22/04/2010 - 14h52
A força militar de elite iraniana, a Guarda Revolucionária, está presente na Venezuela e isso representa um risco de contato com forças americanas, segundo um relatório do Pentágono enviado ao Congresso, ao qual a AFP teve acesso.
"A Guarda Revolucionária Islâmica tem capacidade operacional no mundo todo. Está bem assentada no Oriente Médio e na África do Norte, e recentemente aumentou sua presença na América Latina, particularmente na Venezuela", explica o relatório datado de abril deste ano.
"Se os Estados Unidos aumentarem seu envolvimento nessas regiões, o contato com a Guarda Revolucionária, diretamente ou através dos grupos extremistas que esta apoia, será mais frequente", por consequência, adverte.
Este texto corresponde à parte não confidencial de um relatório completo sobre a estratégia militar do Irã que o Pentágono de enviar, por lei, a cada ano ao Congresso.
O Irã tem a ambição de se tornar "potência regional" nos níveis militar e diplomático, mas também de ampliar sua presença em escala mundial, adverte o documento.
O relatório atribui a essas forças de elite, diretamente comandadas pelo líder supremo iraniano, Ali Khamenei, a responsabilidade pelo ataque de 1994 a um centro comunitário judaico em Buenos Aires.
O secretário de Defesa americano, Robert Gates, acusou há um ano o Irã de "atividades subversivas" na América Latina, com a secretária de Estado, Hillary Clinton, também se expressando em termos parecidos sobre o assunto.
No entanto, durante uma viagem realizada na semana passada na Colômbia e no Peru, Gates negou que a Venezuela represente "atualmente um desafio ou uma ameaça militar" para Washington.
A congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen pediu nesta quinta-feira ao governo de Barack Obama mais atenção ante o "crescimento do Irã e a influência que esse país tem não apenas na Venezuela, o que é bem conhecido, mas em todas as demais nações da América Latina".
O governo venezuelano rejeitou as acusações e assegurou que sua aliança com o Irã é meramente estratégica e econômica, ante o que chamou de agressividade americana.
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