Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A chamada de Tiradentes em Roberto Marinho

ALERTA TOTAL

Quarta-feira, 21 de abril de 2010

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jorge Serrão


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

(...)

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

(Famoso poema de Manuel Bandeira, no livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90).

Por aqui, corre risco de enforcamento moral quem não for amigo do Rei $talinácio – aquele que promove a derrama dos impostos, dos juros altos, mas continua popular porque libera crédito e bolsa família para o povão consumir até nos bordéis de Pasárgada.

Mas não vamos lembrar disso, e fazer que nem nosso Rei. Tomemos todas para esquecer. Porque hoje é feriado. Dia de fazer nada em Pasárgada. Graças aos burocratas que criaram o Dia de Tiradentes. A gente pode enforcar o trabalho porque o coitado morreu enforcado por ter assumido que participou de uma revolução, em 1789, para tentar implantar uma República no Brasil.

Os principais planos dos inconfidentes das Minas Gerais eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal. Criariam manufaturas no País. Implantariam uma universidade em Vila Rica. A Capital Republicana, por ironia, seria em São João “del-Rei”. O primeiro presidente seria Tomás Antônio Gonzaga. Depois dele, ocorreriam eleições.

Azar dos inconfidentes foi que, já naquela época, já tinha gente com nome sujo no Serasa. Em 15 de março de 1789, entes que virasse revolução, a revolta mineira foi delatada aos portugueses por três oportunistas: coronel Joaquim Silvério dos Reis, tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o luso-açoriano Inácio Correia de Pamplona. Os três foram dedos-duros em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda Portuguesa.

Por ironia, o que motivou a revolta mineira foi sentimento de ira gerado, anos atrás, com a decretação da derrama. Foi uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que preciso fosse confiscar todo o dinheiro e bens do devedor. O engraçado é que a derrama vigora até hoje sob o império de Sarney e seus sucessores naturais Itamar, FHC e $talinácio.

Vida que segue, pior que o enforcamento, cem anos depois, a história mal contada do Brasil cometeria uma maldade ainda maior contra a memória de Joaquim José da Silva Xavier. Os bravos militares positivistas tiveram a ilusão de que implantaram uma República, em 15 de novembro de 1889. E ainda usaram o famoso alferes como instrumento de propaganda. Alguém acha que temos República aqui em Pasárgada? Temos não, sô!

Conceitualmente, República é a organização política de um Estado para servir à coisa pública e ao interesse comum. Em uma República de verdade, o conceito mais importante e vital é a supremacia do bem comum sobre os interesses particulares. Na República, é preciso conhecer e praticar direitos e deveres. Ou seja, na República se pratica a Democracia – a segurança do direito, através do exercício da razão pública.

Por causa disso, o bicho pegou ontem lá no céu. Uns arapongas que fazem escuta ilegal de conversas no outro mundo deixaram vazar agora cedinho que ontem Tiradentes teve um papo muito sério com o doutor Roberto Marinho, lá no além. Completamente PT da vida, Tiradentes reclamou com o imortal jornalista:

Tá vendo, Roberto, o que dá fazer negócio com o PT? A patrulha ideológica deles até tirou do ar seu comercial de 45 anos da Rede Globo? E você tá aqui no céu de Pasárgada, junto comigo, sem poder fazer nada para defender a liberdade de pensamento e expressão? De que adiantou, Roberto, você ter sido amigo do Rei?

Segundo os arapongas, Roberto Marinho teria respondido com o silêncio e ares de arrependimento. E deve ter ficado muito chateado com Roberto, João e José, seus filhos, que aceitaram a censura imposta pela petralhada ao simples jingle global, que deve ter dado um trabalhão de edição. Confira o vídeo. Veja se o pessoal da Globo não merece um enforcamento simbólico por se sujeitar às imposições dos patrulhadores ideológicos do El Rey de Pasargada. 

Mas para deixar Tiradentes ainda mais revoltado, só a entrevista amestrada concedida pelo $talinácio aos Diários Associados. O cara dedurou que foi procurado pelo PSDB há algum tempo para tratar do mandato presidencial. A proposta era unir PT e PSDB em torno da ampliação do período de quatro para cinco anos e incluir no pacote o fim da reeleição.

"Eu disse ao interlocutor que não queria mais o fim da reeleição, não quero mais o fim da reeleição". Lula alegou que mudou a sua opinião porque percebeu que "para se fazer uma obra estruturante nesse País, o sujeito até fazer o projeto básico, executivo, conseguir a licença ambiental e vencer o Poder Judiciário, já terminou o mandato".

Com um papo desses, $talinácio não é sério candidato a receber o troféu Joaquim Silvério dos Reis?

Leia também o artigo de Arlindo Montenegro: É preciso resistir à Propaganda Oficial 

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 21 de Abril de 2010.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".