Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Lei da Peteca

MÍDIA SEM MÁSCARA

É claro que o movimento de 1964 não foi revolução, foi contra-revolução.
Quando falam do movimento de 1964, os a favor dizem Revolução, e os contra falam golpe de Estado. Há tempos, li um artigo em que Jarbas Passarinho - quoque tu, dux mi? - demonstrava, por analogia histórica, que 1964 mereceo título de Revolução, como se revolução fosse coisa virtuosa. Posteriormente o ilustre brasileiro passou a usarcontra-revolução.
Essa indefinição é mais importante do que parece, pois indica que os militares, fixados na disciplina e no respeito à ordem, de certa forma se sentiam embaraçados de ter virado a mesa para salvar o Brasil do caos. Sempre consideraram sua intervenção como coisa precária, anômala, contrária a uma pretensa "normalidade democrática" que, de acordo com a teoria, seria o "certo", enquanto a ditadura militar, por mais bem intencionada ou necessária que fosse, era "errada".
Num país de currupacos, onde a repetição de refrões substituiu as idéias, poucos perdem seu tempo em verificar se de fato existe ou existia alguma "normalidade democrática" no Brasil. Ou seja, se a democracia no Brasil é algo realmente natural.
O que é natural? Para entender a "natureza", basta observar uma peteca. De qualquer jeito que a joguemos, sempre cai com as penas para cima logo, essa é a condição "natural" da peteca. E o Brasil? Se a política correr solta, levada pelo voto do eleitorado de acordo com as promessas dos políticos - cairá sempre na mesma posição, ademocrática? Se for assim, não há dúvida: a democracia brasileira é "natural" e tudo o que for diferente dela, inclusive as intervenções militares, é contrário à "natureza".
Mas o Brasil não é uma peteca. Sua história mostra que a democracia, devido à índole do eleitorado e ao caráter dos políticos, rapidamente resvala para a ditadura totalitária. Em mais de uma ocasião as Forças Armadas foram obrigadas a intervir antes do desastre. Mas, devido à própria intervenção preventiva, o desastre não chegava a ocorrer, e sobrava a impressão de que os militares haviam violado uma pretensa "normalidade institucional". Assim, as mentiras dos comunistas nunca eram desmentidas na prática. Não adiantava apontar os exemplos de Cuba e de outros países que, não tendo se defendido a tempo, haviam sido destruídos pelo comunismo: a intelectualha e parte da opinião pública permaneciam convictas de que os militares haviam usado a força para suprimir a "democracia".
É essa a origem dos mitos de Allende no Chile, ou dos montoneros na Argentina. Não adianta explicar que não passavam de traidores, e a democracia só lhes interessava como cobertura para os seus projetos criminosos. Até hoje os militares são perseguidos por terem cumprido tempestivamente a missão de proteger seus países da agressão apátrida, dirigida e financiada do exterior.
O povo é como certas mulheres que, levadas pelo instinto, apaixonam-se por vagabundos. Se a família proibir o casamento, passam o resto da vida a lastimar o amor frustrado. Se permitir, só aprendem sua lição depois de perder a juventude, passar fome, encher-se de filhos, levar surras e finalmente ser abandonadas por outra idiota mais jovem.
É claro que o movimento de 1964 não foi revolução, foi contra-revolução. Mas autodenominou-se Revolução porque só um governo revolucionário podia editar Atos Institucionais. Mas o governo militar só foi revolucionário no nome. Cheio de escrúpuloscordial, ensaiando o dia em que teria de devolver o poder aos civis - como se o poder civil fosse lei da natureza - nunca assumiu inteiramente a sua missão histórica. Isso, porque todos, tanto os militarescomo seus adversários, tinham de adorar a vaca sagrada da democracia.
É evidente que os traidores só fingiam defender a "democracia" como etapa provisória no trajeto para a ditadura "do proletariado". Logo, não acreditavam na vaca, apenas a usavam como cobertura. Ingênuos eram os militares que sinceramente a respeitavam, e impunham a ditadura para salvá-la e aperfeiçoá-la, livrando-a dos seus maiores "defeitos", os corruptos e os subversivos. Não queriam admitir que era a democracia, e não os corruptos e subversivos por ela gerados, a causa da crônica ingovernabilidade do Brasil.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".