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terça-feira, 11 de maio de 2010

A frase de Antanas

MÍDIA SEM MÁSCARA

Cavaleiro do Templo: só para constar: MARINA SILVA estava com viagem para bater papo com este cara na Colômbia.


Quando Mockus pede a todos para "cumprir" a lei, refere-se à sua lei, à nova lei que pretende impor mediante seu "cenário constituinte".

É necessário ler o professor Antanas Mockus nas entrelinhas, pois seu sistema comunicacional é único: uma revisão depois de uma afirmação. Assim, ele diz tudo porém não é claro. O candidato verde não pode se comunicar de outra maneira. Talvez porque suas respostas sejam, com freqüência, arrepiantes.
Mockus declarou-se disposto a extraditar o presidente Uribe e o ex-ministro Juan Manuel Santos, se um poder estrangeiro exigir! Essa afirmação monstruosa não será esquecida. Essa frase foi, talvez, o momento "auge" da campanha de Mockus pois chegou a tocar um ponto de não-retorno. Talvez essa frase vá causar sua perda. Depois, claro, Antanas corrigiu sua frase. Porém, o dano já estava feito. Sua opinião sobre a extradição do Presidente da Colômbia, que caiu como um trovão depois da salva de insultos de Hugo Chávez contra o candidato Santos e contra os eleitores colombianos, revelou não só um espírito covarde a respeito de ingerências abusivas de regimes e movimentos estrangeiros, senão que descerrou, por alguns instantes, a cortina que esconde o palanque que olha com simpatia a candidatura verde: os conclaves fanatizados que sonham em montar para o presidente e alguns de seus ministros, depois de agosto, cenários de linchamento de "justiça popular" tipo revolução cultural proletária, por eles terem tirado o país, a custa de altos e honrosos sacrifícios, do pesadelo no qual nos encontrávamos em 2002.
Evidentemente, entre uma frase e outra, entre uma afirmação e seu contrário, todos estamos vendo que Antanas Mockus ignora os princípios básicos da Constituição e que é, portanto, um candidato que pode alcançar altíssimos níveis de incompetência.
Depois de ouvi-lo, a conclusão é esta: a Colômbia não estará segura com Mockus. Por acaso ele sabe que está em marcha um projeto tenaz contra a Colômbia por parte do Foro de São Paulo, que se movimenta sob a batuta das FARC?
Outro motivo de alarme: nem sempre Antanas revisa suas afirmações. Sobre o julgamento aberto no Equador contra o ex-ministro Juan Manuel Santos, Mockus não mudou. Ele continua acreditando que atacar o acampamento de Raúl Reyes foi um "erro" e que as gesticulações do juiz de Sucumbios é algo que "não podemos impedir ao Equador". Antanas acredita que com esse curioso humor ele poderá pedir um dia ao país em geral, e aos militares e policiais colombianos em particular, para fazer sacrifícios e até dar a vida pelos interesses superiores da Pátria? Não! Talvez o que haja nesse jogo turvo de afirmações indignas e revisões "re-equilibrantes" seja a vontade de introduzir a desmoralização nos partidos, na sociedade e nas Forças Armadas para embarcar a Colômbia em uma transição para o nada.
De fato, a economia, a segurança do Estado e da sociedade, são pontos que desapareceram praticamente do debate, pois o professor Mockus não parece se sentir atraído por essas temáticas. Nada é mais insólito e temerário.
Porém, há outras questões que são tocadas tangencialmente e que o eleitor deve saber. Por exemplo, Mockus disse à Revista Dinero, de Bogotá, em 30 de abril, que faria uma reforma tributária "preventiva" e que utilizaria para isso, caso seja necessário, o medo, esse sentimento tão útil, explicou, para manipular as pessoas. Essa é a "decência" de Mockus. Sua proposta é fazer uma reforma tributária "o mais redistributiva possível", para "ver de quem tiramos" o dinheiro. O fiscalismo esmagador para financiar o Estado-providência, é um modelo muito mal visto hoje em todos os lugares: nem os Estados Unidos de Barack Obama, nem a União Européia, nem a Rússia de Medvedev e nem sequer a China comunista estão nisso! Porém, o professor Mockus casou-se com essa teoria abandonada e pela qual a Grécia está pagando um alto preço.
Porém, há mais. Dinero perguntou a Antanas se lhe preocupa saber que não terá o apoio majoritário no Congresso. Sua resposta foi uma revelação: "A democracia deliberativa estabelece que nos cenários constituintes, inclusive mais do que no Congresso, as pessoas possam decidir por argumentos". Quer dizer, que o Congresso que acaba de ser eleito pelos colombianos seria dissolvido por Antanas para montar, em troca, um "cenário constituinte", que mudará a lei e a Constituição, pois para isto são as Constituintes. Assim, pois, Mockus começaria seu eventual mandato no mais puro estilo de seu admirado Hugo Chávez: com uma Constituinte que mudaria as regras do jogo.
Nesse preciso contexto, do "cenário constituinte", deve-se examinar o conto mockusiano da "legalidade democrática", noção nebulosa que, dizem, é um dos seus eixos de campanha. "O que é a legalidade democrática?", perguntou-lhe Dinero. Surpresa! Mockus despachou o tema em duas linhas e meia. Por que? Porque o que tem em mente assusta a muitos. Disse: "É o cumprimento da lei, por todos frente a todos. 'Democrática' quer dizer que não haja dogmatismos da lei, que esta cumpra-se acima de tudo e que se não se está de acordo com as leis, possam-se reformá-las democraticamente". Quer dizer, quando Mockus pede a todos para "cumprir" a lei, refere-se à sua lei, à nova lei que pretende impor mediante seu "cenário constituinte". Não é a lei de hoje, de todos; é a lei que vem, uma lei desconhecida e que alguns estão preparando por trás dos bastidores em alguma parte. Essa é a lei que, segundo Mockus, deve-se cumprir "acima de tudo". Seria abusivo dizer que, aqui também, há como um estranho mimetismo com o método de Chávez? Não. Esse mimetismo está ali, patético e obsessivo, no programa real, não no formal, do candidato do Partido Verde.
Finalmente, outro ponto caduco de Mockus que ninguém mais aplica: a chamada "responsabilidade ambiental". Para Mockus, as empresas e o investimento privado devem submeter-se. A inovação tecnológica, a produtividade e a modernização do aparato produtivo, vital para o desenvolvimento do país, são eclipsadas por essa ideologia. Antanas diz que as empresas deveriam contratar mais trabalhadores e investir menos em maquinário, e modernizar "a um ritmo mais lento". É o retorno à idéia reacionária do crescimento zero, utopia dos ecologistas mais atrasados. É o que faz Rafael Correa no Equador, com os resultados que sabemos. A idéia acertada é proteção ambiental sim, porém não contra o crescimento.


Tradução: 
Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".