14.05.2010 - 1:55pm
Empréstimo draconiano
A Caixa Econômica Federal não explica. Boa parte dos imóveis oferecidos nos “Feirões de Imóveis”, que a instituição está promovendo neste final de semana em todo o País, é usada. Em Salvador estão sendo vendidos 60 mil imóveis, em São Paulo, cerca de 150 mil. No Brasil inteiro são aproximadamente 500 mil casas e apartamentos. Mais da metade desse volume é de imóveis devolvidos ou, na maioria dos casos, retomados de mutuários que se tornaram inadimplentes.
Embora a CEF venda facilidades, há muitas armadilhas que precisam ser analisadas com maior critério pelo comprador. Por exemplo, se a taxa de juros for de 10% ao ano, a cada dez anos de financiamento o comprador terá pago o valor equivalente ao imóvel adquirido. Em 30 anos, essa relação binomial cresce assustadoramente, pois o incauto mutuário terá desembolsado 4,5 vezes o valor do bem, aponta a entidade. Por isso, é aconselhável comprar com o máximo de entrada possível, financiar no menor prazo, sempre dentro da capacidade de pagamento.
Marcelo Dornellas, especialista em Direito Imobiliário alerta. O sonho brasileiro da casa própria pode se transformar num grande problema com as mudanças dos contratos de financiamento imobiliários. De acordo com as normas atuais, a retomada do imóvel em caso de atraso nas prestações está mais rápida. “Agora, o mutuário pode perder a casa e grande parte do dinheiro investido em pouco tempo”. A Caixa Econômica Federal passou a privilegiar os contratos de alienação fiduciária. “Nessa modalidade, o banco pode entrar com um processo de retomada do imóvel logo depois do atraso do pagamento. “Se o mutuário não pagou a prestação, o banco tem o direito de rescindir o contrato, sem a necessidade de uma ação judicial”.
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