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quarta-feira, 14 de março de 2012

Os cúmplices do grande embuste

 

AUGUSTO NUNES

13/03/2012 às 22:35 \ Direto ao Ponto

 

O texto de Marco Antonio Villa reproduzido na seção Feira Livre, com respostas precisas à pergunta formulada pelo título, inspirou ao jornalista Celso Arnaldo Araújo observações especialmente oportunas. Transcrevo o comentário de Celso Arnaldo sobre Governo? Que governo? e volto em seguida.

A resenha pontiaguda do grande Villa contrasta chocantemente — e auspiciosamente para os que veem e pensam — com a avaliação que a mídia amestrada continua fazendo de dona Dilma.

A mais estapafúrdia talvez tenha sido feita ontem na Globo News pela Cristiana Lôbo. Continua ela sustentando a ladainha, desmentida cabalmente por estes 14 meses de governo, de que Dilma privilegia a “gestão” em detrimento da política, que era a característica de seu padrinho Lula. E, para embasar essa esdrúxula tese, citou as nomeações do bispo Minhoca Crivella para a Pesca e do Pepe Legal Vargas para Desenvolvimento Agrário — que têm tudo a ver com a política mais rasteira de que é capaz o PT e rigorosamente nada com “gestão”!!

Trem-bala, Transnordestina, Transposição do São Francisco, obras de infraestrutura da Copa, Dilma é gestora da grotesca fraude da boa gestora — o que mais será preciso, em termos de sacrifício para o país, até que isso seja percebido?

A fraude grotesca, acrescento, é anterior à chegada de Dilma Rousseff ao gabinete que ganhou do padrinho. Nasceu em 2007, quando a chefe da Casa Civil que pouco falava porque nada tinha a dizer foi promovida a Mãe do PAC ─ criatura gerada por duas consoantes e uma vogal que desde o berço engole bilhões de reais e só expele licitações malandras, contratos superfaturados,  canteiros de obras desertos, creches sem crianças, quadras esportivas sem serventia e muitas, muitas pedras fundamentais. Cinco anos depois da invenção da sigla, mesmo os candidatos ao Enem beneficiados pelo vazamento da prova não saberiam o que escrever caso fossem convidados a mencionar uma única obra relevante parida pelo PAC.

Graças à tibieza da oposição oficial, a farsa da grande gestora atravessou sem sobressaltos a campanha eleitoral e entrou em velocidade de cruzeiro depois que Dilma passou a pilotar o pior ministério de todos os tempos. Os jornalistas amestrados sabem que lidam com uma presidente incapaz de livrar da falência uma lojinha em Porto Alegre. Nenhum deles se arriscaria a elegê-la síndica do prédio onde mora. Seguem mentindo para não admitir que ajudaram a forjar uma fraude que nasceu em colunas de jornais e ali respira por aparelhos.

“Não tenho compromisso com o erro”, ensinou o presidente Juscelino Kubitschek nos anos 50. Na Era da Mediocridade, o país é governado por gente que não tem compromisso sequer com os compromissos que assume publicamente: a promessa de hoje será substituída amanhã por outro palavrório inconsequente. O Fome Zero, por exemplo, acabou com a fome que Dilma promete exterminar com o Brasil sem Miséria. Aos olhos dos jornalistas federais, tudo o que se desmancha no ar continua sólido se tiver o aval do Planalto.

O país melhora quando o governo dorme. Não são os ineptos que povoam o Planalto, muito menos os pelegos acampados no Ministério do Trabalho, que mantêm em níveis aceitáveis a taxa de desemprego ou impedem flutuações de alto risco na balança comercial. Empregos com carteira assinada são criados por empresas privadas, e tanto exportações quanto importações dependem do desempenho de industriais e agricultores. A turma no poder só cuida da multiplicação dos cargos de confiança.

O volume de investimentos perde de goleada para a gastança do mamute administrativo. O governo não fabrica um único prego, não produz um saco de cimento. Só faz encomendas, e espeta a conta nos bolsos dos pagadores de impostos. Esses bancam tudo, incluídos os “programas sociais” concebidos para anabolizar a performance dos benfeitores espertos nas pesquisas de popularidade. Nos modernos currais eleitorais, a eterna gratidão dos eleitores custa uma inscrição no Bolsa Família.

Os jornalistas amestrados sabem disso. Fingem que não enxergam porque são cúmplices do grande embuste protagonizado por executiva bisonha e uma nulidade política. Nos grotões dos que nada sabem e, por isso mesmo, nada exigem, milhões de brasileiros partilham o mesmo sonho miúdo: não morrer de fome. Eles nem desconfiam que os carrascos se disfarçaram de gênios da raça e amigos do povo. Nem imaginam que foram condenados a uma vida que não vale a pena e a dor de ser vivida.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".