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terça-feira, 6 de julho de 2010

O “Dever de Morrer”?

PLANETA PRISÃO

20/05/2010

http://jewishworldreview.com/cols/sowell051110.php3  


Por Thomas Sowell
        
Uma das muitas idéias modernas que pegaram entre alguns dos intelectuais é a de que os idosos têm ” o dever de morrer “, em vez de se tornarem um fardo para os outros.
Isso é mais do que apenas uma idéia discutida em torno de uma mesa de seminário. O sistema de saúde estatal da Grã-Bretanha já está restringindo quais medicamentos ou tratamentos que serão autorizados para os idosos. Aliás, é quase certo que tentativas parecidas de contenção de despesas conduzam a políticas semelhantes quando o sistema de saúde americano for retomado pelo governo.

Não se enganem sobre isso, deixar as pessoas de idade morrerem é muito mais barato do que gastar a quantidade de dinheiro necessária para mantê-las vivos e bem. Se um sistema de saúde estatal vai economizar uma grande quantia em dinheiro, é quase certo de fazê-lo sacrificando as pessoas idosas.

Houve um tempo – felizmente, há muito passado – quando algumas sociedades desesperadamente pobres tinham que abandonar os idosos à sua sorte, porque não havia o bastante para todos sobreviverem. Às vezes, os próprios idosos simplesmente abandonavam suas famílias e comunidades para enfrentar o seu destino sozinho.

Mas é neste lugar onde hoje nos encontramos?

Falar sobre ” o dever de morrer “, me trouxe de volta a minha infância no sul, durante a Grande Depressão dos anos 30. Um dia, fui informado de que uma senhora idosa, – um parente nosso – viria para ficar conosco por um tempo, e fui informado de como ser educado e atencioso para com ela.

Ela era chamada ” Tia Nance Ann “, mas eu não sei qual era seu nome verídico ou qual era seu real grau de parentesco conosco. Tia Nance Ann não tinha casa própria. Mas ela deslocava-se entre um e outro parente, não ficando muito tempo em uma casa para ser considerada um autêntico fardo.

Naquela época, não tínhamos coisas como a eletricidade ou aquecimento central, ou água quente encanada. Mas nós tínhamos um teto sobre nossas cabeças e comida na mesa – e Tia Nance Ann foi acolhida com ambas.
Pobres como nós éramos, eu nunca ouvi alguém dizer, ou mesmo insinuar, que a Tia Nance Ann tinha ” o dever de morrer “.

Eu só comecei a ouvir esse tipo de conversa décadas depois, de pessoas altamente educadas em uma época abundante, quando mesmo a maioria das famílias vivendo abaixo do nível oficial de pobreza possuem um carro ou camionete e tem ar condicionado.

É hoje, em uma época que casas tem TVs de tela plana, e a maioria das famílias comem em restaurantes regularmente ou tem pizzas e outras refeições entregues em suas casas, que as elites – ao invés das massas -, começaram a falar sobre ” o dever de morrer “.

Voltando aos dias da Tia Nance Ann, ninguém em nossa família tinha ido para a faculdade. Na verdade, ninguém tinha ido além do ensino fundamental. Aparentemente você precisa gastar muito em educação, às vezes incluindo cursos sobre ética, antes de começar a falar sobre ” o dever de morrer “.

Muitos anos depois, enquanto passava por um divórcio, eu disse a uma amiga que estava considerando lutar pela guarda da criança. Ela imediatamente argumentou comigo para não fazer isso. Por quê? Porque criar um filho iria interferir na minha carreira.

Mas meu filho não tinha uma carreira. Ele era apenas uma criança que precisava de alguém que o entendesse. Acabei ficando com a guarda do meu filho, e embora ele não fosse uma criança exigente, criá-lo não ajudaria na minha carreira, dificultando-a um pouco. Mas você simplesmente abandona uma criança quando for incômodo para criá-la?

A senhora que me deu este conselho tinha um diploma da Harvard Law School. Ela teve mais anos de estudo do que toda a minha família tinha, nos dias da Tia Nance Ann.

Muito do que é ensinado em nossas escolas e faculdades hoje procura derrubar os valores tradicionais, e substituí-los por conceitos mais modernos e extravagantes, dentre os quais ” o dever de morrer ” é apenas um.
Estes esforços em mudar os valores costumavam ser chamados de ” esclarecimento de valores “, embora o nome tivesse que ser alterado repetidamente ao longo dos anos, a medida que mais e mais pais compreendiam o que estava acontecendo e desaprovavam. Os valores que supostamente precisavam de ” esclarecimento ” foram claros o bastante para durar por gerações e ninguém pediu as escolas e faculdades por esse ” esclarecimento “.

Nem tampouco somos pessoas melhores por causa disso.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".