Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A TRAGÉDIA GREGA

A TRAGÉDIA GREGA

Nivaldo Cordeiro

06 de maio de 2010
http://www.nivaldocordeiro.net/atragediagrega


A social-democracia é a variante comunista que propõe manter formalmente o regime de propriedade privada, reconhecendo o fracasso do planejamento socialista, mas retirando os recursos de quem trabalha manipulando a via dos impostos e da inflação, emitindo moeda e alargando o endividamento público 


As mortes registradas nos distúrbios de ontem, na Grécia, são só o prelúdio do que nos espera nos próximos meses, talvez nos próximos anos. E não apenas naquele infeliz país, mas em todo Ocidente, onde a social-democracia prevaleceu. Estamos vendo seu projeto político desmoronar. Quem, minimamente letrado em ciência econômica, observou os acontecimentos sabia que a construção de uma sociedade de rentistas sem capital, munidos apenas de “direitos” e de “conquistas”, protegidos pela lei estatal injusta, iria se deparar com esse beco sem saída.

A social-democracia é a variante comunista que propõe manter formalmente o regime de propriedade privada, reconhecendo o fracasso do planejamento socialista, mas retirando os recursos de quem trabalha manipulando a via dos impostos e da inflação, emitindo moeda e alargando o endividamento público. Vemos que os limites da carga tributária foram batidos; agora estamos diante do esgotamento da via inflacionária. Na Grécia, como de resto em toda a Europa ocidental, assim como nos EUA, vemos que o setor financeiro está em vias de quebrar ou colocou limites claros aos tomadores de empréstimos. O limite é técnico, além do qual os próprios banqueiros poderão ir à bancarrota.

Na Grécia todas as vias foram esgotadas. Impostos elevados convivem com dívidas impagáveis e a impossibilidade de desvalorizar a moeda comum, o euro. Só restou a via do corte de gastos públicos, com demissões de funcionários e a abolição de “conquistas” para aqueles que permanecerem no serviço público. Pouco a pouco a imprensa internacional vai informando o quanto o Estado grego tem sido generoso com seus empregados e aposentados. A casa ruiu.

Ao ler a coluna de Clóvis Rossi, na Folha de São Paulo de hoje (O arrastão financeiro), não pude conter o meu espanto. Ele escreveu sobre a crise grega: “A ganância desenfreada tornou-se o combustível que move uma parte importante do setor financeiro. O que surpreende é o silêncio de governantes, acadêmicos e até dos bancos não corsários, igualmente vítimas”.   

O jornalista da Folha ignorou a causa única da crise grega, a irresponsabilidade fiscal, atribuindo a culpa aos banqueiros internacionais. Caro leitor, não caia nessa falsa explicação. O governo grego, assim como o de toda a zona do euro, dos EUA e mesmo do Brasil sofrem de um único mal: o populismo econômico. Ele quer distribuir benesses sem contrapartida, pagando rendimentos crescentes a legiões de desocupados, na forma de salários aos funcionários públicos, aos aposentados, aos recebedores de bolsas e aos rentistas de forma geral. Quando a massa parasita dependente do Tesouro é pequena não há desequilíbrio, mas quando se torna um fenômeno de multidão, legiões cada vez mais numerosas vivendo à custa de uma população que trabalha, cada vez mais escassa, o jogo termina por ilogicismo. O parasita não pode ser maior do que o hospedeiro.

O jogo da social-democracia acabou, e não apenas na Grécia. É chegada a hora dos ajustes dolorosos. Bem sabemos que há gerações de pessoas vivendo à custa dos que trabalham, recebendo ilegitimamente seu quinhão de impostos. A interrupção do ócio dourado será dolorida. Nada dura para sempre, nem mesmo a injustiça. Resta saber como a equação política será montada para a aplicação dos ajustes necessários. Haverá choro e ranger de dentes. Tempos de grandes perigos.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".