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segunda-feira, 10 de maio de 2010

REFORMA AGRÁRIA Moradores da região de Palmas vivem clima de tensão e incertezas

JORNAL MINUANO

06/04/2010

por: Márcia Sousa

Moradores da região de Palmas vivem clima de tensão e incertezas

Incra diz que está realizando levantamento, e não vistorias

FRANCISCO RODRIGUES

ACESSO: percurso até a propriedade que está por ser vistoriada


O clima de incerteza e apreensão ronda pequenos produtores no distrito de Palmas no interior de Bagé. Uma reunião foi realizada em uma propriedade, ontem, às 10h, na Coxilha das Flores. Marcaram presença a diretoria da Associação e Sindicato Rural, representantes da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) e produtores daquela região.

O encontro serviu para discutir sobre as notificações que alguns produtores receberam dos técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo os agricultores, o órgão vai vistoriar propriedades com o objetivo de desapropriá-las para assentar famílias quilombolas.

Manifestações com palavras fortes marcaram a reunião. Um presente disse que pode estar nascendo uma varredura das famílias de Palmas. Outro, alertou que o momento é de gravidade.

O ex-vereador Antenor Teixeira, que é de Palmas, foi contundente durante pronunciamento. “Querem ver fora daqui brancos e negros”, bradou. Ele lembrou a trajetória de amizade na região entre famílias das duas raças.

Um produtor rural pediu a união dos moradores e falou que já passou por situação parecida com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Não tenho vergonha de dizer que fui corrido da minha terra”, desabafou.

Alguns produtores que foram notificados não quiseram revelar nomes para a reportagem. O argumento deles é de, com isso, poderiam ferir amizades com algumas famílias negras que residem na região.

Os que se manifestaram afirmaram que não existiram quilombos em Palmas. O que aconteceu foi que estancieiros tinham o costume de doar pequenos lotes para capatazes e outros empregados. A informação é de que muitas dessas terras que foram doadas sequer foram escrituradas até hoje.

Testemunho

O casal José Bayard Rodrigues, 72 anos, e Sônia Maria de Paula Rodrigues, 60 anos, contaram para a reportagem do Jornal MINUANO que são descendentes de quilombolas. Eles marcaram presença na reunião. “Isso que estão fazendo é uma ignorância, nos damos com todo mundo e moramos no que é nosso”, disse José Rodrigues. A esposa acrescenta que a situação só vai criar inimizades entre brancos e negros.

Palmas tem dono

“Isso tudo nos pegou de surpresa”, reconhece o presidente da Associação de Produtores de Palmas e Joca Tavares, Fanor Souza Alves. Ele informou que o Incra está notificando os produtores há cerca de uma semana. Segundo o dirigente, Palmas tem em torno de 18 a 20 descendentes de quilombolas.

Ao falar do problema, o presidente da Associação avisa que Palmas tem dono e que não adianta tirar terra de um pequeno para dar para outro do mesmo porte.

Conforme Fanor Alves, fazem parte da região de Palmas, Coxilha das Flores, Lixiguana, Pedra Grande, Toca, Pedreira e Corredor do Apertado. Segundo ele, ao todo são nove mil hectares.

Repressão ao Incra

O presidente da Associação e Sindicato Rural, Eduardo Móglia Suñe avaliou a reunião de ontem como positiva. Segundo ele, foi formada uma comissão que vai ficar responsável pelas ações que devem ser desencadeadas. No entanto, não deixou de mencionar que existe uma apreensão muito grande na região. O dirigente revelou que pode haver repressão por parte do produtor. “Com certeza vai haver um movimento dos produtores”, adiantou.

Defensor se manifesta

O defensor público da União, Robson de Souza, disse estar surpreso com a matéria publicada no Jornal MINUANO do dia 1º de abril,na página quatro, intitulada “Desapropriação de terras para quilombolas deixa ruralistas indignados”.

Souza disse que o que “deve causar indignação é a grilagem de terras da União Federal ocorrida durante décadas na localidade das Palmas”.

Ele informou que desde o ano passado a Defensoria Pública da União vem cobrando do Incra agilidade na demarcação das comunidades quilombolas na região, em observância ao Termo de Cooperação formulado juntamente com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

“Segundo o defensor, de acordo com o levantamento antropológico a comunidade de Palmas preenche os requisitos para reconhecimento, pois mantém as tradições originais e a posse da terra há mais de 200 anos.” O governo federal está resgatando a dignidade destas comunidades em todo o país e a Defensoria Pública da União ficou encarregada de requerer programas sociais, benefícios previdenciários, e, principalmente, garantir que as comunidades quilombolas sejam regularizadas rapidamente”, falou.

Palmas no site

O site da Comissão Pró-Índio de São Paulo traz informação detalhada sobre a região de Palmas com o título Pesquisa processo no Incra. Essa comissão atua desde 1978 junto aos índios e quilombolas para garantir seus direitos territoriais, culturais e políticos. Abaixo, confira o gráfico.

Ficha Resumo do Território

-Nome da Terra
-Nome da(s) Comunidade(s)
-Município
-Unidade da Federação
-População
-Dimensão do Território
-Etapa atual do processo de regularização
-Superitendência responsável pelo processo
-O território é alvo de disputa?
-Data da Última Atualização
-Palmas
-Coxilha das Flores, Pedreira, Toca, Rincão do Inferno, Bolona, Catarina, Pedra Grande
-Bagé
-Rio Grande do Sul
-150 famílias
-1.000 hectares
-RTID em elaboração
-SR 11 Rio Grande do Sul
-Não
-17/03/2008

FRANCISCO RODRIGUES

MANIFESTAÇÕES: produtores afirmam que não existiram quilombos na região


FRANCISCO RODRIGUES

NA ESPREITA: produtores prontos para impedir entrada do Incra


FRANCISCO RODRIGUES

ALVES: “os campos de Palmas tem dono”


FRANCISCO RODRIGUES

RODRIGUES: “Isso que estão fazendo é uma ignorância”

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".