Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

HERANÇA MALDITA DO PARTIDÃO

NIVALDO CORDEIRO
12/12/2011


Ontem eu olhava os canais de TV e parei vendo a GloboNews, programa Painel. A trinca de "especialistas" (Paulo Francini, Silmão Silber e Juan Jensen), ancorada por William Waack, debateu no primeiro bloco as decisões européias da semana passada. Todos eles infelizes com a inflexibilidade da senhora Angela Merckel, que não quer ver o Banco Central europeu transformado em emprestador de última instância e sancionador da irresponsabilidade fiscal dos parceiros quebrados. Mais que ninguém a Alemanha sabe do valor indelével de uma moeda saudável.

No segundo bloco foi analisada a situação do Brasil. E aqui foi a minha grande surpresa quando Paulo Francini, criticando os demais especialistas, reclamando da desindustrialização do Brasil, clamou por um "plano" de salvação da indústria nacional. Isso mesmo! O velho e malfadado "plano", a varinha de condão de todos os comunistas mundo afora. A Fiesp será talvez a mais vetusta instituição infiltrada pelas teses do Partido Comunista, que sempre fez do "plano" a mola mestra da ação econômica estatal.

Por que há desindustrialização? Por razões conhecidas: 1- A China, usando da sua imensa reserva de mão de obra, simplesmente deslocou as plantas industriais do mundo para seu território. Lá o Estado, paradoxalmente, tributa pouco, o mercado de trabalho é desregulamentado e os trabalhadores ganham bem pouco. Compensa aos empresários atravessar o globo para lá produzir. Isso retirou plantas industriais inteiras do Brasil; 2- A política cambial do governo do PT descobriu as delícias do câmbio valorizado, ancorando a baixa taxa de inflação. O partido sabe que a perda de controle sobre os preços pode lhe custar o poder político. Aproveitou o momento favorável dos preços da commodities e afrouxou a política fiscal. O impacto nos preços só não é corrosivo ainda porque o câmbio segura tudo. Ninguém sabe até quando.

O que o "plano" teria a fazer contra isso? Nada. Paulo Francini e sua Fiesp avalizaram Lula e o PT e não podem pleitear mudanças na política salarial, bem como na política do mercado de trabalho enrijecido, tão cara aos sindicalistas da base do governo. A inflexibilidade do mercado de trabalho é total. Não há também como ter surpresas na taxa de câmbio, pois o sistema de metas de inflação tem se mostrado bom para administrar conflitos e permitido a navegação em meio à crise.

O tal "plano" pleiteado teria portanto o encargo de fazer o que essa gente da Fiesp sempre quis e pleiteou: reserva de mercado, barreira tarifária e subsídios estatais para o suposto "desenvolvimento" industrial. O velho filme dos anos cinqüenta. Claro que os tempos são outros e tal receita não tem sequer condições de ganhar respeitabilidade política.

Paulo Francini e seus pares não discutem o único caminho possível, o de repensar o Estado social-democrata ossificado, que transformou a população brasileira em rentista do Estado. A supertributação vem nesse processo, outro vetor a tirar competitividade da indústria nacional. Reduzir a regulamentação no mercado de trabalho, amenizar a necessidade de financiamento externo pela elevação da taxa de poupança e liberar os forças de mercado são as únicas bandeiras sensatas, mas Paulo Francini nem opinou sobre essa possibilidade. Ficou apenas no mágico "plano", como se essa loucura não tivesse sido completamente desmoralizada desde o naufrágio da ex-URSS.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".