19 de abril de 2010 | 17h28
Sílvio Guedes Crespo
O Financial Times publicou em seu site nesta segunda-feira um artigo criticando a política externa brasileira, com o argumento de que o País ganha importância muito rapidamente e “não está acostumado com os holofotes da opinião internacional”.
Sílvio Guedes Crespo
O Financial Times publicou em seu site nesta segunda-feira um artigo criticando a política externa brasileira, com o argumento de que o País ganha importância muito rapidamente e “não está acostumado com os holofotes da opinião internacional”.
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“O Brasil se tornou importante na comédia das nações”, diz o texto, assinado pelo jornalista John Paul Rathbone.
A tese é de que o País, devido ao carisma de Lula e à relativamente baixa dependência do comércio com nações ocidentais, teria conseguido e aproximar de China, Irã, Coreia do Norte e Venezuela.
Para Rathbone, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um discurso “imperial” durante o encontro com chefes de governo ou Estado da Rússia, da índia e da China no último fim de semana, ao dizer que esse grupo de países, conhecido como Bric, tem um papel fundamental na criação de uma nova ordem internacional.
“Esse é o tipo de linguagem imperial que a gente poderia esperar [de líderes] da Rússia ou da China. No caso de Lula, o discurso é açucarado pela imagem, diante do mundo, de homem comum – ou de ‘o cara’, como disse o presidente Obama – do ex-líder sindical de 64 anos”, afirma o artigo.
Sobre o fato de Lula ter dito “nasci com o virus da paz” e ter se aproximado do Irã, Rathbone comenta: “Faz parte do papel auto-atribuído que Brasília [...] adotou como intermediária para a paz de todos os homens”.
Mas, com as eleições, o Brasil perderá o “encanto” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e “sua imagem de império fofo pode não durar”, diz o autor. “A política de arco-íris do Brasil pode estar chegando ao seu limite e pode inclusive pôr em perigo o objetivo do País de obter um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.”
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