LUCIANO AYAN
Fonte: Libertatum (por Klauber Cristofen Pires)
Eis abaixo (mais) uma prova do incontestável e criminoso protagonismo político exercido pelo CFP – Conselho Federal de Psicologia, ao apoiar publicamente a Criação do Conselho de Comunicação Social do Estado do Ceará – o órgão segue as diretrizes do famigerado PNDH-3 e foi criado para implantar a censura naquele estado. Vejam como o texto demonstra sua oposição ostensiva aos “setores conservadores da sociedade”. O documento está em formato PDF (com link no título) e foi transcrito em forma de texto logo abaixo. Como precaução contra futuros e “misteriosos” sumiços, gravei o texto e a página da internet com o recurso de “print screen”. Atentem para quem subscreve o manifesto, especialmente o último.
Manifesto em defesa do Conselho de Comunicação Social e da democracia
As entidades abaixo assinadas manifestam publicamente seu total apoio à criação do Conselho de Comunicação Social do Estado do Ceará e repudiam, de forma veemente, as tentativas de setores conservadores da sociedade de desqualificar a decisão da Assembleia Legislativa do Estado de propor ao governador Cid Gomes (PSB) a criação de um órgão que possibilitará a efetiva participação da sociedade cearense na criação de políticas públicas em comunicação do Estado.
Um Conselho tem como finalidade principal servir de instrumento para garantir a participação popular, o controle social e a gestão democrática das políticas e dos serviços públicos, envolvendo o planejamento e o acompanhamento da execução destas políticas e serviços públicos. Atualmente, existem conselhos municipais, estaduais e nacionais, nas mais diversas áreas, seja na Educação, na Saúde, na Assistência Social, entre outros. Um Conselho de Comunicação Social é, assim como os demais Conselhos, um espaço para que a sociedade civil, em conjunto com o poder público, tenha o direito a participar ativamente na formulação de políticas públicas e a repensar os modelos que estão instituídos.
Longe de ser uma tentativa de censura ou de cerceamento à liberdade de imprensa, como tenta fazer crer a grande mídia (nada mais que uma dúzia de famílias) e seus prepostos, o Conselho é uma reivindicação histórica dos movimentos sociais, organizações da sociedade civil, jornalistas brasileiros e setores progressistas do empresariado que atuam pela democratização da comunicação no Brasil e não uma construção de partido político A ou B. E mais, falta com a verdade quem diz ser inconstitucional o Conselho de Comunicação, pois este está previsto na Constituição, no Artigo 224, que diz “Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei”, com direito a criação de órgãos correlatos nos estados, a exemplo dos demais conselhos nacionais.
Uma das 672 propostas democraticamente aprovadas pelos milhares de delegados e delegadas da sociedade civil empresarial, não-empresarial e do poder público, participantes da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), os Conselhos de Comunicação Social são a possibilidade concreta de a sociedade se manifestar contra arbitrariedades e abusos cometidos pelos veículos, cuja programação é contaminada por interesses comerciais, que muitas vezes violam a legislação vigente e desrespeitam os direitos e a dignidade da pessoa humana. A desfaçatez com que o baronato da mídia e seus asseclas manipulam a opinião pública, na tentativa de camuflar a defesa de interesses econômicos e políticos que contrariam a responsabilidade social dos meios de comunicação e o interesse público, merece o mais amplo repúdio do povo brasileiro.
Eles desrespeitam um princípio básico do jornalismo, que é ouvir diferentes versões dos acontecimentos, além de fugir do debate factual, plantando informação. É chegada a hora de a sociedade dar um basta à manipulação da informação, unindo-se aos trabalhadores, consumidores, produtores e difusores progressistas na defesa da criação, pelo poder público, dos Conselhos de Comunicação Social. Somente assim, o povo cearense evitará que o Governo do Estado sucumba à covarde pressão de radiodifusores e proprietários de veículos impressos que ainda acreditam na chantagem e na distorção da verdade como instrumento de barganha política.
Que venham os Conselhos de Comunicação Social, para garantir à sociedade brasileira o direito à informação plural, a liberdade de manifestação de pensamento, criação, e a consolidação da democracia nos meios de comunicação.
