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sábado, 15 de maio de 2010

Polêmica sobre poligamia apresenta dilema para França pós-cristã

NOTÍCIAS PRÓ-FAMÍLIA


Hilary White

NANTES, França, 4 de maio de 2010 (Notícias Pró-Família) — Quando uma mulher muçulmana foi multada no mês passado em Nantes, França, por dirigir vestida com a face totalmente coberta por um véu, a questão da poligamia entrou no centro da atenção do público quando foi revelado que o marido dela tinha três outras “esposas”.
O incidente reabriu o debate na França sobre o dilema defrontado pelos governos europeus: Por um lado, populações naturais idosas e índices de natalidade abaixo da substituição e, por outro, crescentes populações de imigrantes muçulmanos com costumes incompatíveis com as leis existentes.
Objeções à sua alegada poligamia foram respondidas pelo marido da mulher, Lies Hebbadj, um muçulmano que nasceu na Argélia, que apontou para o fato de que, de acordo com os modernos costumes franceses, ele não tem quatro esposas, mas uma esposa e quatro amantes, mais 12 filhos entre elas.
“Se dá para tirar a nacionalidade francesa de um homem por ter amantes, então muitos franceses poderiam perder a deles”, o Sr. Hebbadj, um açougueiro halal, disse depois de consultar seu assessor jurídico. “Até onde sei, nem a França nem o islamismo proíbe amantes”.
Hebbadj se tornou cidadão francês naturalizado depois que se casou com Anne, sua esposa francesa. Mas o ministro do Interior da França, Brice Hortefeux, disse que a cidadania de Hebbadj poderá ser revogada se for constatado que ele está praticando a poligamia. Autoridades estão investigando se ele está legalmente casado com as outras mulheres em cerimônias civis, e se ele estava lucrando com os benefícios de assistência social para mães solteiras que as outras mulheres podem estar recebendo de forma fraudulenta.
O incidente provocou uma pequena tempestade de controvérsia, com políticos acusando uns aos outros de tentar fazer ganhos políticos em seu rastro.
Nicolas Sarkozy, presidente da França, recuou em sua tentativa de proibir o uso público dos véus faciais islâmicos, tais como os burqas ou niqabs, vistos como expressão de uma interpretação radical do islamismo e um símbolo de rejeição dos comportamentos predominantes da sociedade francesa. Mas alguns ativistas disseram que a questão da poligamia é mais séria, citando a necessidade de proteger as mulheres de exploração. A Associated Press citou Jean-Marie Ballo, da entidade Nouveaux Pas, que ajuda as mulheres a escapar de situações de poligamia. Ballo, que é filho de pai polígamo, disse que os homens islâmicos praticam a poligamia a fim de receber renda dos benefícios que suas esposas recebem do Estado.
“Eles praticam a poligamia só por isso”, disse ele. “Eu chegaria ao ponto de dizer que os polígamos aqui (na França) estão procriando para fazer dinheiro”. Ballo é filho de imigrantes de Mali e seu pai e avô eram polígamos. Ele disse para a AP que sua entidade ajuda mulheres e crianças a acharem moradia, benefícios e empregos sem seus “maridos” polígamos, um processo conhecido na França como “descoabitar”. Ele disse que sua entidade ajudou 26 mulheres e 145 crianças.
Ballo disse que a poligamia e a criação de filhos em situações comunais não são compatíveis com a sociedade “ocidental”. “A poligamia não é de forma alguma adaptada ao contexto de vida no Ocidente”, disse Ballo. “Há conflitos, condições higiênicas catastróficas. As crianças têm um baixo desempenho na escola, pois não há lugar para estudar”.
Com cinco milhões de muçulmanos, a França tem a maior população muçulmana européia, a maioria dos quais são imigrantes de países africanos. A Comissão Consultiva Nacional de Direitos Humanos relatou em 2006 que pelo menos 180.000 pessoas, inclusive crianças, estão vivendo em situações polígamas na França, apesar de que as leis francesas proibiram especificamente a prática em 1993.
Embora o presidente Sarkozy tenha dito que quer fazer a França voltar a seus “valores básicos” do passado, o país adotou completamente a revolução sexual e social pós década de 1960 que frisa “pluralismo” e “diversidade” moral acima de valores morais uniformes, deixando os líderes num estado de incerteza ao tentarem lidar com o colapso social e os confrontos culturais.
A França está entre os 20 países do mundo que mais praticam o divórcio, com 38,3 por cento de todos os casamentos terminando em separações, de acordo com a entidade Americans for Divorce Reform.
Escrevendo no blog religioso da Reuters, Tom Heneghan, editor religioso da Reuters, apontou para o fato de que ter amantes na França se tornou tão aberto que poucos ficaram chocados em 1996 quando a amante de longa data do ex-presidente François Mitterrand, e a filha da amante, caminharam publicamente na procissão funeral dele.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês:
http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/may/10050401.html
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".