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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Desabafo de um gaúcho

MÍDIA SEM MÁSCARA
MARCUS BOEIRA | 04 OUTUBRO 2010
ARTIGOS - ELEIÇÕES 2010

Como gaúcho por nascimento, devoção e sentimento, sinto-me envergonhado pelo meu Estado. Nunca senti tanta tristeza como estou sentindo agora, sabendo o que Tarso e sua turma farão. Serão anos de chumbo para a oposição.

Embora longe dos pagos - pois já estou fora do Rio Grande do Sul faz alguns anos - acordei nessa segunda feira com um sentimento de derrota e entreguismo. O Rio Grande do Sul, que experimentou as barbaridades do PT durante os anos 90 e 2000, tinha rechaçado toda e qualquer forma de eletividade desse partido. Porém, ontem o monstro ressurgiu. Com uma cara nova, com um discursinho aparentemente mais moderado que o de outrora, mas com os mesmos personagens. Tarso Genro, stalinista por formação, socialista por convicção, pertencente ao partidão, venceu as eleições em um pleito em que Fogaça e Yeda perderam por não se unirem.

Agora, esperemos o aparelhamento do Estado, a apropriação das contas públicas pelo partido, como ocorria quando o PT governava a prefeitura de Porto Alegre e, principalmente, durante todo o governo Olívio. Enfim, o Rio Grande volta ao mesmo status quo: partidarização dos setores técnicos do Estado, distribuição de cargos aos grupos radicais e moderados, tomada gramsciniana das instituições estaduais, em suma, um Estado entregue ao que há de mais horrendo na política: a sua absorção por um partido. A confusão entre Partido e Estado, a mitificação do líder, a miscigenação entre contas estatais e contas partidárias, a alocação do poder dentro de um projeto futurista e escatológico de sociedade e a redenção do homo videns- expressão cunhada por Giovanni Sartori, que serve de parâmetro para entender o homem-massa petista do Rio Grande do Sul- são elementos típicos dos regimes totalitários e são, hoje, aspectos definidores do está acontecendo e o que acontecerá nos próximos quatro anos de governo petista nos quatro - costados. A diferença será que de um caudilho como foi Olívio Dutra, teremos um "intelectual orgânico" no Piratini.

Como gaúcho por nascimento, devoção e sentimento, sinto-me envergonhado pelo meu Estado. Nunca senti tanta tristeza como estou sentindo agora, sabendo o que Tarso e sua turma farão. Serão anos de chumbo para a oposição. Preparem-se: aqueles ataques mentirosos e sorrateiros que muitos sofreram nos anos pesados do governo Olívio voltarão com a mesma intensidade! Lembro-me de estar ainda na Universidade quando Olívio chegou ao Poder. Foram anos difíceis. Meus colegas universitários, fascinados coma propaganda de salvacionismo do partido no Estado, não hesitavam em volver ataques contra quem quer que seja que ousasse contestar o líder Olívio. E sei disso porque durante alguns meses, eu mesmo fui um deles. Durante uma parte de minha adolescência, fui socialista e petista. Li Marx e apaixonei-me por aquele discursinho idiota. Fui salvo quando li Raymond Aron e percebi todos os erros do marxismo, não só práticos como teóricos. Por isso, entendo o que se passa na cabeça de um jovem gaúcho,socialista e petista. É como um fascínio diabólico que toma conta da alma do sujeito.

Graças a Deus e a alguns mestres que tive, acordei a tempo e curei-me dessa doença enérea quando ainda estava entrando na idade adulta.

Estou fora do RS, mas vejo a classe média de Porto Alegre, que mora no bom fim, na cidade baixa, no centro, no Petrópolis, etc., completamente cega e condicionada pelo discurso petista. É essa mesma classe média que elegeu o Tarso e que, agora, arcará com toda sua doença. Pagarão mais impostos, serão calados pela fúria de seus vizinhos - que não aceitam discutir a não ser dentro dos parâmetros estabelecidos pela "cultura petista" -, sonharão com a extensão do metro, que não sairá nunca, enfim, terão o que merecem por terem acreditado na propaganda vermelha do partidão.

Aos gaúchos que, como eu, não se dobraram ante a propaganda petista, digo: serão anos de chumbo novamente. Lembrem do que ocorria durante o governo Olívio e saibam que àquele ar soviético voltará misturado a uma onda de comportamentalismo politicamente correto! Não se rendam: é preciso continuar trabalhando e, com a Graça de Deus, o PT cairá!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".