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amapá
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará – Sindjorce
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC
Sindicato dos Gráficos do Estado do Ceará – Sintigrace
Instituto de Juventude Contemporânea – IJC
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (SP)
Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Ceará – Abraço/CE
Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária de São Paulo – Abraço/SP
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Associação Cearense de Emissoras de Rádio e TV Comunitária – AcertCom
Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos)
TV UMLAW
Sindicato dos Vigilantes do Estado do Ceará – SindVigilante
Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Valores do Ceará – SindValores
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará – Cedeca/CE
Associação União dos Moradores de Luta do Álvaro Weyne
União da Juventude Socialista – UJS
Grupo de Resistência Asa Branca – GRAB
Associação Comunitária do Bairro Ellery
Movimento Pró-Parque Raquel de Queiroz
Associação Comunitária do Bairro Monte Castelo
União Brasileira de Mulheres – UBM
Agência de Informação Frei Tito para América Latina – Adital
Fábrica de Imagens – ações educativas em cidadania e gênero
Catavento Comunicação e Educação
Rede de Adolescentes e Jovens Comunicadores e Comunicadoras do Brasil
Sindicato dos Operadores de Turismo do Ceará
Rede de Jovens do Nordeste
Cia. de Teatro Arte Amiga
Cia Tesouro Nordestino
Pastoral da Juventude do Canindezinho – PJ
Grupo Vida e Arte
Centro Cultural de Arte Capoeira na veia
Associação Zumbi Capoeira
Grupo Pensar Lutar
Cia. de Teatro Arte Amiga
Tesouro Nordestino
Futsal Caça e Pesca
Associação Zumbi Capoeira do Pirambu
Pastoral da juventude (Canindezinho)
Grupo Pensar Lutar e Vencer (Pastoral da Juventude Maraponga)
Grupo Tapa (Temos amor pela arte)
Espaço Solidário (ESSO)
Juventude Negra Kalunga
Terreiro Capoeira
Grêmio estudantil Juventude Ativa
Vidas e Vozes da Juventude
Juventude Atitude (CDI)
Cine Rua
Centro de Apoio a Vida
Grupo Aprendizes de Papel
Grupo Budega Chic
Centro Popular de Cultura e Ecocidadania – CENAPOP
Grupo Cultural Entreface – Identidade Juvenil, Comunicação e Cidadania/MG
Coletivo de Jovens Feministas de PE
Associação Comunitária Portal do Benfica
Cipó Comunicação Interativa (Salvador-BA)
União Nacional dos Estudantes – UNE
Frente Cearense Por Uma Nova Cultura da Água e Contra a Transposição das Águas do Rio São
Francisco
Instituto Jera – Feira de Santana/BA
Setorial de Comunicação e Cultura PSOL
Conselho Federal de Psicologia – CFP (Grifos meus)
MEUS COMENTÁRIOS
Agora, a regra é clara para o Conselho Federal de Psicologia. Apoiar qualquer tipo de religião (como fez a Marisa Lobo) pode gerar a cassação do registro de um psicólogo. Mas apoiar a religião política, mesmo em um ação para implementação da censura no estado do Ceará, não só é permitido, como também motivo de orgulho para eles.
É evidente que o Conselho Federal de Psicologia já não tem mais legitimidade alguma.
Eu continuo achando que o caso da Marisa Lobo tem que ser estudado em maiores detalhes. O meu argumento é o seguinte: caso exista algum psicólogo que cite idéias humanistas e/ou de outras religiões, e NÃO TENHA SIDO AMEAÇADO NOS MESMOS MOLDES que a Marisa Lobo, está configurado o ato de preconceito, e portanto ela já poderia entrar com ação judicial nesse sentido. Mas se o CFP tiver agido da mesma forma em outros casos, ela não teria muito do que reclamar.
Se eu ainda tenho dúvidas em relação ao caso de Marisa Lobo, em relação ao CFP não há mais dúvida alguma: é uma instituição que precisa ser questionada do início ao fim, em todas as suas manifestações públicas.
Se não é função de psicólogo mencionar uma religião (segundo o CFP), muito menos é a de orientar os outros no sentido de estabelecer uma censura na mídia, que beneficiaria neste caso, como não poderia deixar de ser, a esquerda.
Tradução: na linguagem da CFP, falar para alguém ir na Igreja, não pode, mas falar para estabelecer a censura na mídia, pode. Esse pessoal devia estar sob tratamento mental, e não liderando um “conselho” de psicologia.
Um comentário:
Pois é, Cavaleiro, não à toa instrumentalizaram o CFP.
Psicólogos e psiquiatras prestaram um bom serviço à União Soviética mandando opositores para hospícios.
O CFP estar na lista até que não me surpreende tanto, o espanto são os vários sindicatos de Jornalistas!
Nunca vi uma categoria tão ligada à censura. E ainda têm coragem de criticar a censura dos anos 60/70.
Creio que o que eles criticam é o fato de não terem sido eles a censurar.
Cambada de totalitários!
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