Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O PACOTE EUROPEU

O PACOTE EUROPEU

Nivaldo Cordeiro

11 de maio de 2010
http://www.nivaldocordeiro.net/opacoteeuropeu


A notícia que afetou positivamente os mercados internacionais ontem foi o “pacote” de 750 bilhões de euros que a União Européia e o FMI colocaram como reserva de crédito para a compra de papéis emitidos pelas economias européias com problemas de liquidez. Esses papéis estão na carteira dos grandes bancos de lá e foram fortemente desvalorizados depois dos acontecidos na Grécia.


Informa a imprensa que a eventual ajuda a ser concedida a esses países está vinculada a ajustes fiscais duríssimos, nos mesmos termos que vimos recentemente feito pelo governo grego. A alegria dos mercados se deve mais ao colchão de liquidez e à estatização do risco bancário do que propriamente a fatores que possam afetar a economia real. Em suma, os investidores festejam o fato de que os organismos multilaterais decidiram preservar seu patrimônio ameaçado, monetizando parte da dívida impagável, que deveria ser reconhecida como prejuízo.


A decisão, portanto, em nada mudou a realidade dos países superendividados e com déficits estruturais além do administrável. A agenda de ajustes vai continuar. A ajuda não foi aos países, mas aos credores. Simples assim.


E não há como ser diferente. Os déficits gigantescos terão que ser contidos imediatamente. O tempo da irresponsabilidade fiscal acabou. Grécia, assim como os demais membros do chamado clube dos PIGS (Portugal, Irlanda e Espanha, mais a Itália) estão em situação insustentável e terão que fazer duríssimo ajuste fiscal.

O jogo da falsa prosperidade inflacionária acabou mesmo depois das medidas anunciadas. Virão anos de recessão, corte salarial, redução do funcionalismo público e corte na renda dos aposentados. Os tumultos de Atenas serão provavelmente repetidos, talvez em escala crescente, pois as economias dos PIGS são maiores.


É preciso que se diga que estamos diante da dura realidade da lei da escassez. Essa gente tem vivido muito acima de suas posses, daí o endividamento que acumularam. Mas dívidas são a mágica que só acontece uma única vez. A fórmula não poderá ser repetida por pelo menos uma geração.


O fracasso das promessas da social-democracia é patente. A pergunta é: o que virá em seu lugar? A meu ver, teremos o resgate da política econômica liberal, mesclada com os valores do conservadorismo. A ética do trabalho deverá ser restabelecida, em substituição à política de estatização do risco existencial mediante a remuneração do ócio das multidões.


Não será um processo fácil, a meu ver. Desde o pós-guerra gerações se sucederam na Europa sem trabalhar, usufruindo da praga moral do chamado Estado de bem-estar social. Como fazer essa gente trabalhar, de uma hora para a outra? Simples: cortando a mesada e pondo a polícia na rua. Não haverá mais almoço grátis, nem turismo grátis nos mares do sul, nem habitação grátis. Essa legião de vagabundos terá que readquirir a disciplina do trabalho.


Teremos um laboratório a céu aberto para ver as fraquezas morais humanas em ação. Invocarão “direitos” e “conquistas”, mas essa mistificação semântica não terá valor algum. De novo deverá ser resgatada a boa moral do trabalho, da poupança e da responsabilidade de cada um sobre si mesmo. Será o fim da ilusão social-democrata.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".