanto anunciam que a verdade sobre o incidente da frota de “ajuda humanitária” nunca chegará às nossas televisões.

No Brasil, Latma ficou conhecido quando o músico Noam Jacobson interpretou o presidente Lula da Silva dançando uma paródia de “Casa de Bamba”, música de Martinho da Vila. No vídeo sobre o acordo nuclear entre Brasil, Irã e Turquia, Lula aparece como o arrogante de sempre e afirma que Ahmadinejad é bem-vindo por estas bandas. Não faltaram ressentidos para acusar o grupo de intolerante, alegando até que os judeus teriam perdido sua capacidade de fazer humor ao apelar para uma ‘caricatura ofensiva’ do presidente brasileiro.

O grupo é uma iniciativa de Caroline Glick e do think thank de Washington, Center For Security Police. Segundo o próprio site, trata-se de “uma organização apartidária sem fins lucrativos especializada na identificação de políticas, ações e recursos que são vitais para a segurança americana” e que trabalham para “minar as bases ideológicas do totalitarismo e do extremismo islâmico”. (Veja o vídeo promocional do grupo)

Os vídeos do Latma simulam um telejornal, ancorado pelos atores Elchanan Even Chen e Ronit Avrahamof, e são voltados exclusivamente para a internet. “Latma” (לאטמה) é o equivalente da gíria hebraica para “tapa” ou “bofetada”.

Durante o mês de Agosto o Produtor Executivo Shlomo Blass me concedeu a seguinte entrevista por e-mail. 

Até então, vocês haviam feito suas produções em hebraico, mas “We Con The World” foi o primeiro vídeo do Latma produzido em inglês.  O que motivou vocês a fazer essa mudança?



Shlomo Blass:  A equipe Latma, como o resto das pessoas em Israel, estava ciente da aproximação da Flotilha em Israel. Sabíamos que devíamos expor a hipocrisia de pessoas que estão prontas a apoiar um regime de terror liderado por radicai islâmicos e os danos à única democracia no Oriente Médio, que está tentando se defender. Estávamos no IDF [Força de Defesa de Israel] já que em Israel, um país cercado de países inimigos 500 vezes o seu tamanho, o serviço militar é obrigatório. Nós todos sabemos de primeira mão como o exército é cuidadoso quando se trata de vidas humanas, mesmo os inimigos.

A organização IHH que conduziu a frota é uma organização islamita radical com ligações com a "Irmandade Muçulmana" e organizações terroristas como o hamas e Al-Qaeda. Recentemente, os legisladores italianos pediram pelo banimento do IHH e colocá-los nos grupos terroristas da UE (http://www.jpost.com/International/Article.aspx?id=182846) - a Alemanha e os EUA estão fazendo coisas parecidas.

Os ativistas da "paz" do IHH carregavam facas e pés-de-cabra e disseram que vinham com a intenção de se tornarem mártires (http://www.youtube.com/watch?v=tYxsopMuSLI). Os soldados israelense os confrontaram com paint-guns (!) para evitar as mortes, mas eles recorreram às violência extrema como as imagens mostram.

Depois de ver essas imagens na TV e a cobertura tendenciosa da mídia global, percebemos que desta vez a nossa mensagem deveria ir para o mundo. 

Aqui no Brasil, Marcelo Madureira, humorista de um grupo chamado "Casseta e Planeta" da TV Globo, denunciou em uma entrevista para um jornal de São Paulo (http://www.youtube.com/watch?v=9oDw1L6i0E0que seu grupo recebeu "mensagens" do governo dizendo que membros do alto escalão, inclusive o Presidente Lula, sentiam-se incomodados e recomendavam que os humoristas diminuíssem o "tom" das piadas. Latma já recebeu alguma "mensagem" com "recomendações" sobre o que fazer, ameaça ou tentativa de censura por parte de pessoas poderosas? 

Shlomo Blass: Recebemos uma parcela de mensagens de ódio e ameaças – especialmente de indivíduos muçulmanos, por vezes incluindo mensagens de extremo anti-semitismo, mas nunca recebemos qualquer ameaça ou mensagens do governo.

