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quarta-feira, 7 de julho de 2010

ONGs e British Petroleum, o abraço de afogados

ALERTA EM REDE

Nilder Costa

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8/jun/10 (Alerta em Rede) – Na edição anterior (logo abaixo), analisamos a estranha ausência de manifestações do Greenpeace sobre o catastrófico vazamento de petróleo da plataforma Deepwater Horizon, operada pela British Petroleum (BP) no Golfo do México (e que ainda não foi contido), em contraposição ao escândalo que os bravos “guerreiros do arco-íris” promoveram contra a Petrobras em decorrência do vazamento de petróleo (muitíssimo menor) ocorrido na Baía de Guanabara, em 2000.
Ocorre que o Greenpeace tem companhia – e das boas – em seu paradoxal e eloqüente silêncio sobre o “affair” ambiental que se desenrola no Golfo do México. Segundo matéria de capa publicada no renomado jornal estadunidense Washington Post, algumas das grandes ONGs ambientalistas que atuam no nos EUAs também silenciaram sobre o episódio por causa das suas ligaçõe$ com a BP. Em português não tão castiço, por terem o “rabo preso” com a petroleira britânica. [1] 

Aos fatos.
  • A The Nature Conservancy (TNC) – maior e mais rica ONG do mundo, lista a BP como um de seus parceiros. Mais que isso, a BP tem assento na direção do International Leadership Council – criado pela ONG -, e já recebeu mais de US$ 10 milhões da petroleira britânica, tanto em “cash” quanto em imóveis. É bom lembrar que a TNC atua fortemente no Brasil – onde faz acordos “verdes” com empresas do chamado agronegócio - e é freqüentadora habitual das páginas deste Alerta.
  • A Conservation International ( ou Conservação Internacional por aqui), recebeu US$ 2 milhões em “doações” da BP e criou parcerias especiais com a petroleira em diversos projetos, incluindo um que tratava de métodos de extração de petróleo. Além disso, entre 2000 e 2006, John Browne, então diretor executivo da BP, integrou a diretoria da ONG.
  • O Environmental Defense Fund (EDF), que também atua indiretamente por aqui, encontrou um jeitinho para burlar sua própria propaganda de não aceitar doações de empresas. Simplesmente criou uma entidade colateral, a Partnership Climate Action, em parceria com a BP, Shell e outras mega-empresas do mesmo calibre. No Brasil, como se recordam nossos leitores, Stephan Schwartzman, do EDF, teve participação seminal na decolagem do mito Chico Mendes, na organização do famoso Encontro de Altamira (onde a construção das hidrelétricas de Belo Monte e outras da região foram adiadas por décadas) e na fundação do Instituto Socioambiental (ISA), onde ainda integra a Assembléia de Sócios, órgão máximo de decisão com todos os poderes da ONG. 
Outros monstros sagrados do ambientalismo estadunidense – os lendários Sierra Club e Audubon Society - igualmente se “amasiaram” com a BP para criar um outro colateral, o American Wind & Wildlife Institute.
Como bem assinala o Washington Post, o prestígio e a credibilidade que essas mega-ONGs estadunidenses ainda tinham na mídia e na opinião pública estão afundando junto com a BP nas águas profundas do Golfo do México. Um autêntico abraço de afogados.


Notas:
[1]Nature Conservancy faces potential backlash from ties with BP, Washington Post, 24/05/2010

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".