Simon Romero, The New York Times, Caracas - Quarta-Feira, 22 de Outubro de 2008
Com menos petrodólares, Venezuela, Irã e Rússia têm reduzida a capacidade de atrair aliados e refazem cálculos
Com sucessivas altas do preço do petróleo, nos últimos anos, os líderes da Venezuela, Irã e Rússia, fortaleceram suas posições, o que lhes permitiu ingressar no cenário mundial usando a diplomacia do talão de cheques e, dependendo da ocasião, da intimidação.
Agora, a queda violenta das receitas abre uma série de interrogações quanto à capacidade destes países arcarem com seus gastos - e com a pretensão de fazer frente à hegemonia dos EUA. Para as três nações, os petrodólares representaram um meio para alcançar um fim ideológico.
O venezuelano Hugo Chávez usou-os para dar início à revolução inspirada no socialismo, em seu país, e para fornecer apoio a líderes latino-americanos que abraçavam suas mesmas tendências, com o objetivo de minar a influência americana outrora dominante.
O Irã estendeu sua influência em todo o Oriente Médio, promovendo-se a líder do mundo islâmico, e usou seus petrodólares para desafiar os esforços do Ocidente para impedir o avanço de seu programa nuclear.
A Rússia, que sofreu um humilhante colapso econômico na década de 90, depois da queda do comunismo, reconquistou parte da posição que ocupava no mundo. Começou a reconstituir suas forças militares, recuperou o controle de oleodutos e gasodutos e repeliu as tentativas de penetração do Ocidente no antigo império soviético.
Financiar essas ambições custa muito mais quando o petróleo está cotado a US$ 74,25 o barril, seu preço de fechamento na segunda-feira em Nova York, do que quando era cotado a US$ 147, três meses atrás.
Isso não significa que esses países estejam na iminência de um desastre econômico ou abandonarão seus objetivos políticos.
E o preço do petróleo, cuja cotação ainda é o dobro do que, há alguns anos, já era elevado, sempre pode voltar a subir.
RECESSÃO NO HORIZONTE
No entanto, Rússia, Irã e Venezuela basearam seus gastos em um patamar de cotação que consideraram conservador, mas agora está próximo do nível do mercado. Novas quedas significativas poderão levar os gastos desses países a um nível deficitário ou pelo menos a obrigá-los a escolher entre suas prioridades. Uma recessão mundial agravaria a situação, reduzindo a demanda de energia e pressionando o preço para baixo.
Não está claro se as novas pressões criarão oportunidades para que os EUA abrandem as tensões, ou se os líderes dos três países se limitarão a usar declarações raivosas, se não puderem apelar para ações provocadoras.
Chávez prossegue com suas aberturas para a Rússia. Talvez agora, ele, o primeiro-ministro Vladimir V. Putin da Rússia, e o presidente Mahmud Ahmadinejad do Irã, vejam os EUA, sacudidos pela crise financeira, como uma nação ainda mais vulnerável.
Daniel Yergin, presidente da Cambridge Energy Research Associates, uma consultoria de Massachusetts, disse que os países petrolíferos se deparam com a necessidade de reformular cálculos.
Originalmente, afirmou, eles entendiam a crise econômica como um problema que dizia respeito apenas aos Estados Unidos, até que o preço do petróleo despencou.
"Agora, os países produtores experimentam um choque petrolífero às avessas", comentou Yergin. "Enquanto as receitas cresciam, os gastos dos governos subiam e a expectativa de fortunas inesperadas os levaram a alimentar ambições ainda maiores. Agora, estão descobrindo seu grau de integração num mundo globalizado".
COLABORARAM MICHAEL SLACKMAN E CLIFFORD J. LEVY
SINAL DE ALERTA
Venezuela: Em setembro, Chávez foi enfático ao anunciar exercícios navais com a Rússia no Caribe, despentando rivalidades da Guerra Fria no hemisfério. Usou dinheiro do
petróleo para conquistar amigos na região, incluindo o boliviano
Evo Morales. As despesas também aumentaram com a ampla rede de programas sociais para promover a meta de criar um Estado socialista. O orçamento de 2009, com base no preço do petróleo a US$ 60 o barril, inclui uma elevação de 23% nos gastos do governo, para US$ 78,9 bilhões. Mas os venezuelanos
mostram-se alarmados quanto à capacidade do governo de pagar suas contas.
Irã: Teerã foi capaz de resistir às sanções econômicas impostas pelo Ocidente graças ao preço do petróleo. O país tem a segunda maior reserva conhecida do mundo e fez uso dela nos últimos anos como arma política e econômica para desafiar o Ocidente. Os petrodólares ajudaram o Irã a aumentar a influência sobre Iraque, Líbano - por meio do Hezbollah - e o conflito entre Israel e os palestinos, por intermédio do Hamas. Internamente, o dinheiro permitiu aos ideólogos linha-dura preservar o poder.
Rússia: Em um dia de inverno de 2006, a Rússia cortou subitamente o fornecimento de gás natural para a Ucrânia onde um governo pró-Ocidente chegara ao poder. Há dois meses, a reação branda de algumas nações européias à invasão da Georgia pela Rússia pareceu indicar que a Europa se tornara dependente demais do gás russo e não poderia ousar um questionamento mais firme. Agora, porém, com os preços do gás despencando, essa estratégia foi colocada em questão.
Cavaleiro do Templo: pois é... Estes salafrários declaram que o capitalismo é a pior coisa do Universo inteiro, que os EEUU devem acabar, toda aquela cantilena sociopata comunista/socialista. Mas o que parece que ninguém percebe é que estes salafrários, Lula entre eles, são feitos pelo CAPITALISMO, é o CAPITALISMO e seu maior expoente, os ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, que colocam comida nas suas mesas. Vamos ver agora onde está a "machesa" destes que só querem saber de uma coisa: O PODER TOTAL LIVRE DE RESPONSABILIDADES, que são duas das definições do COMUNISMO/SOCIALISMO.
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