Nós estamos felizes em dizer que Israel é uma democracia e sua crença na liberdade de expressão é real. Na verdade, a possibilidade de tais mensagens soa demasiado teórico para responder. É triste ouvir que o Brasil está tantos passos atrás de Israel a este respeito.
 

O Latma produz para a internet, mas as produções são bastante profissionais e contam com vários recursos. Além disso, contam com a jornalista Caroline Glick, o músico Noam Jacobson que já participou do Kokhav Nolad (versão israelense de Ídolos), e do roteirista Tal Gilad que já trabalhou para seriados de TV. O senhor poderia nos contar quando e como o grupo foi formado e como ele é mantido? Quero dizer, também sobre a iniciativa do Center For Security Policy.

Shlomo Blass: De um modo geral, posso dizer que nós usamos profissionais e fazemos o nosso melhor para produzir um produto de alto nível que fornece uma boa alternativa para a TV. 

O site começou há cerca de dois anos como uma iniciativa de Caroline Glick, que se dirigiu a mim com um profissional na área de gerenciamento de conteúdo e campanhas de internet. Caroline é membro sênior e chefe do departamento de Oriente Médio do Center For Security Police em Washington e este projeto é feito desde lá. 

Quando o incidente da Flotilha ocorreu, o “Notícias de Sião” foi o primeiro site brasileiro a informar como não havia “ajuda humanitária” no Mavi Marmara. A notícia foi publicada no Mídia Sem Máscara (http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/oriente-medio/11163-obrigado-iara-lee.html).

Mas percebo que, mesmo em blogs e nesses sites alternativos aos grandes jornais, ainda assim temos pouco conhecimento sobre a chamada “Pallywood” (Palestinian + Hollywood) (1). Suponho que o senhor conhece o assunto. Um exemplo que me vem à memória é a morte do menino Mohammed al-Dura, em 2000.

Considerando o objetivo do Latma, gostaria de convidar-lhe a comentar sobre esse problema dos ativistas/jornalistas que distorcem a opinião pública ocidental fazendo-se de mártires e vítimas.

Shlomo Blass: O viés da cobertura internacional de Israel é, para a maioria dos israelenses, um fato conhecido. Na minha opinião, uma combinação de: ignorância, preguiça, uma ideologia de extrema-esquerda e o "bom e velho” anti-semitismo.

Penso que em muitos casos, o jornalista prepara a sua mente antes mesmo de chegar à cena do crime (isso se ele não é preguiçoso demais até mesmo para chegar). Vivemos em um mundo em que a emoção substiuiu a moralidade. É por isso que uma pobre pessoa fraca ou um menino sempre terá vantagem sobre um soldado. O soldado pode ser a pessoa mais moral do mundo e o homem pobre pode ser uma pessoa que acredita em uma ideologia fanática - não importa.

Além disso, vivemos em um mundo onde o conceito de "verdade" é difícil de encontrar. Tudo o que há são "Narrativas". Muitos anos atrás, o famoso jornalista Bob Simon dirigiu-se aos meus pais no povoado de Ofra. Eles contestaram a reivindicação Árabe como se a terra fosse roubada, e encorajaram-no para verificar quem tinha razão. Ele não era o menos interessado. Ele apenas escreveu os dois "lados" da história. Se a verdade realmente não existe, é mais fácil mentir e criar Pallywood, desde que você esteja servindo a uma narrativa que acredite. 

Nota: 

1 - As cenas “produzidas” por ativistas/jornalistas “palestinos” são veiculadas pelas agências de notícias como forma de mostrar os palestinos como vítimas da “brutal agressão” israelense. Pallywood é uma expressão cunhada por Richard Landes, um professor de História da Boston University. É possível ter mais informações emhttp://noticiasdesiao.wordpress.com/2010/06/12/sem-nexo-mentiras-e-videotape/ 

A melhor investigação jornalística sobre o incidente da Flotilha Marmara disponível em português você encontra escrita por um brasileiro residente em Israel, em  Notícias de Sião.

Canal Latma em português: Latma BR.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".