Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Para que servem as prisões?

BLOG DO MR. X
terça-feira, 10 de agosto de 2010


Muito se discute sobre a questão das prisões, se deveriam "reabilitar", "reeducar" ou simplesmente "punir" o criminoso.

Theodore Dalrymple -- sempre ele -- mata a charada: independente do possível benefício ou malefício da prisão para o criminoso, para o cidadão que cumpre a lei a cadeia serve ao menos para uma coisa: enquanto o bandido está preso, ele não está lá fora matando, roubando ou estuprando.

Na canção "San Quentin", gravada ao vivo na prisão de San Quentin, Johnny Cash canta: "San Quentin, what good do you think you do? / Do you think I'll be different when you're through?" 

Realmente, os próprios bandidos sabem e assumem que, ao saírem da cadeia, provavelmente continuarão a matar, roubar, fraudar, vender drogas, ou seja lá qual era a sua "ocupação" anterior. Os que não o fazem são poucos: de acordo com estatísticas brasileiras, 80% dos bandidos voltam a cometer crimes depois de sair da prisão. Em alguns casos, não esperam nem a saída, já começam a matar no ridículo "semi-aberto".

Curiosamente, proponentes da redução de pena ou críticos do sistema prisional utilizam essa mesma estatística a seu favor: afirmam que são as mesmas prisões as que transformam a "vítima da sociedade" em um "monstro". Se um criminoso volta a cometer crimes depois de dez anos vendo o sol nascer quadrado, raciocinam eles: "isso significa que a prisão não serve para nada! Acabemos com as prisões e demos aos estupradores e assassinos terapia e aulas de malabarismo, que vai resolver."

O mesmo raciocínio, de fato, foi utilizado pelos mesmos espertos para praticamente acabar com os manicômios. Dizia-se que os manicômios eram abusivos, que os internos sofriam, e que estes institutos eram portanto inúteis, já que os doentes estariam melhor com uma família que os cuidasse. Pode ser. O problema é que tampouco a família queria cuidar dos doidões em casa, isso no caso em que tinham família, e agora há milhares de loucos soltos pelas ruas, alguns perigosos. Os manicômios podiam não ser bons para os loucos, mas eram uma alternativa para os cidadãos relativamente sãos não terem que encontrá-los no metrô

Embora a questão dos manicômios seja discutível, o caso das prisões, naturalmente, é bastante mais grave, especialmente em um país como o Brasil, onde a violência urbana come solta e a mortandade é 50 vezes pior do que na supostamente terrível Faixa de Gaza. E, no entanto, o pensamento mais em voga entre os "especialistas" no Brasil é o de diminuir as penas, soltar "pequenos" traficantes, e está em consideração até uma idéia estapafúrdia deconceder-lhes anistia. Enquanto nos EUA, dependendo da gravidade do crime, um criminoso de 13 anos já pode ser preso se o tribunal entender que é responsável por seus atos, no Brasil, assassino menor de 18 anos não vai em cana, e, de qualquer modo, o tempo máximo de permanência no xadrez é de trinta anos, por mais crimes que tenha cometido.


Pode a prisão reabilitar? É pouco provável. Serve como exemplo para o restante da sociedade, reduzindo o nível de crimes entre pessoas que se sentiriam tentadas a cometê-los, se não temessem a prisão? Provavelmente, mas é impossível saber ao certo. Pune o criminoso? Nem sempre, afinal não há equivalência exata entre o crime e sua punição.

Além disso, as prisões também tem uma grande desvantagem, custam muito dinheiro público (embora Thomas Sowell argumente que o custo oculto do crime seja muito maior).

Mas enquanto o criminoso está lá dentro, ao menos ele não está aqui fora.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".