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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O pró-cônsul Ramiro Valdés

Fonte: MÍDIA SEM MÁSCARA

Chávez não nos federou com o Estado castrista cubano porque aspira a ser ele quem dirija esse Estado Federal e não será assim enquanto os irmãos Castro estejam respirando.



Em um dos meus últimos artigos, antes que Ramiro Valdés acabe com estas tribunas da Internet, quero pelo menos fazer constar que não pertencemos à manada de imbecis que Chávez quer enganar com seu calendário eleitoral e seu plano em marcha de anexação estrutural do Estado venezuelano ao Estado castrista cubano.


É um fato HISTÓRICO que venha o "comandante" Ramiro Valdés e seja nomeado para se ocupar do governo da Venezuela, pois Chávez continuará falando idiotices dia e noite como o "grande líder" e enganador de ofício, delegando de fato o governo, de agora em diante e de maneira oficial, nas mãos deste super-ministro castrista.


Por isso a nomeação do chefe comunista cubano, Ramiro Valdés, é de uma gravidade insólita.


O "comandante" Ramiro Valdés é nada menos que o terceiro homem do cérebro do poder tirano castrista, que se apropriou da vida de escravidão material e espiritual de 11 milhões de almas cubanas, incluindo 2 milhões de exilados, de vida emprestada em uma nação estranha, embora a tenham feito um pedaço seu desde há agora 51 anos.


"Ramirito" vem para uma múltipla missão que Chávez pactuou com Fidel e Raúl por sua conta. Dizem que a instituição deste pró-consulado castrista do Estado cubano, que exercia Valdés, foi o que motivou a saída de Carrizales da Vice-Presidência; porém, até que este senhor não fale como foi, presume-se que pode ter saído com sua mulher, também ministra, e com o jovem encarregado do banco central chavista, pelo descobrimento de uma descomunal falcatrua que é o que faz rodar reiteradamente por um tempo a todos os da gasta, desprestigiada, hiper corrupta e sobretudo inútil equipe de Chávez.


O mais simples seria dizer que Ramiro Valdés, como verdugo castrista experimentado, vem dirigir a sofisticada repressão dos meios de comunicação, em primeiro lugar os da rede de Internet que constituiu a última experiência dilatada de Ramirito, depois de dirigir por décadas as mais variadas agências de repressão política, fuzilamentos, torturas e cárceres do regime.


Isso pode ser certo, porém temo que seja mais ampla e complicada a missão encomendada por TODA a burocracia cubana, e alentada em especial pela necessidade de Raúl Castro de afastar a quem lhe faz sombra na cúpula do sinistro e senil poder cubano, quando já sem remédio o tirano Fidel está estertorando, embora em câmera lenta.


Esta missão serve, nada mais e nada menos, para garantir com os recursos da Venezuela a sobrevida já comatosa do nocivo, sarnento, chulo e senil regime ditatorial cubano.


Resumamos as conseqüências deste fato histórico, do dia em que se oficializou o início formal da anexação estatal do Estado chavista ao Estado castrista.


- Ramiro Valdés será um super-ministro que receberá prestação de contas desde o Vice-Presidente Elias Jaua para baixo;


- Desde este super-ministério de colônia, disfarçado com o socorrido disfarce de ministro elétrico, Valdés montará um complexíssimo mecanismo de saque ainda maior de nossos recursos financeiros, energéticos, alimentícios, desviando embarques faturados para a Venezuela; e com cabotagem no Porto de Havana, insumos industriais, equipamentos médicos comprados em dobro com os quais já treinaram o pessoal cubano em Bairro Adentro e agora são manipulados lá na ilha com propriedade;


- Dentro do avultado número de funcionários cubanos - 40, 50, 80 mil? - instalados na Venezuela, que devem pelo menos duplicar o confessado em discursos oficiais, tornou-se urgente o controle policial ultramarino por um grande policial repressor, para pôr ordem na comunidade semi-escrava em funções aqui;


- Todas as mais temidas especulações sobre o rol policial e militar do funcionarismo castrista, assentado e em um vertiginoso crescimento todos estes anos na Venezuela chavista, onde se agregaram ademais a uma apreciável quantidade de disfarçados em pessoal sanitário e de educação, milhares e milhares nas múltiplas funções de registro civil, notarias, passaportes, aduanas e agora de funcionários de alto nível de todo um ministério dedicado supostamente a resolver o problema elétrico, completam com o Comandante Ramiro uma massiva falange de invasão silenciosa, de uma muito curiosa e engenhosa maneira de ligar nossa sorte, soberania, economia e anexação estrutural inclusive militar, do próprio Estado venezuelano, à ditadura castrista e à sua legião de parasitas e capangas;


- Como Chávez nunca pôde completar a demolição do velho Estado capitalista venezuelano, implementou uma anexação gradual da república ao Estado castrista, e Ramiro Valdés é a peça-chave para essa mudança de natureza. Isto não significa que amanhã amanheceremos com uma natureza de estado policial como o cubano, porém o passo dado com a vinda de Ramiro Valdés é um salto qualitativo nessa direção;


- Creio que o que estou dizendo tem implicações realmente graves, porquanto já temos a medida
- que muitos na oposição midiática querem continuar ignorando -, de que no futuro mais ou menos imediato, essa anexação ou "enfeudamento" estrutural do Estado venezuelano à direção do Partido Comunista Cubano, significaria obrigar-nos a querer nos emancipar do despotismo a que teria que se adiantar ao próprio Estado castrista cubano o qual teria se anexado o regime chavista. Não digo que já chegamos a isso, porém assinalo que será tal a dependência de Chávez na Venezuela, que a vida dessa burocracia totalitária cubana dependerá da sorte da burocracia ladra e despótica do chavismo na Venezuela.


- Chávez não nos federou com o Estado castrista cubano porque aspira a ser ele quem dirija esse Estado Federal e não será assim enquanto os irmãos Castro estejam respirando. A chegada de Valdés prepara essa federação, embora 95% dos venezuelanos estejamos absolutamente contra esse disparate demencial?


- Essas pestes burocráticas vermelhas se mantêm juntas e juntas cairão? Se isso é assim, então é necessário revisar, como se faltassem razões, TODA a estratégia da oposição venezuelana com relação a Chávez e a esta aparelhagem colonial cubana, que no ponto de seu maior desenvolvimento já qualitativo de coluna vertebral do regime chavista, veio dirigir em pessoa o terceiro homem do poder castrista cubano.


- Completou-se o legado de Chávez de nos entregar a Cuba. Começou o domínio colonial cubano com o pró-cônsul Ramiro Valdés?


- Completou-se a "angolização" da Venezuela. Cuba batalhou militarmente com o custo de milhares de mortos para reinar politicamente em Angola; aqui só bastou que Chávez decidisse nos vender a alma a seus amados amos chulos.


- Chávez está levando adiante seu plano. Porém a Venezuela tem outro plano: NÃO SEREMOS UMA COLÔNIA CASTRISTA, não seremos outra Angola, nem outra Nicarágua. Com a vinda de Valdés, Chávez cometeu seu pior disparate em anos. Só 5% apóia seu plano cubano; os outros 95% estamos dispostos a fazê-lo fracassar em seu pior desígnio. Fora Valdés! Fora Chávez!



Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".