Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ao fim e ao cabo...

MÍDIA SEM MÁSCARA

Lula sabe a importância da comunicação para o exercício do poder político numa sociedade de massa. No entanto, escolheu para sucedê-lo uma candidata que se dá melhor quando não fala e tem seus melhores momentos totalmente muda.

Não é de meu hábito travar por falta de palavras. Mas quando tento identificar o que tenha feito Lula ungir Dilma Rousseff como sua sucessora, entro em dispnéia vocabular. Fico que nem ela perante o mais trivial dos conceitos. Não sei o que levou o presidente a tal desatino. Se lhe foi dado escolher, por que escolheu assim?
Convenhamos, a candidata do presidente não consegue (ou não está conseguindo) articular uma frase inteligível sequer. Suas apresentações são incompatíveis com a imagem de mãe do PAC, dama de ferro do governo, gestora que permitiu a Lula ser o que sempre desejou ser desde seu primeiro orgasmo populista com um megafone nos idos de São Bernardo dos Campos. Quando, no debate da Band, ela teve que enfrentar uma questão sobre a falência da infraestrutura nacional depois de oito anos de governo Lula, a mãe do PAC esteve muito mais para madrasta. Dessas de histórias infantis. A verdadeira mãe do PAC, se existir, deve andar por aí, chorando em silêncio. Interrogada sobre a situação das Apaes, a candidata de Lula foi incapaz de acolherar três palavras que se relacionassem com o tema, demonstrando total desconhecimento a respeito dessas meritórias instituições.
O processo sucessório em curso não visa a escolher a reitora de um convento de monjas cartuxas, onde não se deve falar. Nem de um Clube de Xadrez, onde mero "Bah!" arranca eloquentes sinais de reprovação. Ninguém melhor do que Lula sabe a importância da comunicação para o exercício do poder político numa sociedade de massa. No entanto, escolheu para sucedê-lo uma candidata que se dá melhor quando não fala e tem seus melhores momentos totalmente muda, sob os respingos da popularidade do chefe. Vem, então, a pergunta: teria ela sido escolhida por Lula numa atitude do tipo "tudo posso" e, portanto, "posso até fazer uma coisa dessas"? Se os delírios messiânicos o levaram a tanto, a conta lhe haverá de cair na caixa de correspondência. Esteja ele onde estiver.
Dilma somente demonstrou segurança quando afirmou que "nós criamos 14 milhões de empregos". E errou. Errou sob silêncio dos demais candidatos, que não lhe perguntaram: criaram como? Criaram com quê? Governos somente criam empregos no serviço público (vitalícios) e em obras e serviços (temporários) que lhe são prestados. E basta! No mais, quem gera postos de trabalho é a iniciativa privada.
"Mas o governo não cria condições para a atividade privada?", indagará meu leitor petista ou lulista. Respondo: nesse particular, o que existem são sistemas que favorecem a atividade empresarial, porque favorecem a estabilidade da moeda, proporcionam segurança jurídica e respeitam o direito de propriedade, o livre mercado, os contratos e assim por diante. E não me parece que estejamos mais do que engatinhando nessa direção, entre mamadas nas tetas do governo, papinha socialista servida desde as creches até o topo do mundo acadêmico, e longas sestas tiradas em berço esplêndido. Como Lula nada fez para corrigir essas realidades (ao contrário, ampliou as tetas, as papinhas e as sestas), tudo que hoje se colhe foi plantado antes dele. E contra sua esforçada militância, como se sabe.
Reconheça-se que a mídia eletrônica - rádio e tv -, por força de lei, não pode expressar opinião política mais contundente durante as campanhas eleitorais. Mas é escandalosa a omissão da mídia impressa. Nossos jornais, em vez de opinar sobre o que viram e sobre o que veem, ao término de um debate como o da Band, limitam-se a registrar o que cada lado disse de si mesmo e do opositor. Isso lá é opinião? Isso é suficientemente analítico? Serve à verdade? Serve ao país? Ao fim e ao cabo, diante do que vejo, acabarei concordando com a presunção do Lula. E com os fundamentos de sua opinião sobre o eleitorado nacional.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".