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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Confiar na Autoridade Palestina?

MÍDIA SEM MÁSCARA

Abbas e Fayyad falaram em inglês para os americanos e israelenses, Erekat falou em árabe para os palestinos. Ambas as declarações não podem ser verdadeiras; uma tem que ser mentira.
Sob o comando de Iasser Arafat, a Organização para a Libertação da Palestina notoriamente dizia uma coisa à audiência árabe/muçulmana e o contrário à israelense/americana, discursando de forma malévola para a primeira e em tons dúlcidos para a segunda. O que dizer sobre o amável sucessor de Arafat, Mahmoud Abbas? Ele rompeu com esse padrão de falsidade ou lhe deu continuidade?
Essa questão tem em si uma importância renovada visto que segundo levam a crer as informações, Abbas estaria disposto a oferecer a Israel vários compromissos territoriais, e mais, ele deu alguns passos sem precedentes dando uma entrevista a jornalistas israelenses, reunindo-se com líderes judeus americanos no S. Daniel Abraham Center for Middle East Peace.
Com uma especificidade inédita, o diário em idioma árabe Al-Hayat revela, que Abbas informou à administração Obama sobre sua disposição em chegar a um acordo no que diz respeito à Cisjordânia e até mesmo Jerusalém (embora a AP negasse imediatamente esses termos).
Na entrevista, Abbas se diz genuinamente decidido a alcançar um acordo de paz e a aceitar a ideia de tropas internacionais. Um assistente de Abbas descreveu esse esforço como a "tentativa dele estender a mão à população israelense... nós desejamos ter um parceiro israelense para o estágio final, um parceiro que optou pela paz, não assentamento, paz, não ocupação". O próprio Abbas advertiu os israelenses, "Não me deixem perder as esperanças".
E por último, uma transcrição da reunião no Abraham Center revela Abbas dizendo a sua audiência exatamente o que ela queria ouvir: que ele condena a violência, reconhece as ligações históricas judaicas à terra controlada por Israel, que aceita as preocupações israelenses sobre a segurança e que promete retirar o incitamento da mídia e dos materiais escolares. Sobre a delicada questão do Holocausto - um tópico sobre o qual o próprio Abbas escreveu uma "dissertação" pela qual recebeu Ph.D. na URSS, onde ele acusa os sionistas de aumentarem o número de judeus mortos por motivos políticos - Abbas admitiu que os judeus sofreram e rejeitou a negação do Holocausto.
Como interpretar tudo isso? Abbas alega que falou para os líderes judeus americanos "na mesma linguagem" que usa para falar aos palestinos comuns.
Altamente improvável.
Na realidade, a mídia da AP deturpou as declarações dirigidas aos palestinos "comuns" que, para não ser grosseiro, negava as doces palavras dirigidas aos israelenses e americanos. Assim que saiu o noticiário de Abbas estendendo a mão ao outro lado, também saíram notícias no Palestinian Media Watch sobre as mensagens que veiculavam exatamente o contrário aos palestinos.
Por exemplo, a TV da Autoridade Palestina, que é controlada diretamente pelo escritório de Mahmoud Abbas, apresenta o programa de televisão semanal, As Estrelas, no qual representantes das universidades palestinas competem entre si para responderem perguntas. Em um programa recente, duas questões sobre geografia (aqui simplificadas) implicitamente negavam a existência do Estado de Israel.
  • Qual o comprimento do litoral da "Palestina"? A resposta, 235 quilômetros, soma a costa de Gaza (45 km) a da costa mediterrânea de Israel (cerca de 190 km).
  • Qual a área da Palestina? A resposta de 27000 quilômetros quadrados incluem a Cisjordânia e a Faixa de Gaza (6000 km quadrados) juntamente com Israel (21000 km quadrados).
Num exemplo semelhante de fraude, Salam Fayyad, que se denomina primeiro ministro da Autoridade Palestina, anunciou em inglês em Aspen, Colorado, no ano passado que os judeus são bem vindos para morarem em um futuro Estado da Palestina onde eles "irão desfrutar de [todos] os direitos e certamente não desfrutarão menos direitos do que os árabes israelenses desfrutam agora no Estado de Israel."
De fato, palavras amáveis. Contudo, alguns dias antes, Saeb Erekat, líder do departamento de negociações da Autoridade Palestina, disse exatamente o contrário em árabe (conforme está disponível pelo MEMRI): "ninguém deverá aceitar a permanência de colonos judeus em um [estado] Palestino... Alguns dizem que nós estamos [dispostos a] conceder cidadania aos colonos. Nós rejeitamos [essa ideia] peremptoriamente".
Abbas e Fayyad falaram em inglês para os americanos e israelenses, Erekat falou em árabe para os palestinos. Ambas as declarações não podem ser verdadeiras; uma tem que ser mentira. Eu gostaria de saber, qual delas?
Os palestinos jogam esse jogo duplo, transparente e simplista porque dá certo. Os israelenses, os americanos e outros levam em conta os sons agradáveis que ouvem diretamente e desconsideram os relatos de palavras fortes que apenas ouvem falar. A Autoridade Palestina irá continuar alegremente a emitir as mentiras até o mundo prestar atenção e rejeitá-las, posto que recompensar mal comportamento invariavelmente acarreta em mais mal comportamento.
Quando iremos parar de nos iludir de que Abbas e a AP não querem nada menos do que o total aniquilamento do estado judeu? Que desastre terá que acontecer antes de abrirmos os olhos para a realidade?

Publicado no site da National Review.
Original em inglês: Trust the Palestinian Authority?

Tradução: Joseph Skilnik

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".